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Inep conclui a 2ª etapa de estudo sobre alfabetização
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) concluiu a segunda parte do projeto Alfabetiza Brasil, que dará suporte a políticas do Ministério da Educação (MEC) para promover a alfabetização. O Inep reuniu, em Brasília, especialistas para debater os resultados da primeira etapa, na qual alfabetizadoras de todas as regiões do Brasil foram ouvidas. Além disso, o grupo analisou uma série de evidências técnico-pedagógicas para, então, indicar o conjunto de habilidades mínimas que devem caracterizar a criança alfabetizada, ao fim do 2º ano do ensino fundamental.
Os encontros aconteceram nesta semana, na sede do Instituto. Especialistas, com atuações em diversos âmbitos da política e da prática de alfabetização (nas diferentes regiões do país) participaram. O grupo contou com pesquisadores acadêmicos, formadores de professores, alfabetizadoras e representantes de entidades de gestores educacionais, como o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e a União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime). Os resultados desta etapa do projeto serão consolidados e, posteriormente, apresentados ao MEC.
O estudo busca elementos que sirvam de subsídio para definir um padrão avaliativo a ser utilizado no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). “A partir das aplicações regionais e de coletas de dados complementares, chegamos a diferentes pontos de corte, que foram analisados pelo grupo, com o objetivo de conferir significado pedagógico a eles. Então, verificamos qual linha de corte melhor corresponde às habilidades mínimas para que uma criança seja considerada alfabetizada”, explicou Clara Machado, coordenadora-geral do Saeb.
Especialista em linguística, Rosângela Pedralli, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), comentou alguns dos aspectos levantados durante os debates. “É importante ter em vista a concepção da escrita apropriada o suficiente para o seu uso social e nas práticas cotidianas", analisou. Nesse contexto, ainda de acordo com a acadêmica, que trabalha no processo de formação docente, “o conceito de alfabetização não tem a ver apenas com o sistema de escrita, ainda que contemple esse aspecto também e, por isso, entre outros fatores, é fundamental que isso seja trabalhado, sobretudo, na formação continuada dos professores alfabetizadores”, completou Rosângela.
Para Lúcia Balica, professora da educação básica em Sobral (CE), o limiar estipulado precisa ser acessível a nível nacional, ao mesmo tempo em que se considerem as particularidades regionais. “Esperamos que os alunos sejam alfabetizados e que tenham acesso a uma educação de qualidade, equânime, no sentido de atender a todos de maneira uniforme e não só a uma determinada região”, disse.
Primeira etapa — Entre 15 e 23 de abril, Inep e MEC consultaram professoras das cinco regiões do país (representantes das 27 unidades da Federação), para coletar informações sobre o conjunto de competências que caracterizam o aluno alfabetizado. Na pesquisa, o Instituto apresentou uma série de tarefas elaboradas com referência nas habilidades esperadas de alunos do 2º ano do ensino fundamental em língua portuguesa. Para tal, foi considerada a Matriz de Referência de Língua Portuguesa do Saeb para o 2º ano do ensino fundamental, que se apoia na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). As docentes, então, responderam, tendo como referência a sua experiência em sala de aula, se estudantes alfabetizados seriam capazes de realizar essas tarefas. Os resultados foram consolidados e debatidos, juntamente com outras evidências (como parâmetros psicométricos, matriz e escala da avaliação), no painel de especialistas.
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Assessoria de Comunicação Social do Inep