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Investimento público em educação
Estudo realizado de maneira inédita pelo Inep revela a quantidade de recursos públicos investidos nos diferentes níveis da educação brasileira, incluindo as etapas da educação básica (educação infantil e ensinos fundamental e médio) e educação superior. A pesquisa utiliza dados de 2000 a 2006. Nela, a aplicação dos investimentos é apresentada por esfera administrativa: União, estados, Distrito Federal e municípios.
Finalizada em setembro de 2008, a primeira pesquisa brasileira sobre os indicadores do investimento público na educação é resultado de uma parceria entre Inep, Ministério da Educação (MEC), Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) e Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
Para sua realização foi criado um grupo de trabalho, sob a coordenação do Inep, que compatibilizou os dados de investimento educacional com base na metodologia utilizada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Desta forma, adotou-se a mesma metodologia usada por organismos internacionais em estudos similares. Assim, será possível a comparação dos dados com aqueles produzidos por outros países. O Inep dará continuidade a esse estudo, divulgando anualmente uma nova edição com dados de anos subseqüentes.
Investimento direto em educação
O estudo revela que, em 2006, houve o maior investimento público direto em educação, comparativamente ao PIB. Foram investidos, em valores absolutos, R$ 101,8 bilhões, o que representa 4,4% do PIB.
Este percentual mostra um aumento significativo em relação a 2005, quando o índice foi de 3,9%. Em números absolutos, o aumento de um ano para outro foi de mais de R$ 10 bilhões.
O maior incremento financeiro foi verificado na educação básica, que teve um acréscimo de 0,5% do PIB entre 2005 e 2006. Nos demais níveis de ensino, o investimento se manteve constante entre 2000 e 2006, com pequenas variações, como no caso do ensino superior, que teve investimento direto igual a 0,7% do PIB em 2006 e nos demais anos analisados, exceto em 2002, quando ele subiu para 0,8%.
São considerados investimentos diretos aqueles aplicados diretamente nas instituições de ensino, como, por exemplo, os utilizados para a aquisição de livros didáticos, merenda e transporte escolar, pagamento de professores, obras e instalações para a melhoria das escolas. Veja a tabela, a seguir:
Ano
|
Percentual do Investimento Público Direto em Relação ao PIB
|
||||||
Total
|
Níveis de Ensino
|
||||||
Educação Básica
|
Educação Infantil
|
Ensino Fundamental
|
Ensino Médio
|
Educação Terciária
|
|||
De 1ª a 4ª Séries ou Anos Iniciais
|
De 5ª a 8ª Séries ou Anos Finais
|
||||||
2000
|
3,9
|
3,2
|
0,3
|
1,3
|
1,1
|
0,5
|
0,7
|
2001
|
4,0
|
3,3
|
0,3
|
1,3
|
1,1
|
0,6
|
0,7
|
2002
|
4,1
|
3,3
|
0,3
|
1,5
|
1,1
|
0,4
|
0,8
|
2003
|
3,9
|
3,2
|
0,3
|
1,3
|
1,0
|
0,5
|
0,7
|
2004
|
3,9
|
3,2
|
0,3
|
1,3
|
1,1
|
0,5
|
0,7
|
2005
|
3,9
|
3,2
|
0,3
|
1,4
|
1,1
|
0,4
|
0,7
|
2006
|
4,4
|
3,7
|
0,3
|
1,4
|
1,4
|
0,6
|
0,7
|
Fonte: Inep/MEC Tabela elaborada pela DTDIE/Inep. |
Investimento total em educação
Pela primeira vez, uma pesquisa realizada no Brasil apurou dados sobre investimento total em educação. Neste item, são coletadas informações sobre pessoal ativo e seus encargos sociais, ajuda financeira aos estudantes (bolsas de estudos e financiamento estudantil), despesas com pesquisas e desenvolvimento, transferências ao setor privado, estimativa para complemento da aposentadoria futura de pessoal ativo (cota patronal), além de outras despesas correntes e de capital.
Em relação ao investimento total, o estudo também comparou os dados em relação ao PIB. Nota-se que, em termos de investimento total, o maior crescimento novamente foi na educação básica, que teve 4,2% do PIB em 2006, sendo que em 2005 este percentual foi de 3,7. Os especialistas justificam este aumento de 0,5% do PIB à adoção de políticas públicas voltadas para esse nível de ensino.
