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Celpe-Bras
Exame de proficiência em português reúne mais de cinco mil inscritos em 35 países
Aplicação da prova escrita na Universidade Federal de Minas Gerais
Aplicação da prova escrita na Universidade Federal de Minas Gerais
Aplicação da prova escrita na Universidade Federal de Minas Gerais
Mais de 5 mil estrangeiros tentam comprovar se dominam ou não a língua portuguesa. Na manhã desta terça-feira, em 35 países, foi realizada a prova escrita do Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros (Celpe-Bras). As provas orais serão realizadas até quinta-feira, dia 20. Nessa etapa cada candidato é avaliado individualmente.
Para muitos, o certificado define o futuro. "Passar significa entrar na universidade. Não passar significa voltar pra casa", afirmou Israel Katumbe, 23 anos, original do Congo. Há oito meses, ele vive em Belo Horizonte onde estuda português com outros africanos. "É a chance que temos para ficar ou não na universidade", completa.
Realizado desde 1998 (a partir de 2009 pelo Inep) em duas edições anuais, o Celpe-Bras vem crescendo nos últimos anos. De 2014 para 2015, o número de inscritos cresceu 31%. E de 2015 para 2016, 6%. Esta edição é a maior desde a criação do exame, com 5.624 inscrições homologadas.
Para o professor Leandro Rodrigues Alves Diniz, um dos coordenadores do exame na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), membro da comissão técnica e aplicador do Celpe-Bras desde 2005, vários fatores podem explicar essa maior procura pelo exame. "O Celpe-Bras é um importante instrumento de política linguística para a promoção do português. Muitos intercambistas buscam o certificado, mas também vemos crescer as inscrições de médicos e de alunos do Programa de Estudantes Convênio de Graduação (PEC-G), parceria do Ministério da Educação (MEC) com o Ministério das Relações Exteriores (MRE). Esses últimos, em geral, chegam com um conhecimento básico de português e acompanhamos o idioma se fortalecer", comenta o professor que dá aulas de português para estrangeiros na universidade.
Médicos – A chegada de muitos médicos estrangeiros ao país também promoveu uma corrida pelo certificado de proficiência. O médico cubano Julieser Matos, de 36 anos, vive no Espírito Santo há três. Casado com uma brasileira, este ano está tentando não só o Celpe-Bras, mas também o Revalida, outro exame do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) para validação de diplomas de medicina expedidos no exterior.
"O Conselho Federal de Medicina exige o Celpe-Bras e o Revalida para eu atuar como médico no país", comenta Julieser, que sonha poder trabalhar em outras frentes com a profissão e nesse caso precisa do nível de proficiência intermediário superior.
Provas – O Celpe-Bras será aplicado de 18 a 20 de outubro em 29 postos credenciados do Brasil e em 57 no exterior. Realizado pelo Inep, é o único certificado oficial brasileiro de proficiência em português, sendo aceito, internacionalmente, em empresas e em instituições de ensino como comprovação de competência na Língua Portuguesa.
Segundo Eunice Santos, diretora de Gestão e Planejamento do Inep, esse certificado possibilita que estrangeiros frequentem cursos de graduação e programas de pós-graduação com bolsa de estudo do governo. "O Celpe-Bras também é usado para a validação de diplomas de profissionais estrangeiros que pretendem trabalhar no país”, explica.
Podem se submeter ao Celpe-Bras cidadãos estrangeiros e brasileiros, residentes no Brasil e no exterior, com no mínimo 16 anos completos na data do exame, e que não tenham o português como língua materna. A escolaridade mínima para fazer o exame é equivalente ao Ensino Fundamental brasileiro.
As mulheres são mais do que o dobro dos homens inscritos. Aqueles que têm o idioma espanhol como língua materna são, consideravelmente, os que mais buscam a certificação, seguidos pelos falantes de língua francesa.
A prova escrita, com duração de três horas, é composta por quatro tarefas que integram compreensão oral e produção escrita (uma tarefa baseada em vídeo e outra em áudio) e duas que integram leitura e mais uma produção escrita. A avaliação oral compreende atividade de interação face a face, com duração de 20 minutos.
O participante é classificado em um dos quatro níveis de proficiência. Aqueles que obtiverem pontuação entre 2 e 2,75 serão classificados no nível intermediário; entre 2,76 e 3,5, no intermediário superior; entre 3,51 e 4,25, no avançado; entre 4,26 e 5, no avançado superior. Com menos de dois pontos a certificação não é concedida.
Assessoria de Comunicação Social