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Edição 2021 marca 5 anos da videoprova em Libras no Enem
Desde o Enem 2017, participantes surdos e deficientes auditivos podem utilizar o recurso da videoprova em Língua Brasileira de Sinais (Libras). Créditos: Inep/Acervo Inep
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2021 traz consigo uma marca relevante para a acessibilidade. Nesta edição, participantes surdos e deficientes auditivos terão acesso ao recurso da videoprova em Língua Brasileira de Sinais (Libras) pelo quinto ano consecutivo. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) implementou a modalidade de prova na edição 2017, após uma série de estudos em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina.
Desde então, o recurso é ofertado à comunidade surda que tem Libras como primeira língua. Em cinco anos, mais de 5 mil pessoas realizaram o Enem por meio dessa modalidade de prova. Também em 2017, o tema da redação do exame foi preponderante na ampliação do debate sobre o assunto. Os participantes tiveram de dissertar sobre os “Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil”.
Como funciona – Na videoprova em Libras, as questões e as opções de respostas são apresentadas em Língua Brasileira de Sinais por meio de um vídeo. A videoprova tem mesmo número, ordem e valor de questões da prova regular, além da garantia de qualidade e das normas de segurança máxima de todas as provas do Enem. Só não são integralmente traduzidas para Libras as questões de língua estrangeira moderna. Nessas questões, somente os trechos originalmente em português são traduzidos para Libras.
Cada participante faz a prova em um notebook. As orientações, os enunciados das questões e as alternativas de respostas são apresentados em Libras por meio de vídeos gravados em DVDs. Junto com o notebook e os DVDs, o participante também recebe o Caderno de Questões, a Folha de Redação e Cartão-Resposta, onde deve marcar as respostas. Além disso, o candidato pode escolher qual área do conhecimento fazer primeiro e pode assistir aos vídeos na ordem que preferir. A redação também deve ser escrita em português, mas possui uma matriz de correção específica, que leva em consideração as características linguísticas dessa população.
A prova é aplicada em ambientes especialmente preparados para garantir sigilo, autonomia e segurança. A sala pode ter até 20 participantes usando o recurso, e nela atuam dois intérpretes, três fiscais e um técnico de informática. Os intérpretes fazem a mediação entre ouvintes e usuários de Libras. Esses profissionais não podem auxiliar os participantes na tradução das questões da prova. Após a aplicação, os participantes respondem a um questionário, também em Libras, avaliando o recurso. O questionário é disponibilizado na Página do Participante e pode ser acessado ao final de cada dia de aplicação.
Plataforma – Em 2018, o Inep criou a Plataforma Videoprova em Libras, na qual a modalidade de prova pode ser acessada em interface similar à adotada na aplicação. Atualmente, a plataforma é uma ferramenta fundamental na preparação dos participantes surdos e deficientes auditivos, que têm acesso aos enunciados e às opções de respostas das provas. Isso permite uma preparação mais adequada a esses participantes, inclusive com o acesso ao gabarito das provas disponíveis.
Enem em Libras – Ainda em 2018, o Instituto lançou o selo Enem em Libras, sob o qual são publicados os editais, provas, cartilhas, campanhas e demais materiais dos exames e avaliações, em Língua Brasileira de Sinais. Com isso, o Instituto reafirma o compromisso com a comunidade surda.
Acessibilidade – Desde o ano 2000, terceira edição do Enem, 17 anos antes da implementação da videoprova em Libras, o Inep já havia se operacionalizado para atender pessoas com necessidades especiais e passou a oferecer prova em braile, ampliada, auxílio para leitura e transcrição, além de tradutor/intérprete em Língua Brasileira de Sinais. Desde 2013, o Instituto publica os editais do Enem em Libras. A medida faz parte do conjunto de iniciativas que compõem a Política de Acessibilidade e Inclusão do Inep, que visa ampliar as oportunidades de participação da sociedade em seus exames e avaliações.
Acessibilidade digital – Na edição 2021, o Enem Digital também contará com atendimento especializado e recursos de acessibilidade, entre eles o tradutor-intérprete de Libras. Os participantes que tiverem pedido de atendimento aprovado poderão realizar, por exemplo, prova ampliada e superampliada. Todos os participantes com atendimento especializado nessa versão do exame também contarão com a funcionalidade de prova com contraste.
Ainda será permitido que os inscritos usem materiais próprios que auxiliem na realização da prova no computador, caso seja necessário. Tempo adicional e salas acessíveis também são alguns dos recursos previstos no edital da modalidade digital. Com exceção da prova com contraste, todos esses recursos também são disponibilizados na versão impressa.
Enem 2021 – Ao todo, 3.109.762 pessoas tiveram as inscrições confirmadas no Enem 2021. O número corresponde ao total de participantes das duas versões do exame (impressa e digital). O Inep registrou 3.040.871 inscritos para a versão em papel. Para a modalidade digital, que teve as 101.100 vagas ofertadas preenchidas durante o período de inscrições, foram confirmados 68.891 participantes. As duas versões serão aplicadas nas mesmas datas: 21 e 28 de novembro. Cabe destacar que, nesta edição, ambas as versões terão itens de prova iguais e mesmo tema de redação.
Enem – O Exame Nacional do Ensino Médio avalia o desempenho escolar dos estudantes ao término da educação básica. Ao longo de mais de duas décadas de existência, tornou-se uma das principais portas de entrada para a educação superior no Brasil, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e de iniciativas como o Programa Universidade para Todos (ProUni), ambas ações do Ministério da Educação (MEC).
Instituições de ensino públicas e privadas utilizam o Enem para selecionar estudantes. Os resultados são usados como critério único ou complementar dos processos seletivos, além de servirem de parâmetros para acesso a auxílios governamentais, como o proporcionado pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
Os resultados individuais do Enem também podem ser usados nos processos seletivos de instituições portuguesas que possuem convênio com o Inep para aceitarem as notas do exame. Os acordos garantem acesso facilitado às notas dos estudantes brasileiros interessados em cursar a educação superior em Portugal.
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Assessoria de Comunicação Social do Inep