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Inep inicia pesquisa sobre alfabetização no Brasil
Quais os parâmetros para estabelecer que um estudante é alfabetizado? Que habilidades uma criança precisa dominar para ser caracterizada como tal? Como medir o nível de alfabetização no Brasil de maneira padronizada? É em busca destas respostas que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) aplica, a partir deste sábado, 15 de abril, a pesquisa Alfabetiza Brasil, que deve dar suporte a políticas do Ministério da Educação (MEC) para combater o analfabetismo escolar.
Até o dia 23 deste mês, 341 professoras alfabetizadoras devem participar, representando as cinco regiões do país e as 27 unidades da Federação. O objetivo é coletar informações de quem está na ponta do sistema, no que diz respeito ao conjunto de competências que caracterizam o aluno alfabetizado. Alinhar conceitos e referenciais teóricos que contemplem a extensão continental e a diversidade cultural brasileira são alguns dos desafios.
Nesse contexto, a busca será por elementos que sirvam de subsídio para definir um padrão a ser utilizado no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), no sentido de estipular, objetivamente, o percentual de estudantes alfabetizados até o 2º ano do ensino fundamental. “Precisamos estabelecer esse marco, para que a política pública consiga acompanhar o processo de uma forma mais objetiva. Assim, será possível monitorar o avanço da alfabetização, que é um fator de grande relevância para o cenário educacional”, afirma Clara Machado, coordenadora-geral do Saeb.
Diálogo nacional — Por questões logísticas, as aplicações serão concentradas em cinco capitais-sede. O pontapé inicial será pela região Centro-Oeste, em Brasília (DF), onde está prevista a consulta a 44 professoras. Em seguida, vêm as seguintes regiões:
- Sudeste (São Paulo - SP): 55 participantes;
- Nordeste (Recife - PE): 110 participantes;
- Sul (Porto Alegre - RS): 44 participantes;
- Norte (Belém - PA): 88 participantes.
“A gente entende que o professor é o ator mais capacitado e que tem as melhores condições de informar o que um aluno precisa dominar. Como o Brasil é um país amplamente diverso, nossa ideia é buscar a representatividade nacional por meio da pesquisa. Então, há um esforço para ouvir profissionais de todas as regiões, ao invés de concentrar a discussão”, explica Clara Machado.
- O Inep aplicará a pesquisa a 341 professoras alfabetizadoras, representantes de secretarias municipais de educação de todas as regiões e unidades da Federação.
- O Instituto apresentará tarefas elaboradas com referência nas habilidades esperadas de alunos do 2º ano do ensino fundamental em Língua Portuguesa. Para tal, será considerada a Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
- Os docentes, então, deverão responder, tendo como referência a sua experiência docente, se estudantes alfabetizados seriam capazes de realizar as tarefas apresentadas.
Próximos passos — Os resultados serão debatidos já durante as ocasiões de aplicação da pesquisa, com as professoras participantes. Posteriormente, as informações serão analisadas, junto a outras evidências (como parâmetros psicométricos, matriz e escala da avaliação), em um painel de especialistas — a previsão é que ocorra em maio. O Inep indicará, então, a linha de corte nacional para a alfabetização na idade certa.
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