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Aumenta qualificação dos professores
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Na primeira edição do Provão, 48% dos docentes dos cursos de Odontologia tinham mestrado ou doutorado. Em 2001, eles representam 63%
A avaliação do ensino superior está estimulando a melhoria da qualificação dos professores da graduação. Em todas as 13 carreiras que participaram de três ou mais edições do Exame foi constatado um crescimento no número de docentes com mestrado ou doutorado. É o que mostra o levantamento do Provão elaborado a partir de informações prestadas pelas coordenações dos cursos avaliados.
Em 1997, quando o Ministério da Educação realizou a segunda edição do Provão, 48% dos professores dos cursos de Odontologia que participaram da avaliação eram mestres ou doutores. Neste ano, o levantamento mostra que o número de docentes com pós-graduação nessa carreira já representa 63% do total.
O mesmo foi identificado nas três áreas avaliadas no primeiro ano do Provão. De acordo com os dados de 2001, 47% dos professores de Administração têm o título de mestre ou doutor contra índice de 33% registrado em 1996. Em Engenharia Civil, onde há seis anos a maioria (51%) dos docentes tinha concluído a pós-graduação, melhorou ainda mais a qualificação. Agora, eles representam 64%. Em Direito, o índice passou de 24% para 39% mas essa área teve a evolução mais significativa, de quase 16 pontos percentuais.
Das 20 áreas avaliadas, apenas em Administração e Direito a quantidade de professores com pós-graduação ainda não é maioria em relação ao conjunto de docentes. Em Medicina Veterinária, carreira com maior índice de mestres e doutores, eles somam 84% do total.
Alunos destacam aprimoramento das aulas
Além de melhorar a formação acadêmica, os docentes estão aprimorando a forma de lecionar. A comprovação está nas opiniões dos próprios alunos que participaram do Provão 2001. Em 1997, 25% dos formandos de Administração informaram que todos os seus professores apresentaram plano de ensino ao iniciar o período letivo. Este ano, o mesmo foi declarado por 35% dos estudantes. Em Medicina Veterinária, a taxa saltou de 5% para 23%.
A dedicação dos professores e o conhecimento que eles têm das disciplinas são outras características destacadas pela maioria dos estudantes que fez o Provão 2001. Em todas as áreas, com exceção de Jornalismo, mais de 50% dos formandos disseram que a maior parte dos professores demonstra empenho, assiduidade e pontualidade.
Quanto ao conhecimento da disciplina, em todas as carreiras mais de 60% dos alunos declararam que a maior parte dos professores demonstra domínio atualizado da matéria ensinada. A ênfase nessa afirmação foi maior entre os formandos de Odontologia, onde 89% elogiaram essa característica dos docentes.
No entanto, os dados relativos à atuação do professores mostram também, de acordo com a percepção dos alunos que, em poucas matérias, foi solicitada a realização de atividades de pesquisa como estratégia de aprendizagem. Essa declaração foi feita por muitos estudantes, chegando a 60% entre os formandos de Medicina.
Cresce acesso a microcomputadores e serviço informatizado nas bibliotecas
Um indicativo da melhoria da infra-estrutura das instituições, apontado pelos estudantes, é o acesso ao sistema informatizado para pesquisa bibliográfica nacional e internacional. Em 1998, nos cursos de Letras e Matemática, somente 10% e 7% dos formandos, respectivamente, contavam com esse recurso. Segundo dados deste ano, 23% dos alunos de Letras avaliados pelo Provão afirmaram ter esse tipo de serviço informatizado. No caso de Matemática, esse índice cresceu para 21%.
Uma das áreas melhor estruturadas nesse aspecto é Odontologia. Em 1998, 42,5% dos alunos declararam ter acesso informatizado à pesquisa. Hoje, 53% afirmaram dispor desse recurso pedagógico.
