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Enem demonstra conhecimento dos alunos ao final da educação
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Uma parcela significativa dos alunos brasileiros que concluem a educação básica consegue usar os conhecimentos adquiridos na escola para tomar decisões práticas e resolver problemas simples do dia-a-dia. Mas tem dificuldade para solucionar questões complexas, que exigem raciocínio mais apurado.
Este é um dos principais destaques do primeiro Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), realizado no dia 30 de agosto deste ano pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão ligado ao Ministério da Educação.
"Os resultados são positivos em função da estrutura da prova, que avaliou as habilidades e as competências básicas desenvolvidas pelos alunos ao longo da escolaridade básica. Foi um desafio novo para os alunos. Normalmente, as provas são formuladas para cobrar apenas conteúdos específicos. No Enem foi diferente: os alunos não precisaram decorar fórmulas e macetes para fazer a prova, pois o que cobramos deles foi a capacidade de aplicar o que aprenderam para resolver problemas do seu cotidiano", ressalta o ministro da Educação, Paulo Renato Souza.
Os resultados do exame, que se propõe a ser uma alternativa de acesso ao ensino superior e uma referência para o mercado de trabalho, foram divulgados ontem (16 de dezembro). A divulgação foi feita pelo ministro da Educação, a presidente do Inep, Maria Helena Guimarães de Castro, e a coordenadora do Enem, Maria Inês Fini.
O Enem foi aplicado no dia 30 de agosto em 184 municípios, incluindo todas as capitais. Participaram do exame, que é voluntário, 115.575 alunos concluintes e egressos do ensino médio, de um total de 157.221 inscritos. Grande parte dos alunos (82,9%) teve sua taxa de inscrição, no valor de R$ 20,00, paga pelas secretarias estaduais e municipais de Educação.
No exame, a maioria dos participantes que respondeu ao questionário-pesquisa é do sexo feminino (62,8%). Afirmaram possuir entre 17 e 18 anos, 52% do total. Disseram ter cursado o ensino médio em escolas públicas, 78,1%. A maior parte (86,9%) informou estar concluindo o ensino médio este ano, contra 9,1% que concluíram em anos anteriores.
Como foi o desempenho em redação e na prova de conhecimentos gerais
O desempenho dos participantes do Enem foi medido em duas provas: uma de redação e outra de conhecimentos gerais, composta por 63 questões multidisciplinares.
"Queríamos avaliar o que os alunos efetivamente assimilam de conhecimento ao longo dos seus estudos e agora sabemos o que eles são capazes de fazer com o aprendizado que adquirem", afirma o ministro.
Levando em consideração as três faixas de desempenho na prova de redação, 24,6% dos participantes tiveram seu rendimento classificado como bom/excelente; 37,6% como regular/bom e 37,8% como insuficiente/regular. Em redação, a nota média atingida pelos participantes foi 4,6.
Na prova de conhecimento gerais, o desempenho de uma parte considerável de participantes situou-se na faixa regular/bom (36,7%) e um número reduzido atingiu a faixa bom/excelente (4,6%), embora a maioria dos participantes tenha alcançado rendimento insuficiente/regular (58,7%). Em conhecimentos gerais, a nota média atingida pelos participantes foi 4.
A boa performance dos participantes do exame em redação pode ser explicada, segundo Maria Inês Fini, pela natureza da proposta e pelos critérios de correção, que valorizaram a coesão e a coerência do texto.
A coordenadora do Enem considera que o tema da redação - "viver e aprender" inspirado na letra da música "O que É o que É", de Gonzaguinha, foi simples e familiar à maioria dos participantes, bem como o tipo de texto solicitado a dissertação.
O desempenho dos participantes na prova de conhecimentos gerais foi medido de acordo com as cinco competências do Enem: domínio da linguagem; compreensão de fenômenos; solução de problemas; construção de argumentações consistentes; e elaboração de propostas de intervenção na realidade.
Domínio da linguagem
A primeira competência, que avalia o domínio das diferentes linguagens, representa o nível básico do desempenho cognitivo, que pode ser atingido ao final da escolaridade básica.
Esta competência apresentou o maior percentual de participantes com desempenho bom/excelente (8,7%) e regular/bom (44,5%) e o menor percentual na faixa insuficiente/regular (46,8%). A nota média em domínio de linguagem foi a mais alta: 4,2.
Compreensão de fenômenos
As notas da segunda competência avaliada, sobre a compreensão de fenômenos naturais e sociais, diminuíram um pouco, mostrando que o desempenho baixa à medida que aumenta o grau de complexidade das competências avaliadas.
O desempenho de 52,3% dos participantes foi considerado insuficiente/regular; 42,6% receberam notas regular/bom; e 5,1% ficaram com bom/excelente. A nota média dos participantes, nesta competência, foi 4,1.
