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Cursos apresentam desempenho satisfatório no Provão
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Das 20 áreas avaliadas este ano, em 15 houve uma concentração maior de cursos com conceito A do que com conceito E
Os resultados do Provão 2001 mostram que há um significativo conjunto de cursos de graduação com desempenho satisfatório na avaliação realizada pelo Ministério da Educação. Os dados revelam uma maior concentração de cursos com conceitos A do que E.
Das 20 áreas avaliadas, em 15 o percentual de cursos na mais alta faixa de desempenho é maior do que os que obtiveram os piores resultados. De acordo com o relatório, 14,3% dos cursos tiveram conceito A e 11,4%, conceito E.
O maior percentual de conceitos A foi identificado em Medicina Veterinária. Nessa área, 20,3% dos cursos ficaram no patamar mais alto da avaliação. O menor foi registrado em Jornalismo, onde 7,1% alcançaram a faixa de melhor desempenho.
A carreira de Engenharia Química teve o maior percentual de conceitos E, com 20,8% dos cursos posicionados no pior nível. A menor concentração nessa faixa de desempenho foi em Matemática: 3,1%.
Dos 3.668 cursos avaliados pelo Provão deste ano, 2.514 (68%) obtiveram conceitos A, B ou C. Os outros 32% ficaram com conceitos D ou E, considerados como baixo desempenho e que podem levar o curso a perder a sua autorização de funcionamento. Trinta e três cursos ficaram sem conceito, pois apenas um aluno fez a prova ou não houve comparecimento dos graduandos.
Os dados do Exame Nacional de Cursos de 2001 foram divulgados hoje, 12, pelo ministro Paulo Renato Souza e pela presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep/MEC), Maria Helena Guimarães de Castro.
Participaram da avaliação os cursos de Agronomia, Administração, Biologia, Direito, Economia, Engenharia Civil, Engenharia Elétrica, Engenharia Mecânica, Engenharia Química, Farmácia, Física, Jornalismo, Letras, Matemática, Medicina, Medicina Veterinária, Odontologia, Pedagogia, Psicologia e Química.
Mudança na avaliação flexibiliza resultados
O Provão 2001 apresenta uma flexibilização dos resultados devido à mudança na sistemática de distribuição dos conceitos. A partir deste ano, o desempenho de cada um dos cursos depende exclusivamente da distância da média do curso em relação à média geral da área.
Antes, a distribuição era pré-fixada. Aos 12% com desempenho mais alto atribuía-se o conceito A; aos 18% seguintes, o conceito B; aos 40% a seguir, com desempenho médio, o conceito C; e os conceitos D e E aos 18% e aos 12% com desempenhos mais baixos, respectivamente.
O ponto de partida do novo critério é a média geral de cada área. A partir dela é calculada a dispersão das médias dos cursos, o chamado desvio-padrão, que permite a construção de faixas de valores para a distribuição dos desempenhos dos cursos. A média de cada curso estará, sempre, dentro de um dos intervalos determinados e cada um desses intervalos corresponde a um conceito (A, B, C, D ou E). A nova metodologia visa aumentar a nitidez da fotografia do sistema e, com isso, captar com mais precisão a evolução no desempenho dos cursos.
Com base na média geral e no desvio padrão, a classificação dos cursos ficará da seguinte forma:
- Conceito C - cursos que tiverem seu desempenho no intervalo de meio desvio-padrão em torno da média geral;
- Conceito B - cursos com desempenho entre meio (inclusive) e um desvio-padrão acima da média geral;
- Conceito A - cursos com desempenho acima de um desvio-padrão (inclusive) da média geral;
- Conceito D - cursos cujo desempenho estiver no intervalo entre um e meio desvio-padrão (inclusive) abaixo da média geral;
- Conceito E - cursos com desempenho abaixo de um desvio-padrão (inclusive) da média geral.