O acesso dos alunos a microcomputadores, segundo as necessidades do curso, também apresentou melhorias significativas. Em 1997, apenas 2% dos alunos de Medicina Veterinária contavam com computadores. Em 2001, esse índice é de 38%. Em Odontologia, o acesso dos estudantes a microcomputadores aumentou de 10%, em 1997, para 41%, este ano.
Para estudantes, curso deveria ter exigido mais
As melhorias implementadas pelas instituições, tanto em relação à formação dos professores quanto à metodologia e infra-estrutura de ensino, ainda não atendem totalmente às expectativas dos alunos. É o que sinaliza os resultados do questionário-pesquisa sobre o nível de exigência do curso.
Para a maioria deles, em todas as carreiras, o curso deveria ter exigido um pouco mais ou muito mais dos estudantes. De acordo com o relatório, 74% dos formandos de Jornalismo fizeram essa afirmação.
Em alguns cursos, como as Engenharias e Odontologia, o número de estudantes que demonstraram satisfeitos com o nível de exigência se aproximou da metade dos participantes. Mas em Medicina, apenas 28% declararam que o curso exigiu na medida certa. Foi o mais baixo índice entre as 20 áreas.
Pesquisa socioeconômica revela duas realidades
Os dados levantados a partir do questionário-pesquisa do Provão mostram que a situação financeira dos estudantes de algumas carreiras é uma das características que os diferenciam das demais. Enquanto nas áreas médicas há um maior percentual de participantes com nível econômico elevado, nos cursos mais voltados para a formação de professores predomina a presença de alunos nas faixas de renda mais baixas.
De acordo com o levantamento, 35% dos alunos de Medicina têm renda familiar de R$ 3.601 a R$9.000. Em Matemática, 54,3% dos participantes vivem em famílias com rendimento de R$ 541 a R$ 1.800. Nesta faixa também está a maioria dos estudantes das carreiras de Física, Letras, Pedagogia e Química.
Nos cursos que predominam a licenciatura, também foi constatada uma maior presença dos estudantes que trabalham. Em Matemática e Pedagogia, quase 60% dos participantes declararam ter exercido alguma atividade remunerada. A mesma afirmação foi feita por 18% dos alunos de Odontologia.
Nas perguntas do questionário-pesquisa sobre a escolaridade dos pais dos estudantes, as respostas revelam um cenário semelhante ao apresentado pelos dados de rendimento familiar. Os pais da maioria dos alunos de Pedagogia, Letras e Matemática têm como formação escolar o ensino fundamental incompleto.
Por outro lado, grande parte dos estudantes das áreas de saúde e da engenharias tem pais com diploma de nível superior. Em Medicina, os pais de 63% dos participantes concluíram a graduação.
Das 20 áreas avaliadas, em 12 predominam alunos que estudaram todo o ensino médio ou parte dele em escolas públicas. Nos cursos de Agronomia, Física, Letras, Matemática, Pedagogia e Química a maioria dos formandos cursou todo o ensino médio na rede pública. Dos estudantes de Medicina, 77% fizeram, na rede privada, todo o ensino médio.
Professores buscam formação superior
Os cursos voltados para a licenciatura estão recebendo um significativo contingente de alunos que fizeram o curso de magistério. As informações prestadas pelos participantes do Provão mostram que grande parte dos estudantes de Letras, Matemática e Pedagogia concluiu o curso normal antes de ingressar no nível superior.
Em Pedagogia, 64% dos formandos declararam ter realizado o curso de magistério para lecionar no ensino fundamental. Na área de Letras, 45% fizeram a mesma afirmação. Os dados revelam o aumento da procura pelos cursos de graduação por parte dos professores, que buscam melhorar a sua formação.
Pedagogia é área com mais cursos avaliados
No Provão 2001, foram avaliados 3.701 cursos de 20 áreas do conhecimento. A área com maior participação é Pedagogia, que ingressou este ano no Exame com 499 cursos, seguida por Administração, com 498, e Letras, com 432. As áreas com menor número de cursos no Exame foram Engenharia Química, com 51, e Medicina Veterinária, com 59.
