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Ensino médio registra crescimento histórico no Ideb 2019
Milton Ribeiro, ministro da Educação, afirmou que o órgão está aberto ao diálogo entre União, estados e municípios, em prol de um desenvolvimento educacional ainda maior. “O MEC está aberto a ouvir a opinião de cada um. Temos uma linha, um propósito em relação à educação, aos valores e princípios. Acredito que cada um dos educadores e secretários tem contribuição a dar e nós vamos ouvi-los”, afirmou o ministro.
Já o presidente do Inep, Alexandre Lopes, destacou o avanço do ensino médio no indicador, porém avaliou como fundamental a reformulação do Ideb a partir de 2022. Segundo o presidente, um grupo de trabalho será formado para debater os novos parâmetros de avaliação. O colegiado deve ser composto pelo Ministério da Educação (MEC), órgão a que o Inep é vinculado, pelo Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e pela União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime).
De acordo com Lopes, o colegiado também ouvirá especialistas e entidades da sociedade civil. “Em 2022, vamos entregar o resultado das metas definidas em 2007. Após isso, vamos pactuar novas metas, com municípios e estados, para saber o que queremos da educação do futuro. O Inep vai continuar, por meio do Censo Escolar, de suas avaliações e índices, fornecendo informações para que as políticas de educação sejam formuladas”, explicou o presidente.
Meta – Apesar do resultado positivo em relação ao ensino médio, a meta de 5 pontos prevista para a etapa, no ano, não foi atingida. Entre as unidades da Federação, os números variaram 1,4 ponto entre os piores e os melhores resultados. Os destaques foram Goiás, único estado a atingir a meta individual, e Espírito Santo. Os dois empataram com as melhores médias do país na etapa: 4,8 pontos. Pará e Amapá tiveram os resultados mais baixos, com 3,4 pontos.
Carlos Eduardo Moreno Sampaio, diretor de Estatísticas Educacionais do Inep, considera “expressivo” o aumento do índice do ensino médio nos últimos dois anos. “Temos de comemorar, sobretudo porque o ensino médio vinha em um ritmo bem lento de crescimento”, apontou o diretor. Além disso, Moreno também destacou a necessidade de um novo modelo para o Ideb. “Precisamos repactuar tudo isso, a partir de 2021. Com um novo Saeb, teremos de repensar o indicador”, ponderou.
De acordo com Izabel Pessoa, secretária de Educação Básica do MEC, o momento da educação no Brasil é “desafiador, mas também de oportunidades”. A secretária chamou a atenção para a relevância dos dados educacionais produzidos pelo Inep, no aprimoramento das políticas elaboradas pelo MEC. “Precisamos trabalhar com dados e evidências. Eles mostram os caminhos, o que acertamos e onde precisamos evoluir. O Ideb mostra que a gente vem melhorando ano a ano, mas precisamos acelerar esse ritmo das melhorias da qualidade da aprendizagem e da educação no Brasil”, pontuou.
Para Cecília Motta, presidente do Consed, a educação integral é um dos fatores que levaram o ensino médio a evoluir no Ideb. "O resultado dele contribui para que nós, gestores públicos, pensemos em políticas de educação de Estado. Acertamos na política do ensino médio, com a educação em tempo integral. Isso teve como resultado a não evasão, a não repetência e o aumento da proficiência”, afirmou.
Ensino fundamental – Os anos iniciais do ensino fundamental apresentaram leve crescimento no indicador. O Ideb 2019 foi de 5,9 pontos, o que representa um aumento de 0,1 ponto em relação à edição anterior, e segue a tendência de evolução das outras edições, superando a meta prevista de 5,7 pontos. Essa etapa de ensino conta com 15 milhões de alunos e 109 mil escolas. A rede municipal tem uma participação de 67,6% no total de matrículas dos anos iniciais e concentra 83,7% dos alunos da rede pública. Além disso, 19,2% dos alunos dessa etapa frequentam escolas privadas.
Nove unidades da Federação alcançaram Ideb maior ou igual a 6 nos anos iniciais do ensino fundamental. São Paulo teve o melhor desempenho, com 6,7 pontos, seguido por Distrito Federal, Santa Catarina, Paraná e Minas Gerais, com 6,5 pontos; Ceará, com 6,4 pontos; Goiás, com 6,2 pontos; Espírito Santo, com 6,1 pontos; e Rio Grande do Sul, com 6 pontos. Já o Pará teve o resultado mais baixo, com 4,9 pontos, mas superou sua meta de 4,7 pontos.
Nos anos finais do ensino fundamental, o aumento foi de 0,2 pontos, com resultado final de 4,9 pontos. Apesar da melhora, o índice ficou abaixo da meta de 5,2 pontos em 2019. Essa etapa de ensino possui 61,8 mil escolas e 11,9 milhões de estudantes no Brasil. O estado de São Paulo teve o melhor desempenho, com 5,5 pontos, mas não conseguiu atingir a meta individual de 5,9 pontos. Sete estados conseguiram cumprir seus objetivos: Amazonas, Alagoas, Pernambuco, Piauí, Ceará, Paraná e Goiás. Os resultados mais baixos foram do Pará, do Rio Grande do Norte, de Sergipe e da Bahia, com 4,1 pontos; e do Amapá, com 4 pontos.
Com 4,9 milhões de alunos, a rede estadual tem uma participação de 41,6% no total de matrículas dos anos finais do ensino fundamental, dividindo a responsabilidade do atendimento escolar na rede pública, nessa etapa de ensino, com os municípios. Os alunos que frequentam escolas privadas representam 15,4% do total.
O Ceará foi destaque no percentual de municípios que atingiram a meta do Ideb do ensino fundamental por unidade da Federação: 98,9% nos anos iniciais e 83,7% nos anos finais. Alagoas também teve um bom resultado nos anos iniciais, com alcance de 92,2% dos municípios do estado em relação à meta do índice. Já o Amapá teve apenas 18,8% nos anos iniciais e o Rio de Janeiro, 4,3% nos anos finais.
Para Luiz Miguel Martins Garcia, presidente da Undime, a estratégia de monitoramento proporcionada pelo Ideb e a harmonia entre as instâncias nacional, estadual e municipal de educação são cada vez mais fundamentais para a evolução do índice. “O processo de avaliação impacta continuamente as ações realizadas. Então, é muito importante estarmos institucionalmente organizados. O regime de colaboração contribui para que a gente opere de forma integrada e dê conta dos desafios que são colocados”, disse.
Ideb – O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica foi criado em 2007 para monitorar o desempenho da educação no Brasil. Ele reúne, em um só indicador, os resultados de duas dimensões de qualidade da educação: o fluxo escolar e as médias de desempenho nas avaliações. O índice é calculado a partir dos dados sobre aprovação, obtidos no Censo Escolar, e dos resultados do Saeb.
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Confira a Nota Informativa do Ideb 2019
Assessoria de Comunicação Social do Inep