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Dia do Frevo, Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade
Por Geraldo Gurgel
Colorido do frevo nas ladeiras do carnaval pernambucano. Foto: Divulgação IPHAN
A riqueza melódica, a criatividade, a originalidade e os passos vibrantes do frevo surgiram nas ruas de Recife e Olinda e ganharam o mundo. O dia 14 de setembro é dedicado a essa dança, que, de tão popular, extrapolou o carnaval de Recife e Olinda, que atraem centenas de milhares de turistas todos os anos, e consolidou fama internacional. Em 2012, o frevo foi reconhecido pela Unesco como patrimônio cultural da humanidade.
“A força musical, coreográfica e poética do frevo são um produto cultural mundial e isso reforça ainda mais os traços culturais do turismo no Brasil. Somos o oitavo país do mundo, segundo o Fórum Econômico Mundial, em atrativos culturais. O ritmo pernambucano reafirma essa nossa vocação para o turismo cultural e ajuda a explicar porque a musicalidade brasileira já conquistou o mundo como expressão cultural”, destaca o secretário nacional de Qualificação e Promoção do Turismo do Ministério do Turismo, Bob Santos.
Um passeio pelo Paço do Frevo, sobrado transformado em museu no Centro Histórico de Recife, leva o visitante a interagir com a história da dança, documentada e registrada na memória coletiva do pernambucano. Nos diversos espaços do casarão, o turista se depara com a influência do frevo na vida social e cultural de Recife e Olinda, na forma de organização e participação popular na festa e no cotidiano das pessoas. A mescla com gêneros diversos, além da inventividade e capacidade de criar dos músicos e compositores, engrandeceram e legitimaram as múltiplas faces da reconhecida melodia. Ainda hoje, o repertório eclético das bandas de música é composto por estilos musicais variados, sob o predomínio de três modalidades: frevo de rua, frevo de bloco e frevo-canção.
O frevo teve origem no carnaval do final do século XIX em um momento de transição e efervescência social, como expressão popular de ocupação dos espaços públicos pelas classes operárias e os escravos libertos. Os passos do frevo surgiram da rivalidade entre as bandas militares e nas lutas de capoeira que foram se configurando, simultaneamente, numa dança frenética, improvisada na rua, liberta e vigorosa. Criada e recriada pelos passistas, a dança de jogo de braços e de pernas é atribuída à ginga dos capoeiristas, que assumiam a defesa de bandas e blocos, ao mesmo tempo em que criavam a coreografia.
PATRIMÔNIO IMATERIAL – O frevo está entre as práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas que, juntamente com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são associados pelas comunidades, grupos e, em alguns casos, indivíduos, reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural. De acordo com a Unesco, o patrimônio cultural imaterial é transmitido entre as gerações e constantemente recriado pelas comunidades e grupos em função de seu ambiente, da interação com a natureza e da história, gerando um sentimento de identidade e continuidade, o que contribui para promover o respeito à diversidade cultural e à criatividade humana.
CARIMBÓ - Desde a terça-feira (11) até o próximo dia 16, o Brasil celebra outro patrimônio cultural: o carimbó do Pará. Belém, Marapanim, Alter do Chão (Santarém), São Paulo e Rio de Janeiro estão entre os destinos turísticos que incluíram o carimbó na agenda cultural da semana para fortalecer os mestres e grupos de carimbó. Há alvoradas, cortejos, rodas de carimbó, shows e mostra musical de carimbó programadas em vários municípios paraenses.
Edição: Vanessa Sampaio