Nos demais níveis, o índice manteve-se constante entre 2000 e 2006, sendo que no ensino médio ele foi de 0,6% do PIB em 2000 e de 0,7% em 2006. Já no ensino superior ele ficou variou de 0,8% a 1 % do PIB entre 2000 e 2006. Veja a tabela, a seguir:
Ano
|
Percentual do Investimento Público Total em Relação ao PIB
|
||||||
Total
|
Níveis de Ensino
|
||||||
Educação Básica
|
Educação Infantil
|
Ensino Fundamental
|
Ensino Médio
|
Educação Terciária
|
|||
De 1ª a 4ª Séries ou Anos Iniciais
|
De 5ª a 8ª Séries ou Anos Finais
|
||||||
2000
|
4,7
|
3,7
|
0,4
|
1,5
|
1,2
|
0,6
|
0,9
|
2001
|
4,8
|
3,8
|
0,4
|
1,4
|
1,3
|
0,7
|
0,9
|
2002
|
4,8
|
3,8
|
0,4
|
1,7
|
1,3
|
0,5
|
1,0
|
2003
|
4,6
|
3,7
|
0,4
|
1,5
|
1,2
|
0,6
|
0,9
|
2004
|
4,5
|
3,6
|
0,4
|
1,5
|
1,3
|
0,5
|
0,8
|
2005
|
4,5
|
3,7
|
0,4
|
1,5
|
1,3
|
0,5
|
0,9
|
2006
|
5,0
|
4,2
|
0,4
|
1,6
|
1,5
|
0,7
|
0,8
|
Fonte: Inep/MEC | |||||||
Tabela elaborada pela DTDIE/Inep. |
Índices de investimento por aluno
O estudo também aponta os dados de investimento em educação por aluno. Nesse quesito, o valor total investido por aluno na rede pública passou de R$ 1.507 em 2000 para R$ 2.042, em 2006. O estudo apresenta valores corrigidos para 2006 pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Dentro da educação básica, o estudo revelou significativo crescimento nos ensinos fundamental e médio. O gasto por aluno no ensino médio era de R$ 1.036 em 2005, enquanto que em 2006 passou para R$ 1.417. Já nas primeiras séries do ensino fundamental, o valor apurado em 2006 foi de R$ 1.825 por aluno, sendo que em 2000 era de apenas R$ 1.234.
A pesquisa apura ainda a relação entre o que se investiu por aluno no ensino superior em relação ao ensino básico. Em 2002, a proporção do que se investia por aluno no ensino superior era 11 vezes maior que na educação básica. Seis anos depois, diminuiu para 6,7. Segundo especialistas, esta diminuição é explicada por dois motivos: elevado aumento de investimento na educação básica de 2000 para 2006 e ampliação do número de matrículas na educação superior no mesmo período.
Os especialistas consideram como ideal que o investimento por aluno na educação superior seja três vezes maior que o investimento por aluno na educação básica, como ocorre nos países desenvolvidos. Os responsáveis pelo estudo acreditam que esta proporção tende a melhorar nos próximos anos, já que o Fundo da Educação Básica (Fundeb) e o Programa de Apoio a Planos de Expansão e Reestruturação das Universidades Federais (Reuni) ainda não estavam em vigor em 2006, último ano de coleta dos dados. Os dois programas devem equilibrar o investimento na educação superior e na básica. Veja a tabela, a seguir:
Ano
|
Investimento Público Direto por Estudante R$1,00
|
|||||||
Total
|
Níveis de Ensino
|
|||||||
Educação Básica
|
Educação Infantil
|
Ensino Fundamental
|
Ensino Médio
|
Educação Terciária
|
Percentual da Educação Terciária sobre a Educação Básica
|
|||
De 1ª a 4ª Séries ou Anos Iniciais
|
De 5ª a 8ª Séries ou Anos Finais
|
|||||||
2000
|
1.507
|
1.254
|
1.435
|
1.234
|
1.259
|
1.197
|
13.867
|
11,1
|
2001
|
1.561
|
1.301
|
1.296
|
1.220
|
1.372
|
1.361
|
13.705
|
10,5
|
2002
|
1.556
|
1.289
|
1.220
|
1.424
|
1.323
|
958
|
12.993
|
10,1
|
2003
|
1.517
|
1.266
|
1.404
|
1.380
|
1.311
|
863
|
11.384
|
9,0
|
2004
|
1.649
|
1.400
|
1.496
|
1.481
|
1.497
|
1.024
|
11.525
|
8,2
|
2005
|
1.753
|
1.485
|
1.416
|
1.657
|
1.578
|
1.036
|
11.720
|
7,9
|
2006
|
2.042
|
1.773
|
1.533
|
1.825
|
2.004
|
1.417
|
11.820
|
6,7
|
Fonte: Inep/MEC | ||||||||
Tabela elaborada pela DTDIE/Inep. |
Assessoria de Imprensa do Inep