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A mistura de turismo e cultura em Pernambuco
Por Geraldo Gurgel
O frevo é considerado patrimônio imaterial. Crédito: Jan Ribeiro / Prefeitura de Olinda
É impossível pensar em Pernambuco sem associar o estado à animação do carnaval, belos casarios históricos e cenários naturais deslumbrantes. Tanto que três ícones do turismo pernambucano são reconhecidos como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco: Fernando de Noronha (natural), Olinda (material) e o Frevo (imaterial). Aliás, a cultura e folclore do estado que apresenta uma diversidade cultural das mais ricas do país é responsável por atrair turistas de todo o Brasil e do mundo.
O estado ostenta o quarto lugar entre Unidades da Federação em conjunto de bens protegidos pelo Iphan, que são distribuídos por 15 cidades pernambucanas. A importância histórica de Olinda garantiu que ela fosse a segunda cidade brasileira tombada pela Unesco, em 1982, atrás apenas de Ouro Preto (MG). A cidade lembra os povoados portugueses de origem medieval com igrejas nos montes, sobrados e casario com quintais arborizados. Destaque para a arquitetura religiosa dos séculos XVI e XVII dos Conventos do Carmo, das Neves e de São Francisco. No quesito encantos naturais, o arquipélago de Fernando de Noronha com cenário paradisíaco oferece inúmeras opções de atividades e passeios.
As disputas entre índios nativos, portugueses e holandeses, principalmente no século XVI, pelo território, resultou em uma mistura cultural que, ainda hoje, desfila na arquitetura, culinária e especialmente na batida musical de Pernambuco. O patrimônio cultural de Pernambuco compreende tradições ligadas ao Carnaval (troças, clubes e agremiações, caboclinhos), ao São João (bandas de pífanos, bacamartes, comidas de milho), à capoeira e às comunidades indígenas e quilombolas, entre outras. Os gigantes bonecos de Olinda também são considerados tradição local.
Bonecos de Olinda. Crédito: Divulgação Embratur
O Maracatu, ritmo musical com dança que integra elementos do cristianismo com crenças africanas é uma das heranças culturais mais importantes do estado. Dividido em duas categorias de acordo com a batida: baque virado (Maracatu Nação) e baque solto (Maracatu Rural). Na forma Rural, o cortejo desfila belos e coloridos caboclos de lança que são interpretados, em sua maioria, por pessoas simples, principalmente trabalhadores rurais.
Mas é no Frevo, que Pernambuco encontra uma de suas mais importantes representações culturais, com um papel importante nas raízes da música brasileira. Suas três modalidades: de rua, de bloco e frevo-canção aparecem simultaneamente com o jogo de braços e de pernas atribuído à ginga dos capoeiristas, que assumiam a defesa de bandas e blocos, ao mesmo tempo em que criavam a coreografia. Assim, música e dança caminham juntos na formação cultural do pernambucano e segue arrastando multidões durante o carnaval.
No agreste do estado, a Feira de Caruaru (PE) é uma representação viva da cultura nordestina frequentada por milhares de pessoas que compram diferentes produtos, do comércio de gado, roupas e alimentos ao artesanato. São peças de barro, madeira, pedra, metal, palha, coco, cordas, couro, tecidos, bordados e lã, além de brinquedos populares, figuras do Mestre Vitalino, literatura de cordel, comidas típicas, ervas e raízes medicinais.