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Expansão educacional provoca aumento de alunos por turma
É o que mostra estudo sobre a década de 90. Na rede municipal da Região Norte, o número de estudantes por classe passou de 25,6 para 41,6
Em 2000, as escolas de ensino fundamental tinham 6,5 milhões de alunos a mais do que em 1991. No mesmo período, houve um acréscimo de 84.761 turmas. Essa expansão desproporcional provocou um aumento expressivo do número médio de estudantes por classe, que passou de 28,5 para 32,2 em dez anos. Para se manter no mesmo patamar do início da década, o País deveria ter aberto 228.769 turmas.
Os dados estão na publicação A Educação no Brasil na Década de 90, produzida pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC) e que pode ser acessada no endereço www.inep.gov.br. O trabalho reúne e sintetiza os principais indicadores educacionais do País nesse período. Os dados foram produzidos a partir das avaliações e dos levantamentos censitários, de todos os níveis e modalidades de ensino.
O crescimento do número de estudantes por turma foi mais expressivo na rede municipal, que, nos últimos anos, passou a concentrar as matrículas do ensino fundamental. Em 1991, cada classe tinha 26,6 alunos e, em 2000, subiu para 34. O sistema mantido pelas prefeituras, na Região Norte, foi o que mais colocou estudantes numa única turma. Passou de 25,6 para 41,6.
O ensino médio, que recebeu 4,4 milhões de novas matrículas em dez anos, também aumentou a quantidade de alunos por turma: de 34,6 para 38,3. Para que o número médio de estudantes por classe não aumentasse, seriam necessárias 127.753 turmas, mas foram criadas 104.878 no período. Neste nível de escolarização, o maior impacto foi na rede estadual, que passou de 34,7 para 39,8 alunos por classe.
A partir do estudo é possível identificar que o aumento do número de professores não acompanhou o crescimento da matrícula nesse período, o que também explica a elevação da quantidade de estudantes por turma. De 1991 a 2000, mais 171.087 funções docentes passaram a ser ocupadas no ensino médio, mas a relação aluno por professor subiu de 14,5 para 19.
Municipalização: Um dos fenômenos que ocorreu na década passada foi a municipalização das matrículas no ensino fundamental. Em 1991, o número de alunos nas redes estaduais era de 16 milhões e caiu para 15,8 milhões no final da década. Todo o crescimento aconteceu nas redes municipais, onde a quantidade de estudantes saltou de 9,5 milhões para 16,7 milhões.
A rede municipal também foi a que absorveu todo o aumento no contingente de estudantes da pré-escola na última década. O crescimento foi de 76%, passando de 1,7 milhão para 3 milhões de alunos. No mesmo período, a rede estadual encolheu e a particular ficou estável.
EVOLUÇÃO DOS DADOS EDUCACIONAIS - BRASIL
Ensino Fundamental | Ensino Médio | |||
1991 | 2000 | 1991 | 2000 | |
Escolas | 193.681 | 181.493 | 11.820 | 19.456 |
Matrículas | 29.203.724 | 35.717.948 | 3.772.698 | 8.192.948 |
Funções docentes | 1.294.007 | 1.538.011 | 259.380 | 430.467 |
Concluintes | 1.133.246 | 2.648.638 | 666.367 | 1.836.130 |
Número de turmas | 1.024.492 | 1.109.253 | 109.037 | 213.915 |
Alunos por turma | 28,5 | 32,2 | 34,6 | 38,3 |
Taxa de abandono | 18,3% | 12,0% | 21,9% | 16,0% |
Taxa de distorção idade/série | 64,1% | 41,7% | 72,4% | 54,9% |
Fonte: Inep/MEC
Assessoria de Imprensa do Inep