Solução de problemas
Nesta competência, a maioria dos participantes se concentra na faixa de desempenho insuficiente/regular (57%), mas continua sendo significativo o percentual de alunos na faixa regular/bom (38%) e bom/excelente (5%). A nota média na solução de problemas foi 4.
Construção de argumentações consistentes
É na quarta competência que se encontra o desempenho mais baixo da prova. Esta competência requer a organização das informações e conhecimentos disponíveis em situações concretas, para a construção de argumentações consistentes.
O percentual de participantes na faixa de desempenho insuficiente/regular subiu para 61,8% e houve uma queda na faixa de desempenho regular/bom (32,6%). O percentual de participantes com rendimento bom/excelente manteve-se estável (5,6%). A nota média baixou para 3,7.
Elaboração de propostas de intervenção na realidade
Quando as questões do Enem testaram os conhecimentos adquiridos na escola para elaboração de propostas de intervenção na realidade, na quinta e mais complexa competência do exame, o desempenho voltou a melhorar. Mas o índice de insuficiente/regular ainda continuou sendo maioria (55,4%), contra 39,3% de regular/bom e 5,3% de bom/excelente. A nota média dos participantes, nesta competência, foi de 3,9.
Exame pode ser alternativa ao vestibular, sugere ministro da Educação
Todas as instituições de ensino superior, públicas e privadas, poderão utilizar os resultados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para selecionar alunos, sugere o ministro Paulo Renato.
"Quando resolvemos criar o Enem, pensamos em fazer um exame para avaliar não só o desempenho individual dos alunos, mas que viesse a ser referência ao mercado de trabalho e para seleção de alunos à universidade", sustenta.
Paulo Renato lembra, entretanto, que as instituições de ensino superior têm autonomia para definir os critérios de seleção, "desde que dêem oportunidades iguais a todos os candidatos".
Resolução aprovada recentemente pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) definiu as regras de ingresso ao ensino superior. De acordo com essas novas regras, as instituições não poderão reservar vagas para alunos de escolas conveniadas, mas poderão, por exemplo, fazer a seleção pelas notas obtidas no Enem ou, ainda, por meio de programas de avaliação seriada. A análise do histórico escolar dos alunos também pode ser uma alternativa.
A Pontifícia Universidade Católica (PUC), do Rio de Janeiro, foi uma das primeiras instituições a selecionar alunos através dos resultados do Enem. Já garantiram sua vaga para o primeiro semestre do próximo ano, sem prestar concurso vestibular, 264 estudantes que alcançaram desempenho superior a 70% no exame. Outras instituições do Rio e de outros estados estão selecionando alunos por meio dos resultados obtidos no exame.
Resultados confirmam avaliações já realizadas
Os resultados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) confirmam o que já havia sido constatado em avaliações anteriores da educação básica feitas pelo Inep, como o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb).
As confirmações:
- quanto maior é a distorção série-idade dos alunos pior é o desempenho;
- as moças vão melhor em redação e os rapazes, em conhecimentos gerais;
- o desempenho de alunos cujos pais possuem nível superior fica bem acima dos alunos cujos pais possuem pouca ou nenhuma escolaridade;
- os alunos que cursaram toda a educação básica em escola pública apresentam rendimento inferior ao dos alunos que estudaram sempre em escolas privadas;
- os alunos provenientes de famílias com renda mensal acima de 10 salários mínimos têm desempenho muito superior ao daqueles em que as famílias possuem renda de um a seis salários mínimos;
- embora não seja significativa a diferença, os alunos que estudam no período noturno e que trabalham durante o dia rendem menos do que aqueles que estudam no período diurno e não trabalham.
Expectativa de fazer vestibular é de 92,9% dos participantes
Expandir o número de vagas no ensino superior é uma necessidade urgente para o País. Dos participantes do Enem, 92,9% responderam que têm expectativa de prestar exame vestibular e dar continuidade aos estudos.
Como a maioria dos participantes (49,3%) estuda no período noturno e 58,3% exercem alguma atividade remunerada durante o dia, a demanda sobre vagas no ensino superior deverá recair sobre o período noturno.
"Para garantir que esses alunos dêem prosseguimento aos seus estudos, é preciso que as instituições públicas federais de ensino superior aumentem a oferta de vagas em cursos seqüenciais e de graduação no período noturno", propõe o ministro da Educação.
Segundo ele, há uma demanda reprimida por vagas em cursos profissionalizantes de curta duração. Como exemplo, ele cita que 82% dos participantes do Enem manifestaram interesse em fazer curso profissionalizante e adquirir melhor preparo para trabalhar.
