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Semana Farroupilha: turismo e culto às tradições gaúchas
Por Geraldo Gurgel
Créditos: Embratur e Semanafarroupilha (abaixo à dir.)
De 14 a 20 de setembro o Rio Grande do Sul celebra sua maior festa popular: a Semana Farroupilha, um período dedicado ao culto às tradições locais em todas as cidades gaúchas e algumas regiões de Santa Catarina. Em Porto Alegre, a festa foi aberta oficialmente no feriado da Pátria, no último dia 7, quando a Chama Crioula, símbolo dos festejos farroupilhas, chegou a cavalo de um tour de mais de 800 km. A caravana, iniciada em agosto, é realizada há 70 anos. O evento mais festivo da cultura gaúcha termina com um grande desfile cívico-militar no próximo dia 20, feriado estadual que comemora o início da Revolução Farroupilha (1835-1845).
No rastro do movimento libertário ficaram cidades e atrativos turísticos que contam a história da República Rio-Grandense (1836) e reforçam a tradição gaúcha. A rota turística do Caminho Farroupilha tem várias cidades da Costa Doce, às margens da Lagoa dos Patos e Pampa Gaúcho. São museus, casas de cultura e prédios históricos, além da bela paisagem e culinária regional.
Comece a viagem em Porto Alegre. Além da casa do revolucionário Gomes Jardim, em Guaíba, é possível visitar o Cipreste Farroupilha e o monumento em sua homenagem, além do Hospital Farroupilha. Em Cristal, um atrativo é a Casa de Bento Gonçalves (exposição da indumentária farroupilha). Já em Camaquã fica a fazenda Estância da Figueira, quartel general dos Farrapos. Em São Lourenço do Sul, o turista encontra a Fazenda do Sobrado, outro abrigo de um quartel da revolução.
A capital foi instalada em Piratini, onde fica o Palácio Rio-grandense e o Museu Histórico Farroupilha onde funcionou o Ministério da Guerra. Conheça ainda a Casa de Giuseppe Garibaldi, que também abrigou Luigi Rosseti, redator do jornal revolucionário O Povo. O estopim da revolta da elite gaúcha contra o Império foram as sobretaxas do charque, couro e erva-mate, entre outros produtos, além do sal importado, insumo básico para a preparação do charque.
Crédito: Embratur
A Charqueada São João, em Pelotas, representa o peso da economia no movimento, que contou com a adesão dos escravos. Tem, ainda, o antigo Quartel Legalista - Casa da Banha - onde o Conde de Porto Alegre (Manuel Marques de Souza), isolado, teria resistido ao movimento. Rio Grande e São José do Norte, mostram a participação maçônica no conflito, além de outros aspectos da história gaúcha.
Na região do Pampa Gaúcho, a road trip pelo Caminho Farroupilha inclui destinos como Alegrete, Bagé, Caçapava do Sul, Rosário do Sul, Santana do Livramento e São Gabriel. O roteiro pode ser segmentado e visitado, não apenas em setembro, mas o ano inteiro. Músicas, danças, culinária típica e vinho fazem parte da rota turística.
Aos tradicionais locais marcados pela presença dos revolucionários, aliam-se cafés, restaurantes, hotéis, pousadas e atrativos naturais que enriquecem o roteiro e tornam a viagem uma imersão na cultura gaúcha. O trato com o cavalo, as lidas campeiras, o churrasco, o fandango, a bocha, o chimarrão, o rodeio, a bota e a bombacha. São hábitos e costumes que inspiram poetas, pajadores e gaiteiros.
ACAMPAMENTO FARROUPILHA – Durante 20 dias de setembro, no Parque da Harmonia, em Porto Alegre, milhares de pessoas desfrutam de churrascos, rodas de chimarrão e projetos culturais das 30 regiões do Rio Grande do Sul que celebram a tradição gaúcha. A concentração dos tradicionalistas conta com açougue, padaria, supermercado, além de 30 pontos de comércio de alimentos, incluindo comidas típicas e 50 estandes de artesanato, artigos de couro e do vestuário típico, entre outros itens nativistas.