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População adulta volta à sala de aula
Educação básica tem 3,7 milhões de alunos com mais de 25 anos
Pela idade, eles já poderiam ter concluído o ensino superior, mas ainda freqüentam as salas de aula da educação básica. De acordo com o Censo Escolar de 2003, 3,7 milhões de alunos com 25 anos ou mais estavam matriculados nos ensinos fundamental e médio regulares e na educação de jovens e adultos. Eles, que não tiveram a oportunidade de terminar os estudos no período apropriado à faixa etária, representam 7,7% dos 47,9 milhões de estudantes dessas etapas de escolarização.
Os dados do Censo Escolar, realizado anualmente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC), comprovam a volta à escola da população adulta. Há cinco anos 2,6 milhões dos alunos da educação básica tinham idade de 25 anos ou mais. Em 1999, eles representavam 5,5% das 46,9 milhões de matrículas do ensino fundamental e médio e da educação de jovens e adultos.
O maior contingente de alunos de 25 anos de idade ou mais foi verificado na Região Nordeste, onde estuda 1,6 milhão. Entre os Estados, São Paulo e Bahia têm mais estudantes: 531 mil e 465 mil, respectivamente. No Pará e no Acre foram registrados os mais elevados índices (14,9% e 13,2%, respectivamente) de matrículas nessa faixa etária. Por outro lado, o menor percentual está em Minas Gerais: 3,5%.
"Valeu a pena" - O pedreiro João Pereira da Silva realiza, em 2004, um sonho interrompido há 12 anos: voltou a estudar, em 2001, e agora, aos 32 anos, vai concluir o ensino médio. Para trabalhar, ele abandonou a escola na 8ª série do ensino fundamental. "Sempre gostei de estudar, mas por falta de oportunidade larguei os estudos. A vida está difícil para quem não estuda e o mercado de trabalho muito competitivo", alega o aluno do curso noturno da Escola Estadual Anthero Soares Bezerra, em Xapuri (AC). "Agora, vou correr atrás de uma faculdade", acrescenta.
Aluno da escola de Xapuri, o comerciante Roberto dos Santos Espinosa, de 31 anos, também vai concluir o ensino médio em 2004 depois de oito anos fora da sala de aula. Como vigilante, Roberto não conseguia conciliar a atividade profissional com os estudos, pois um mês trabalhava durante o dia e outro no período da noite. "Valeu a pena ter voltado. É muito importante hoje em dia ter os estudos", afirma.
Esses depoimentos, na visão do presidente do Inep, Eliezer Pacheco, mostram que o próprio trabalho, responsável pela saída desses estudantes da escola, agora faz com que eles retornem à sala de aula. "A exigência do mercado, aliada à ampliação da oferta de vagas, contribuiu para crescimento da matrícula da população adulta", comenta. Na sua avaliação, o aumento do número de alunos com mais de 25 anos é bom, pois indica uma busca pela melhoria da escolaridade.
Educação superior - De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 4,7 milhões de brasileiros com 25 anos de idade ou mais estavam na educação básica ou superior em 2002, o que equivale a 5,3% dessa população. Do total, dois terços estudavam na rede pública. Eles têm, em média, 6,1 anos de estudos.
Segundo a pesquisa, 7,3% da população nessa faixa etária já terminaram a educação superior. O maior índice foi registrado na Região Sudeste, onde 9,2% concluíram o curso de graduação. Entre as unidades da Federação, o mais elevado percentual (15,9%) foi registrado no Distrito Federal e o mais baixo no Maranhão: 2%.
Assessoria de Imprensa do Inep