Em Engenharia Elétrica, por exemplo, cuja média geral da área, em 2001, é igual a 42,3 e o desvio padrão é de 10,8, a distribuição dos conceitos dos cursos é a seguinte:
Conceito A - Acima de 53,1 (inclusive)
Conceito B - Entre 53,1 e 47,7 (inclusive)
Conceito C - Entre 47,7 e 36,9
Conceito D - Entre 36,9 (inclusive) e 31,5
Conceito E - Abaixo de 31,5 (inclusive)
Novo critério modifica distribuição de conceitos
O fim da pré-fixação dos resultados do Provão levou a uma nova distribuição dos conceitos. Até o ano passado, todos as áreas avaliadas tinham sempre 30% dos seus cursos classificados como A ou B. Em 2001, essa relação mudou.
Na avaliação deste ano, oito áreas tiveram mais de 30% dos seus cursos com conceitos A ou B e outras três ficaram próximas a esse índice. Em Jornalismo, por exemplo, 38,1% atingiram os dois patamares mais altos do Provão. O mesmo foi alcançado por 29,8% dos cursos de Odontologia.
Outras áreas tiveram uma significativa concentração no conceito C, desempenho considerado mediano. É o caso de Psicologia, onde 57,7% dos cursos ficaram nesse nível. Nas cinco avaliações anteriores, o percentual de distribuição de conceitos C era pré-fixado em 40%.
Em relação ao critério anterior, os dados gerais do Provão mostram que houve um aumento no percentual de cursos como A, C e D e redução de conceitos B e E. Em 2001, a distribuição ficou da seguinte forma: 14,3% atingiram o patamar mais elevado; 13,3% alcançaram o segundo melhor nível; 40,9% chegaram à posição mediana da escala; 20% ficaram no quarto nível e 11,4% estão na última posição.
Exame destaca desempenho de sete carreiras
As áreas de Agronomia, Engenharia Química, Física, Jornalismo, Medicina, Pedagogia e Psicologia tiveram maior concentração de cursos nos dois patamares mais elevados (A ou B) da avaliação do que nos dois mais baixos níveis de desempenho (D ou E).
Em Jornalismo, a diferença do percentual de cursos com desempenho A ou B e os que obtiveram conceito D ou E foi a mais elevada entre todas as áreas, chegando a 14,2 pontos: 38,1% contra 23,8%. Mas a maioria dos cursos, considerando os dois níveis superiores, alcançaram o conceito B e apenas 7,1% atingiram A. Essa diferença é explicada, em parte, pelo índice de provas em branco nessa área.
A maior concentração de cursos com D e E foi identificada na carreira de Medicina Veterinária, com 40,7% deles nessa faixa de desempenho. Mas também foi a área com maior percentual de conceitos A: 20,3%. Essa diferença é explicada pela migração, depois da adoção do novo critério de distribuição, de cursos com B para o conceito A e daqueles com C para o conceito D.
Em outras carreiras também foram identificadas características de evolução semelhante. Em Odontologia, por exemplo, houve uma polarização. 19,2% dos cursos alcançaram conceito A e 10,6% ficaram com B. Ao mesmo tempo, 16,3% obtiveram E e 13,5% chegaram ao D. Em Química, foram 17,9% com A e 8%, B.
Maioria das instituições federais obtêm conceitos A e B
O desempenho das instituições federais no Provão mostra que, em 15 áreas, a soma de conceitos A e B foi igual ou superior a 50% do total de cursos avaliados. Agronomia, Economia, Jornalismo, Medicina e Química não alcançaram esses níveis de desempenho mas, mesmo assim, em nenhuma dessas áreas a soma dos dois patamares mais elevados é inferior ao total de conceitos D e E.
Os cursos de Direito oferecidos pelas instituições federais tiveram, no seu conjunto, a melhor performance no Provão: 73,2% tiveram A ou B. Em Medicina, 36,4% alcançaram os dois melhores resultados, o menor índice entre as 20 áreas. Nessa área também foram registrados 39,4% de C e 24,2% de D ou E. Em Engenharia Civil, nenhum curso das federais ficou nos últimos níveis de desempenho.
