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Dia do Professor – País registra avanço na formação de docentes e muitos desafios na profissão
O que leva um professor a escolher sua profissão e, depois, continuar nela? A pergunta foi dirigida a docentes que atuam nos anos finais de ensino fundamental do Brasil e as respostas mais frequentes foram:
- 94% para ajudar aqueles que são socialmente desfavorecidos;
- 95% porque a docência permite influenciar o desenvolvimento de crianças e adolescentes;
- 97% para dar uma contribuição para a sociedade.
As respostas foram coletadas em 2017, durante a pesquisa Teaching and Learning International Survey (Talis 2018), estudo da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), aplicado a cada cinco anos ao redor do mundo. A média da pesquisa, considerando os 48 países participantes, aferiu, para as mesmas respostas, números mais baixos: 78%, 93% e 90%, respectivamente.
Ainda de acordo com a Talis 2018, entre os professores brasileiros dos anos finais do ensino fundamental, cerca de 65% concordam que as vantagens de ser professor superam as desvantagens – professores das escolas públicas concordam menos com essa afirmação (63%) que os das escolas privadas (72%). Essa percepção está abaixo da média da Talis 2018 (75%) e da média dos países da América Latina participantes da pesquisa (74%).
No Brasil, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) é o responsável pela aplicação da Talis, que está na terceira edição.
É o instituto também o responsável pelos censos da Educação Básica e da Educação Superior, realizados anualmente, e são justamente as informações dos censos que revelam que a formação do professor vem se aprimorando a cada ano.
Melhora na educação básica – A formação dos professores que atuam na educação básica tem melhorado a cada ano. O Censo Escolar 2018 mostra que o país tem 2,2 milhões de docentes na educação básica, dos quais 78,5% têm nível superior completo (77,3% em grau acadêmico de licenciatura e 1,2%, de bacharelado) e 6,3% estão cursando a educação superior. Em 2014, os professores com formação superior eram 73,3%, 5,2 pontos percentuais abaixo do observado em 2018.
Desafios para formação docente – A maior parte desses docentes brasileiros, 62,9%, atua no ensino fundamental, em que se concentram 1,4 milhão de professores. Do total de docentes que atuam nos anos iniciais do ensino fundamental, 78,5% têm nível superior completo, 11% têm ensino médio normal/magistério e 4,3% possuem nível médio ou inferior.
Na educação infantil brasileira, 69,3% dos 589,9 mil professores têm ensino superior completo (68,4%, licenciatura e 0,9%, bacharelado); 8,1% ainda estão cursando a faculdade; 15,8% têm curso de ensino médio normal/magistério; e 6,9% possuem nível médio ou inferior.
No ensino médio, a proporção de professores com nível superior aumenta: 94% dos 513 mil professores já concluíram a graduação, enquanto 3,3% ainda cursa o nível superior, de acordo com as informações levantadas no Censo Escolar de 2018.
Ensino superior – A participação de professores que atuam na educação superior com título de doutor, em instituições privadas, dobrou nos últimos anos, chegando a 25% em 2018. Entretanto, é na rede pública que a participação de professores com este grau de formação é maior, chegando a 64%. Os mestres prevalecem na rede privada, com 50%, enquanto na pública eles são 25%.
O diretor de Estatísticas Educacionais do Inep, Carlos Moreno, constata que, neste sentido, a Meta 13 do Plano Nacional de Educação já foi alcançada: “82,2% dos docentes que atuam na educação superior têm mestrado ou doutorado. O PNE estabeleceu meta de 75%”. Moreno, em referência à data, acrescentou que “o professor tem papel fundamental na efetivação do direito constitucional a uma educação de qualidade. Precisamos reconhecer o valor do seu papel social e a sua centralidade no processo de ensino-aprendizagem”.
Nos cursos de licenciatura da educação superior (em que estão os prováveis futuros professores), pela primeira vez, o número de matriculados em cursos a distância foi maior do que na modalidade presencial. O diretor do Inep ressalta que “nesta data é importante lembrar que, com os resultados das avaliações e das estatísticas educacionais, o Inep oferece subsídios aos professores para apoiá-los na avaliação dos impactos que suas práticas têm em relação aos resultados educacionais e, assim, construir caminhos que possam garantir o direito de aprender”.
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Assessoria de Comunicação Social