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G20 TURISMO
No segundo dia do G20, Fórum de Sustentabilidade da ONU Turismo destaca resiliência do setor no pós-pandemia
Bruno Carachesti/MTur.
No segundo dia do G20 Turismo em Belém (PA), que reúne representantes das principais economias do mundo, os destaques ficaram por conta de fóruns e discussões ministeriais. Iniciando os trabalhos desta sexta-feira (20.09), a diretora executiva da ONU Turismo, Zoritsa Urosevic, comandou o Fórum de Sustentabilidade “Turismo: Construindo um Mundo Justo e um Planeta Sustentável”. Na ocasião, Urosevic ressaltou a resiliência do setor no pós-pandemia e apresentou números animadores na área nos últimos dois anos.
Após um período desafiador devido à crise do novo coronavírus, o turismo internacional se recupera de forma notável, com números que quase alcançam os níveis de 2019 (anteriores à pandemia). Conforme dados recentes da ONU Turismo, o mercado global do segmento tem a expectativa de gerar mais de US$ 4 trilhões do PIB mundial. O valor que se aproxima muito dos índices pré-pandemia, evidenciando a resistência e os impactos econômicos do ramo.
“As economias do G20 têm se destacado nesse cenário de recuperação, com um crescimento de 3,1% projetado para 2024, com base nos resultados obtidos entre janeiro e setembro. Esse crescimento não apenas reforça a importância do turismo como motor econômico, mas também evidencia como o setor é vital para a geração de empregos, sendo o que mais cria novos postos de trabalho atualmente, superando qualquer outro setor econômico”, afirmou Urosevic.
Apesar dos avanços, segundo a palestrante, o setor ainda enfrenta desafios consideráveis, como o aumento dos custos de hospedagem e transporte, além de incertezas relacionadas ao ambiente econômico e crises humanitárias. Em resposta a esses obstáculos, iniciativas a exemplo do programa “Um Planeta”, da ONU, buscam integrar a sustentabilidade ao turismo, promovendo práticas que ajudam a enfrentar as mudanças climáticas.
Outro ponto de destaque é o papel do turismo no desenvolvimento rural, especialmente nos países mais pobres, onde a atividade é muitas vezes a principal fonte de renda. Estima-se que 83% das pessoas vivendo em situação de pobreza residam em áreas rurais, e o turismo atua como um importante vetor de desenvolvimento econômico nesses locais, ajudando a reduzir a miséria e a fomentar a inclusão social.
DIÁLOGO MINISTERIAL - Logo após a exposição inicial no Fórum de Sustentabilidade, a diretora executiva da ONU Turismo convocou ministros de delegações presentes ao evento para debater os principais desafios de cada país. Líderes globais do setor foram convocados a adotar e promover as melhores práticas de turismo sustentável, com o objetivo de inspirar e apoiar os países em desenvolvimento.
“O turismo não é apenas uma atividade econômica, mas também uma força para a construção de um mundo mais justo e sustentável. A promoção de uma economia regenerativa dentro do turismo pode ser um caminho para alcançar esses objetivos, destacando a necessidade de exemplos concretos que possam guiar a transformação global”, destacou Urosevic.
Com a proximidade da Cúpula da ONU para o Futuro, que ocorre neste mês nos Estados Unidos, um pacto pelo futuro do turismo se torna prioridade, colocando o setor no centro das discussões sobre sustentabilidade, desenvolvimento econômico e justiça social. O setor se firma, assim, não apenas como um motor econômico, mas como uma ferramenta essencial para o desenvolvimento global sustentável.
Estiveram presentes no Fórum representantes dos Estados Unidos, Espanha, Chile, Azerbaijão, Canadá, Índia, Indonésia, Arábia Saudita, além do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
PROGRAMAÇÃO - O encontro do G20 Turismo, presidido pelo Brasil, segue até este sábado (21.09) em Belém, com uma série de painéis paralelos, discussões ministeriais e encontros.
No terceiro dia (21.09), haverá reunião ministerial, com a participação dos líderes do setor de diversos países, e audiências bilaterais para discutir parcerias estratégicas. O evento destacará o diálogo entre os setores público e privado, explorando soluções inovadoras para o desenvolvimento de um turismo responsável e sustentável na Amazônia, nos seus arredores e em todo o mundo.
Por Cláudia Bispo
Assessoria de Comunicação do Ministério do Turismo