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Para educador, sistema de ciclos não é sinônimo de promoção automática
Durante os debates de ontem, 04, no seminário Avaliando o Sistema de Ciclos: novos tempos e espaços da escola, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira(Inep/MEC) na Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB), vários especialistas teceram comentários sobre essa forma de organização curricular. Participaram das discussões os educadores Creso Franco, da PUC/RJ, Elba Sá Barreto, da Fundação Carlos Chagas/USP, Luiz Carlos de Freitas, da Unicamp, Sandra Zákia e Vitor Paro, da USP.
Creso Franco defendeu que o sistema de ciclos não é sinônimo de promoção automática, como ficou conhecido em diversas experiências, e que a estabilidade dos professores na escola é importante para o sucesso dessa forma de organização. Para Luiz Carlos Freitas, não é possível avaliar o impacto das ações da mesma forma em todas as redes de ensino pois os conceitos são diferentes.
Sandra Zákia avaliou a experiência produzida entre 1989 e 1992 pela secretaria municipal de Educação de São Paulo. Ela afirmou que o sistema de ciclos foi assentado numa proposta de organização curricular que alterou diversos parâmetros e não apenas o sistema de avaliação. Esse trabalho, explicou, foi interrompido pelas administrações seguintes. Ela disse, ainda que, na rede estadual paulista, o sistema de ciclos foi implantado de forma autoritária, sem discussão, sem a formação necessária dos professores e sem o trabalho com os alunos e os pais, indispensável para o sucesso do aprendizado. Vítor Paro alertou que a educação exige a concordância do educando e que a função pedagógica da escola é levar o aluno a querer aprender. Segundo ele, para construir uma educação de qualidade junto com o professor, o aluno e a família é preciso que o governo tenha políticas orientadoras que indiquem como fazer melhor.
Paradigmas - Para o presidente do Inep, Luiz Araújo, que participou da abertura do seminário, o Instituto precisa de bons estudos sobre os ciclos, implantados a partir dos anos 90, para poder avaliar sua importância, a diversidade de métodos e o desempenho de alunos e professores. Essas reflexões, disse, poderão nortear as políticas do MEC.
A secretária de Educação Infantil e Ensino Fundamental do MEC, Maria José Feres, afirmou que o sistema tem sido, muitas vezes, responsabilizado pelo fracasso do ensino fundamental, embora não tenha a abrangência nacional para isso. Segundo ela, o ministério quer saber se os professores estão recebendo informações suficientes para trabalhar com os ciclos e observar suas dificuldades na mudança de paradigmas, como trabalho em equipe ou individual e a avaliação formativa classificatória.
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