Apenas em Economia houve diminuição de 1,1% na quantidade de cursos que foram submetidos ao Provão no último ano. Já Medicina Veterinária liderou o crescimento, com 18% de novos cursos incluídos no Exame, em 2001.
As instituições privadas participaram no Exame com 2.161 cursos, o que representa 58,4% do total. As instituições federais inscreveram 731 cursos, 19,7%, as instituições estaduais tinham 669 cursos, 18,1%, e as municipais, tiveram o menor contingente, com 140 cursos, ou 3,8%.
As universidades concentram 2.468 (66,7%) dos cursos que foram submetidos à avaliação. Em seguida estão 745 (20,2%) cursos oferecidos por estabelecimentos isolados. Centros universitários e faculdades integradas participaram com 264 (7,1%) e 224 (6,1%), respectivamente.
Em relação à distribuição regional, o Sudeste, com 1.770 (47,8%) cursos, no Provão, aparece em primeiro e, a região Norte, com 179 (4,8%) contou com o menor número de cursos avaliados. O estado de São Paulo teve a maior quantidade de cursos: 956.
Direito tem maior número de participantes
O Provão 2001 teve 271.421 participantes. A área de Direito, apesar de não ser a primeira em número de cursos, contou com o maior número de presentes: 50.933. Em seguida aparecem Pedagogia, com 47.870 estudantes participando, e Administração, com 46.300.
Das 20 áreas que participaram do Exame, 16 tiveram crescimento no número de participantes em relação ao último ano, com exceção de Engenharia Civil, Engenharia Química, Engenharia Mecânica e Economia. A área de Letras apresentou o aumento mais acentuado de participantes no último ano: 21,3%.
As instituições privadas tiveram a maior participação no Provão. Do total de graduandos presentes ao Exame, 176.032 (65,9%) estudaram em estabelecimentos pagos. Em seguida aparecem 41.881 alunos provenientes da rede federal, o que representa 15,4%.
A região Sudeste, com 150.198 participantes responde por 55,3% do total. Na seqüência estão as regiões Sul, com 16,8%, a Nordeste, com 14,3%, a Centro-Oeste, com 7,3% e a Norte, com apenas 3,4%. O estado de São Paulo teve o maior número de presenças: 91.919.
Provas em branco O percentual de provas entregues em branco no último Exame Nacional de Cursos foi de 1,6% em relação ao total, resultado que demonstra estabilidade se comparado com 2000, quando o índice foi de 1,4%. No primeiro ano da avaliação, em 1996, 11,7% das provas não foram respondidas. No Provão 2001, Jornalismo aparece com maior taxa, de 22,7%, e a menor foi Administração, com apenas 0,2% de provas em branco.
No Provão, predominam mulheres e estudantes mais jovens
A análise das respostas ao questionário-pesquisa mostra que a 48,6% dos estudantes presentes ao Provão estão na faixa mais jovem, de até 24 anos. O menor número de graduandos está na faixa dos 30 a 34 anos: 11,1% do total.
Odontologia tem o maior contingente de jovens estudantes, com 82,2% com até 24 anos. Já os cursos de Pedagogia têm os formandos mais velhos: apenas 28% estão na faixa de menor idade enquanto a área lidera na faixa de 35 anos ou mais, com 32% do total.
Em relação ao gênero, as mulheres predominam no Provão representando 63% dos participantes. No ano passado o índice era de 55,3%, um crescimento de quase oito pontos percentuais. Esse aumento se deve principalmente à entrada de Pedagogia no Exame. Nesta área, com mais de 40 mil graduandos, 94% são mulheres.
Além de Pedagogia, que lidera quanto à participação feminina, Psicologia, com 89,3%, e Letras, com 86,5%, são as áreas com maior presença de representantes do sexo feminino. Engenharia Mecânica é a área onde existe a menor participação das mulheres: apenas 4,9%.
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Assessoria de Comunicação do Inep