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Inep comemora 20 anos de criação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)
Para celebrar 20 anos de criação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) fez uma homenagem aos pioneiros do Exame. Em cerimônia no final da manhã desta terça-feira, 20 de novembro, na sede do Inep, em Brasília (DF), foram homenageados os gestores públicos que idealizaram o Enem, em 1998, assim como os 16 autores da Matriz de Referência. O Inep também reconheceu a contribuição dos professores envolvidos com a elaboração de provas; os servidores e colaboradores do Instituto, e as instituições e empresas envolvidas com a aplicação.
As homenagens marcam a estreia do Prêmio Honra ao Mérito Educacional do Inep, que em 2018 se dedica ao Exame Nacional do Ensino Médio. São três categorias: Medalha de Honra ao Mérito, Troféu de Honra ao Mérito e Diploma de Menção Honrosa. Os nomes de todos os agraciados estão na Portaria Inep nº 1.012, publicada também nesta terça-feira, no Diário Oficial da União. Um Troféu de Honra ao Mérito foi dedicado aos professores que, nos últimos 20 anos, participaram da elaboração das provas do Enem e cujos nomes não podem ser anunciados por motivo de sigilo e segurança.
Na mesma cerimônia foi encerrado o Projeto Inep 80 anos, que desde janeiro de 2017 vem resgatando as oito décadas de contribuições do Instituto à educação brasileira, com apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e da Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI).
Documentário – Para eternizar e difundir a importância do maior Exame do Brasil, o Inep exibiu, em “primeira mão”, o documentário “Enem 20 anos: um Exame do tamanho do Brasil”, produzido pela TV Escola. A estreia do filme na programação da emissora será nesta quarta-feira, 21 de novembro, às 21h. Com 27 minutos, o documentário tem como ponto de partida a criação do Exame e revela os principais marcos do Enem, além dos bastidores do aparato logístico. A narrativa é construída com o depoimento dos idealizadores do Exame, autoridades, servidores, professores, prestadores de serviços e participantes do Enem, personagens essenciais para a construção desta história. O documentário será disponibilizado no YouTube do Inep na quinta-feira, 22. O Canal do Inep já exibe uma série de 30 depoimentos e outra de cinco minidocumentários sobre os bastidores do Enem.
Selo Personalizado e Carimbo Comemorativo – Durante a cerimônia, o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), por meio dos Correios, lançou um selo personalizado e um carimbo comemorativo aos 20 anos do Enem, que circularão de 20 de novembro a 19 de dezembro. “É um orgulho para os Correios colaborar com o Enem em tantas edições. Com o selo e o carimbo poderemos perpetuar e divulgar um pouco das muitas conquistas desse Exame”, afirmou o presidente dos Correios, General Juarez de Paula Cunha.
História – As 21 edições do Enem receberam 90 milhões de inscrições. Os resultados hoje são adotados por 1.434 Instituições de Educação Superior no Brasil, via Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e Programa Universidade Para Todos (ProUni), e por 35 instituições de Portugal. As notas do Enem também são usadas pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
Aplicado pela primeira vez em 1998, o Exame Nacional do Ensino Médio nasceu na efervescência das ideias inovadoras da Conferência Mundial sobre Educação para Todos, realizada em Jomtien, na Tailândia, em 1990. Marco de uma nova concepção em Educação, a Conferência de Jomtien inaugurou definições e abordagens. Educar, a partir daquele momento, era a busca pela garantia de todos conhecimentos básicos necessários a uma vida digna para todas as crianças e jovens brasileiros. Lá na frente, vislumbrava-se uma sociedade mais humana, mais justa.
No Brasil, esse compromisso também anunciava uma renovação na aprendizagem. “O Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) se estruturava como a grande avaliação das escolas brasileiras e nos permitia experimentar o moderno conceito de Matriz de Competências e Habilidades que mais tarde serviria ao Enem e ao Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja). Deixávamos de lado a varredura dos conteúdos para investir em uma prova interdisciplinar e capaz de avaliar estruturas de pensamento”, relembra Maria Inês Fini, presidente do Inep e idealizadora do Exame. Foi nesse contexto que o Ministro da Educação Paulo Renato Souza, sensibilizado com a pressão sobre os jovens em sua maratona de vestibulares, demandou um exame com possível aplicação nos processos seletivos das universidades.
“O Enem nasceu como instrumento de avaliação individual de desempenho ao término da escolaridade básica, mas também como referência de autoavaliação. Somava-se a isso sua capacidade de sinalizar a busca por uma escola que pudesse fazer frente aos desafios impressos pela sociedade. A ênfase estava na aferição das estruturas mentais com as quais construímos o conhecimento, e não mais na memória, que sozinha era incapaz de permitir a compreensão de um mundo em constante transformação”, explica Maria Inês. O projeto pedagógico, desde sua concepção, almejava patamares superiores de cidadania, subsidiados no conhecimento. A partir das competências e habilidades com vocação para a atuação em um contexto, tornava-se possível qualificar as estruturas responsáveis pelas interações que estabelecemos com o mundo concreto e social.
Mudanças para 2020 – Desde que foi criado, o Enem passou por grandes transformações, com impacto direto na produção de itens, elaboração das provas, logística de aplicação e uso dos resultados. A maior delas ocorreu em 2009, quando se tornou o grande vestibular nacional, adotando as configurações atuais. Com a homologação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do Ensino Médio e com a Reforma do Ensino Médio, previstos para 2019, o Exame precisará passar por novas mudanças, que serão implementadas a partir de 2020. A proposta para as próximas edições é inovar ainda mais e adequar o Exame às mudanças no Ensino Médio. “O novo Enem deverá ter como propósito ser o reflexo da BNCC. Ele pertence ao mesmo pacote de mudanças do Ensino Médio, que deverá ficar mais flexível e adaptado aos interesses de cada aluno”, explica Maria Inês.
A proposta obrigatoriamente deverá ter o caráter interdisciplinar que já marcou a concepção do Enem. A ideia é de um Exame com duas etapas: uma mais geral, com a integração das cinco áreas da Reforma do Ensino Médio; e outra mais específica, associada ao curso superior que o participante deseja, este sim vinculado a um perfil profissional. Aqueles que quiserem cursar engenharia, por exemplo, farão apenas a prova de matemática, e o mesmo servirá para as outras áreas de atuação. Com a mudança, as provas ficarão menores. “A ciência da avaliação já demonstrou ao longo desses 20 anos que é possível avaliar bem com menos itens”, explica Maria Inês.
Assessoria de Comunicação Social