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Funarte lamenta a morte de Maria Edméa Falcão
Maria Edméia Falcão, no II Seminário Internacional de Conservação e Preservação de Fotografia – CCPF/Funarte, 1997″. Foto: Décio Daniel. Fonte: Pedro Vasquez.
A Fundação Nacional de Artes – Funarte lamenta o falecimento de Maria Edméa Saldanha de Arruda Falcão nesta quinta-feira, dia 20 de maio. Ela ocupou, na instituição, o cargo de diretora-executiva, entre 1983 e 1984 – correspondente à atual posição de presidente. Em sua gestão, implementou projetos de regionalização, com ações no Norte e no Centro-Oeste do país; criou programas educativos para formação de público; e garantiu o diálogo com os funcionários da Fundação, uma gestão democrática.
“Conhecer, todos costumam concordar, é a chave da ação. E quando esta é no âmbito da cultura, conhecer se torna, seguramente, pela delicadeza e multiplicidade do fato cultural, a chave-mestra para o traçado de uma política”, declarou Maria Edméa, quando na Direção da Funarte, em trecho do catálogo da I Fotosul — Mostra Regional de Fotografia promovida pelo Instituto, em 1983.
Durante sua gestão, em 1983, foi concretizado o Documento de Ação 16, resultado do diálogo entre os servidores e a Direção. Entre os objetivos apresentados no projeto, estavam: trabalhar com um conceito abrangente de arte e cultura; incorporar as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste ao desafio de atuação nacional; e descentralizar a administração. Essas informações estão em um artigo acadêmico, publicado na Revista da Fundação Casa de Rui Barbosa, Escritos, em 2010, por Ana Teresa A. Vasconcelos e Juliana Amaral dos Santos, disponível aqui, neste link. Segundo as autoras, naquele mesmo ano, na Funarte, foi instituída uma avaliação interna de desempenho e um grupo de trabalho composto por membros de todos os institutos e da assessoria técnica. “Esse GT discutiu temas centrais para a construção de um pensamento interno: os objetivos da instituição, seu objeto de ação, sua abrangência, sua integração e formação de recursos humanos. Uma das críticas era a impossibilidade de se compreender a abrangência nacional como um mero somatório de ações locais”, escrevem.
Em 1985, Edméa deixou a Funarte e associou-se a Renata Quinderé e Hélcio Santos, para abrir o restaurante Academia da Cachaça, no Rio de Janeiro – com o qual consagrou-se como empresária de sucesso. Nas redes sociais do estabelecimento, homenagens foram prestadas à Edméa: “A notícia mais triste. Hoje nos despedimos de Edméa Falcão, parceira querida e sócia da nossa Academia da Cachaça. Com ela aprendemos o gosto do Brasil, o respeito pelo cliente e a querermos ser sempre melhores. De suas memórias de Olinda, o escondidinho, dos livros de receita da família, a torta quente, suas alquimias, a caipirinha acadêmica… Edméa, obrigada por tudo. Seguiremos por aqui cheios de saudades!”.
Também pelas redes sociais, Pedro Vasquez, ex-coordenador do antigo Núcleo de Fotografia da Funarte, se manifestou: “Faleceu nossa querida Edméa (Maria Edméa Saldanha de Arruda Falcão). Poucos fotógrafos conhecem o seu nome, mas a fotografia brasileira deve enormemente a ela, pois sem sua intervenção, na qualidade de Diretora da Funarte, não teria sido possível a criação do Instituto Nacional da Fotografia e tudo o mais que daí decorreu. Amor e gratidão eterna à nossa “líder”, como carinhosamente a chamávamos”.
Com informações do Centro de Conservação e Preservação Fotográfica – Centro de Programas Integrados – Funarte