Atualmente, cerca de 82% das vagas abertas pelas universidades públicas federais concentram-se no período diurno, enquanto nas instituições particulares a oferta de vagas é predominantemente noturna (66,7%).
O ministro diz ainda que a oferta de vagas no ensino superior não vem acompanhando com a mesma intensidade o crescimento do número de concluintes do ensino médio.
No período de 1994 a 1998, as matrículas no ensino superior cresceram 25,5%, para um aumento do número de concluintes do ensino médio de 45,2% no período de 1994 a 1997.
Maioria tem na religião única forma de inserção social
Para 80,6% dos 114.196 participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que responderam o questionário-pesquisa, para levantamento de dados socioeconômicos, a religião é a principal forma de participação social, superando em muito as outras alternativas colocadas.
A maioria absoluta dos participantes garante não se envolver com atividades comunitárias, esportivas, estudantis, políticas, de recreação e sindicais.
Disseram participar de grêmios estudantis apenas 17,1% dos participantes; de clubes recreativos e associações esportivas, 41,7%; de grupos de bairro e associações comunitárias, 17,3%; de sindicatos e associações profissionais, 8,2%; de partidos políticos e movimentos sociais, 11,9%.
"Os jovens revelam uma mudança comportamental muito grande. Ao mesmo tempo que eles manifestam preocupação com temas políticos como a pobreza, o desemprego, a Aids e o meio ambiente, demonstram falta de interesse em participar de atividades políticas. Eles se interessam pelo assunto, mas não se sentem motivados a participar dos movimentos sociais, dos sindicatos e dos partidos políticos", analisa a presidente do Inep, Maria Helena Guimarães de Castro.
Pobreza, Aids e meio ambiente são as maiores preocupações
Questões sociais como a pobreza e o desemprego despertam muito o interesse dos participantes do Enem. Para 94,7% dos alunos que responderam o questionário-pesquisa do exame, essas são suas maiores preocupações.
Outras preocupações que tiveram um percentual elevado de respostas foram meio ambiente (93,4%) e assuntos sobre comportamento sexual e Aids (93,3%).
Por outro lado, os participantes demostraram pouca preocupação com os assuntos econômicos: apenas 36,8% afirmaram ter interesse pelo tema. A política desperta o interesse de 71,7%, mas há um percentual elevado (23,5%) de participantes que dizem não se preocupar com o assunto.
A preocupação com a pobreza, o desemprego, a Aids e o meio ambiente, na avaliação da presidente do Inep, representa que os estudantes brasileiros estão atualizados com seu tempo, pois estes assuntos despertam hoje a consciência dos jovens em todo mundo.
"O desemprego é um fantasma que ronda todas as classes sociais, mas, principalmente, os segmentos de baixa escolaridade, que têm chances reduzidas de obter um bom emprego no concorrido mercado de trabalho. Já a preocupação com o meio ambiente pode estar ligada à qualidade de vida, que é um assunto de interesse mundial. A preocupação com a Aids, por sua vez, significa que os alunos brasileiros estão cientes do problema e que as campanhas de prevenção vêm surtindo efeito", avalia Maria Helena.
Questão com o maior percentual de acerto no Enem: 77%
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Um armazém recebe sacos de açúcar de 24 kg para que sejam empacotados em embalagens menores. O único objeto disponível para pesagem é uma balança de 2 pratos, sem os pesos metálicos. |
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Realizando uma única pesagem, é possível montar pacotes de:
(A) 3kg (B) 4kg (C) 6kg (D) 8kg (E) 12kg |
Resposta correta: E
Questão com o menor percentual de acerto no Enem: 10%
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No quadro abaixo estão as contas de luz e água de uma mesma residência. Além do valor a pagar, cada conta mostra como calculá-lo, em função do consumo de água (em m 3 ) e de eletricidade (em kwh). Observe que, na conta de luz, o valor a pagar é igual ao consumo multiplicado por um certo fator. Já na conta de água, existe uma tarifa mínima e diferentes faixas de tarifação. |
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Companhia de Eletricidade | ||||
Fornecimento |
Valor - R$ |
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401 KWH ´ 0,13276000 |
53,23 |
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Companhia de Saneamento | ||||
Tarifas de água / m 3 | ||||
Faixas de consumo |
Tarifa |
Consumo |
Valor - R$ |
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até 10 |
5,50 |
tarifa mínima | ||
11 a 20 |
0,85 |
7 | ||
21 a 30 |
2,13 |
|||
31 a 50 |
2,13 |
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acima de 50 |
2,36 |
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Suponha agora que dobre o consumo dágua. O novo valor da conta será de:
(A) R$ 22,90 (B) R$ 106,46 (C) R$ 43,82 (D) R$ 17,40 (E) R$ 22,52 |
R esposta Correta: C
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