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Saiba como é o processo de elaboração das provas e questões do Enem
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019 teve início no último domingo, 3 de novembro, com a aplicação das provas de linguagens, códigos e suas tecnologias e ciências humanas e suas tecnologias, além da redação. No próximo domingo, dia 10, os participantes serão avaliados em matemática e suas tecnologias, e ciências da natureza e suas tecnologias. O exame é constituído de quatro provas objetivas, cada uma com 45 questões de múltipla escolha. Para que essas questões cheguem ao caderno de provas, cada item passa por várias etapas, que têm início meses, ou até anos, antes da aplicação da prova.
As questões estão em constante produção e, muitas vezes, são propostas em anos anteriores à edição do Enem. Isso ocorre porque elas fazem parte do Banco Nacional de Itens (BNI), um repositório de questões à disposição do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) para a elaboração das provas. O processo começa com a publicação de editais de credenciamento de colaboradores que podem ser direcionados a pessoas jurídicas (instituições de ensino) ou pessoas físicas (professores). A partir do credenciamento, é realizada uma seleção para classificação dos perfis que passarão a compor o banco de colaboradores.
De acordo com Eduardo Carvalho Sousa, coordenador-geral de Exames para Certificação do Inep, todos são capacitados para atuar no processo de elaboração de itens. “Os colaboradores tomam conhecimento dos critérios estabelecidos no Guia de Elaboração e Revisão de Itens e das matrizes de competências e habilidades das suas respectivas áreas de conhecimento”, destaca. Depois de capacitados, os colaboradores são convocados para a elaboração de itens. Do momento de elaboração até a sua efetiva aprovação, o item passa por um fluxo de revisão que garante a qualidade técnica e pedagógica, com vistas à sua seleção para compor um Caderno de Questões do Enem.
São etapas desse fluxo:
- Elaboração do item.
- Revisão técnico-pedagógica, desenvolvida por experientes profissionais, em que são analisadas questões de ordem técnica e do próprio conteúdo das áreas.
- Revisão do Inep, realizada por pesquisadores do Inep e/ou por colaboradores convidados para realizar o assessoramento técnico-pedagógico, com o objetivo de validar as etapas anteriores, permitindo, assim, a inclusão do item no Banco Nacional de Itens (BNI).
O BNI é uma coleção de itens de testes de natureza específica – organizada segundo determinados critérios – disponíveis para a construção de instrumentos de avaliação. A manutenção do BNI depende da entrada constante de itens de qualidade. É do BNI que saem os itens que fazem parte do processo de pré-testagem. O pré-teste é a etapa em que um conjunto de itens é exposto a uma amostra populacional com características semelhantes àquelas que possui o público-alvo do Enem e tem por objetivo a estimação de parâmetros, tais como a dificuldade, o grau de discriminação e a probabilidade de acerto ao acaso da questão.
A partir dos resultados obtidos com o pré-teste, são realizadas análises estatísticas que permitem calcular esses parâmetros. As questões que atendem aos critérios preestabelecidos são, então, reincorporadas ao BNI e passam a ficar disponíveis para a montagem de provas futuras. Os itens que não obtêm aprovação são descartados ou encaminhados para aperfeiçoamento e posterior reaplicação em um próximo pré-teste.
Elaboração das provas – O processo de elaboração das provas é feito com os itens disponíveis no BNI. Nesse processo, é levada em conta uma série de quesitos, tais como a ampla cobertura das matrizes de competências e habilidades e a diversidade de temas e autores, evitando-se a recorrência em relação a edições anteriores, por exemplo. Além disso, busca-se uma distribuição em relação ao grau de dificuldade dos itens, de forma que a prova possa avaliar participantes posicionados em todos os níveis das escalas de proficiência.
Depois que os itens de cada área do conhecimento são selecionados, a prova passa por uma cuidadosa revisão linguística e, em seguida, é diagramada, quando chega ao formato da aplicação. Todo o processo, com exceção dos pré-testes, ocorre no Ambiente Físico Integrado Seguro, um espaço de segurança máxima, dentro do Inep, que só pode ser acessado após uma série de procedimentos de segurança. O acesso é restrito a poucos servidores e aos especialistas. A diagramação da prova ocorre em uma sala segura da gráfica.
No final do primeiro semestre, são definidas quais questões vão compor a prova. Os 180 itens são selecionados no acervo de questões do BNI. Essa seleção é feita pelos pesquisadores do Inep, com auxílio de professores de diversas instituições de educação básica e de educação superior de estados diversos. Todos os anos, o Inep elabora três provas distintas, mas de dificuldade equivalente: uma para a aplicação, outra para o Exame Nacional do Ensino Médio para Pessoas Privadas de Liberdade (Enem PPL) e uma terceira, chamada de prova de emergência.
Matriz de referência – A prova do Enem é balizada por matrizes de competências e habilidades para cada uma das quatro áreas do conhecimento: linguagens, códigos e suas tecnologias; ciências humanas e suas tecnologias; ciências da natureza e suas tecnologias; e matemática e suas tecnologias. As matrizes são os documentos que servem como referência para a elaboração dos itens e representam um recorte específico do currículo desenvolvido pelas instituições de ensino para essa etapa da educação, conforme informações dos gestores das redes de ensino sobre o currículo praticado. As matrizes são, portanto, um conjunto de competências e habilidades que se espera que os estudantes tenham desenvolvido ao longo do ensino médio.
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