Nas instituições estaduais de Educação superior oito áreas conseguiram metade ou mais de conceitos A e B. São elas: Agronomia, Engenharia Civil, Engenharia Elétrica, Engenharia Mecânica, Engenharia Química, Farmácia, Medicina e Medicina Veterinária. O melhor desempenho ficou por conta no conjunto dos cursos de Farmácia, com 75% nos dois níveis mais elevados.
Na rede privada, três áreas avaliadas conseguiram ter um percentual de cursos A e B maior ou igual à soma de conceitos D e E. Os cursos de Jornalismo foram os que mais se destacaram, com 39,7% de A e B. Esse cenário se repete em Pedagogia e Medicina.
Regiões Sul e Centro-Oeste têm bom desempenho
Duas regiões se destacam das demais na distribuição dos conceitos do Provão. No Centro-Oeste, quatro áreas (Engenharia Mecânica, Farmácia, Medicina e Odontologia) tiveram a maioria dos seus cursos com conceitos A ou B, sendo que em Engenharia Elétrica apenas um curso foi avaliado. Já no Sul o mesmo ocorre em três áreas (Jornalismo, Medicina e Odontologia).
No Nordeste, a soma de conceitos A e B dos cursos de Engenharia Elétrica alcançou 55,6% do total. Na região Sudeste existe uma distribuição mais homogênea de notas e, em nenhuma área, registrou-se concentração de notas mais altas.
O desempenho no Provão dos cursos oferecidos na região Norte do País pode ser considerado fraco.
Em 12 áreas, nenhum curso alcançou notas A ou B. Em 10 áreas pelo menos a metade dos cursos avaliados apresentou conceitos D ou E.
Estudante do Mato Grosso do Sul é o único a tirar 100
Participaram do Provão 271.421 alunos de 3.701 cursos de 20 áreas. Apenas um tirou 100, a nota máxima do Exame. O estudante Markus Samuel Rebmann cursa Engenharia Civil na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e autorizou o Inep a divulgar a sua colocação no Exame.
Na última segunda-feira, 10, o Inep enviou aos alunos participantes do Provão o Boletim de Desempenho do Graduando. Nesse documento, consta a média geral do estudante e suas notas nas provas de múltipla escolha e discursiva. Para efeito de comparação, ele vai receber essas mesmas informações sobre o desempenho dos alunos do Brasil, da região, do estado e da instituição onde concluiu seu curso.
Os estudantes com as melhores médias em cada área avaliada pelo Provão terão direito à bolsa para mestrado ou doutorado da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC). O objetivo do Ministério da Educação é reconhecer o esforço dos alunos que, pela dedicação aos estudos, alcançaram as maiores notas na avaliação.
Inscrições para o exame de 2002 já estão abertas
Já estão abertas as inscrições ao Provão 2002. Até o dia 22 de março, as instituições de ensino superior que têm concluintes nos cursos de graduação a serem avaliados devem cadastrar os alunos que irão participar do Exame. As inscrições só podem ser feitas pela Internet, no endereço http://provao.inep.gov.br .
O Provão 2002 será aplicado no dia 9 de junho. Deverão participar mais de 320 mil alunos de 4.700 cursos. Além das 20 áreas avaliadas este ano, outras quatro integrarão o próximo exame: Arquitetura e Urbanismo, Ciências Contábeis, Enfermagem e História. O exame é obrigatório a todos os estudantes que estão concluindo os cursos a serem avaliados.
Antes de transferir os dados para o Inep, os coordenadores deverão identificar todos os alunos aptos a participar da avaliação com suas respectivas informações, como nome completo, CPF, número da carteira de identidade, data de nascimento e endereço atualizado. Além disso, devem indicar se algum estudante necessitará de atendimento especial para fazer a prova. Os cursos que não têm estudantes aptos a participar do Exame deverão prestar essa informação por meio da página na Internet.
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Assessoria de Comunicação do Inep