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Meninas têm mais sucesso na trajetória escolar; desafio é corrigir distorções para os meninos
O sistema educacional brasileiro não apresenta discriminação de gênero no acesso à escola, de acordo com os dados do Censo da Educação Básica 2019 e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. Da creche aos anos iniciais do ensino fundamental, a proporção de meninos e meninas se mantém equilibrada e corresponde à distribuição populacional na faixa etária equivalente. Na semana em que se celebra o Dia Internacional da Mulher, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que realiza anualmente as maiores pesquisas estatísticas educacionais do país, aponta as diferentes trajetórias entre homens e mulheres na educação brasileira.
Equilíbrio no acesso – Quando se observa o ingresso de alunos na educação infantil e no 1º ano do ensino fundamental, o percentual de matriculados é de aproximadamente 51% de meninos e 49% de meninas, como evidenciam os dados extraídos do Censo Escolar 2019 na tabela abaixo.
Matrículas da Educação Básica - Ensino Fundamental e Médio - Censo de 2019
Os dados revelam, segundo o diretor de Estatísticas Educacionais do Inep, Carlos Eduardo Moreno, que este é um fenômeno positivo nos primeiros anos da trajetória escolar. “Não há discriminação de gênero no acesso à educação no Brasil”, analisa o diretor.
5º ano
– A proporção entre homens e mulheres começa a sofrer mudanças a partir do 5º ano do ensino fundamental, quando se observa um aumento na participação dos garotos, que alcançam 52% do total de matrículas. Isso acontece em função de a repetência atingir, com maior intensidade, os meninos, aumentando, com isso, o contingente do sexo masculino nos primeiros anos do ensino fundamental. Como consequência, aumentam as taxas de distorção idade-série entre os meninos, como se vê pelo gráfico abaixo.
Em função do acúmulo de repetências, aumentam, a partir dos anos finais, as taxas de evasão entre os meninos. Esse fenômeno resulta em uma maior proporção de meninas ao final do ensino fundamental, já que elas têm uma trajetória de maior sucesso quando comparada à dos meninos. No 9º ano, o último do ensino fundamental, as alunas já são maioria, representando 50,8% dos estudantes.
Proporção de mulheres – Durante o ensino médio, o percentual de mulheres continua crescendo em relação aos estudantes do sexo masculino, atingindo 53,9% dos matriculados na 3ª série. O fenômeno se mantém entre os alunos que ingressam na educação superior. De acordo com o Censo da Educação Superior 2018, as mulheres representam 56,1% dos ingressantes nessa etapa de ensino.
Entre os concluintes na educação superior, 60,5% dos formandos são do sexo feminino. “As meninas têm mais sucesso na trajetória educacional. Uma conquista das mulheres, que deve ser comemorada”, avalia Moreno. “As condições necessárias para que diferenças salariais, por exemplo, diminuam no futuro estão dadas”, conclui o diretor do Inep.
Censo Escolar – O Censo Escolar da Educação Básica é anual, feito com base nos documentos administrativos das escolas e redes de ensino, e tem por referência a última quarta‐feira do mês de maio. Principal pesquisa estatística sobre a educação básica, o censo é coordenado pelo Inep e realizado em regime de colaboração com as secretarias estaduais e municipais de educação. Com a participação de todas as escolas públicas e privadas do país, abrange as diferentes etapas e modalidades da educação básica: regular, especial, profissional e educação de jovens e adultos. Além disso, apresenta informações sobre matrículas, docentes, escolas e gestores.
Censo Superior – Realizado anualmente pelo Inep, o Censo da Educação Superior reúne informações sobre as instituições de educação superior, os cursos, os docentes e os alunos. O preenchimento da pesquisa é pré-requisito para a expedição de atos regulatórios e para a participação das instituições em programas do Ministério da Educação (MEC), como o Programa Universidade para Todos (ProUni), o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e as bolsas subsidiadas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). O censo financia, ainda, a Avaliação da Educação Superior, sendo insumo para o cálculo do Conceito Preliminar de Curso (CPC) e do Índice Geral de Cursos (IGC), dois dos Indicadores da Qualidade da Educação Superior divulgados pelo Inep.
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Assessoria de Comunicação Social