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Enem mostra visão dos estudantes sobre violência
Na visão dos estudantes que acabaram de concluir o ensino médio, a desigualdade social, a falta de escolaridade e a desestruturação familiar são as principais causas da violência no País. Como conseqüência do problema, eles apontam a privatização do mercado de segurança, a lotação dos presídios e a falta de perspectiva. As informações foram pinçadas das 1,2 milhão de redações do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2003 por 600 professores que, ao corrigirem os textos, destacaram as idéias recorrentes.
O tema da redação do Enem foi "A violência na sociedade brasileira: como mudar as regras desse jogo?". Em quase todos os textos, as causas da violência são atribuídas ao ensino precário e à falta de investimentos necessários na educação e saúde. As drogas, a perda de valores religiosos e éticos e a ausência de planejamento familiar também foram destacadas como motivos do problema. Para os estudantes, conforme relata o documento, "a corrupção política e policial, que provoca descrença generalizada nas instituições, estaria levando a um crescente armamento da sociedade civil, gerando uma contagiante falta de segurança, ao desrespeito às leis e conseqüente falência do sistema penitenciário, causando uma intolerável impunidade". Outro aspecto abordado foi a falta de atividades culturais, esportivas e de lazer.
Como forma de solucionar o problema da violência, foi quase unânime a percepção dos participantes do Enem da necessidade de investimentos em educação e geração de empregos. Como medida urgente, os estudantes apresentaram uma série de propostas: combate às drogas; melhoria da polícia; revisão do Código Penal; investimento nas penitenciárias para reintegração social; desarmamento da população; resgate e cultivo de valores éticos e religiosos visando à reestruturação familiar; investimento em programas sociais, culturais e esportivos; criação de programas de regionalização do emprego; investimentos em moradia; implantação de projetos sociais; conscientização da população por meio de campanhas publicitárias e reforma agrária.
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