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Artigo: Turismo como vetor do desenvolvimento
A WTM Latin América, uma feira internacional importantíssima para o setor de viagens, realizada esta semana, em São Paulo, foi o primeiro evento do setor do qual participei na condição de ministro do Turismo. A quantidade e variedade de países, estados, empresas, instituições públicas e privadas, ali representadas, chamam a atenção e nos dão a dimensão do que significa a indústria do turismo para o Brasil e para o mundo.
O Brasil é a 7ª potência econômica de turismo, 3º mercado de aviação regional e o 9º no ranking dos países que mais realizam eventos internacionais no mundo. A participação do turismo no Produto Interno Bruto nacional é de 3,7%, maior que o PIB de mais de 100 países, entre os quais o Uruguai, Costa Rica, Panamá.
O turismo é uma atividade dinâmica que impacta em cerca de 52 setores da economia. Tem tudo para contribuir para o crescimento econômico do país, por meio da geração de empregos e renda, além do impacto em outras cadeias produtivas de bens e serviços. Em 2014, por exemplo, o setor foi responsável pela compra de 225 mil carros da indústria automobilística. Por ano, são adquiridas cerca 200 mil camas e outras 200 mil cadeiras da indústria moveleira; mais de 120 mil televisões, 140 mil telefones e 130 mil chuveiros da indústria de eletrônica; mais de 6 milhões de roupas de cama e banho da indústria têxtil.
A pujança e as oportunidades geradas por este setor têm de ser usadas em favor dos estados e municípios brasileiros. A palavra de ordem é interiorizar e aproveitar o potencial das nossas cidades como mola propulsora ao desenvolvimento do turismo. O Ministério do Turismo contribui com este esforço, desenhando políticas públicas adequadas a cada realidade, buscando parcerias e investimentos para melhorar a infraestrutura e as condições de vida nas cidades turísticas.
Somente no Rio Grande do Norte, 10º estado mais visitado pelos turistas estrangeiros durante a Copa do Mundo de 2014, temos 177 obras de infraestrutura turística em execução. Ao longo dos últimos 12 anos, os contratos de repasse somam cerca de R 360 milhões para intervenções em várias regiões do estado.
Potencial e visitantes não faltam. Natal é o sétimo destino mais visitado do país e o 5º mais desejado pelo turista nacional entre os mais de cinco mil municípios brasileiros. A nossa capital, uma das cidades-sede da Copa, foi a 9ª que mais recebeu estrangeiros durante o evento. E olha que eles estiveram em 491 cidades de norte a sul do Brasil.
O Nordeste continua sendo um sonho de consumo para quem gosta de viajar e até para quem nunca viajou. Fato este comprovado por pesquisa realizada em março pelo Ministério do Turismo. O levantamento mostra que 42% dos brasileiros que pretendem viajar até setembro próximo, escolheram os estados da região como destino. Para o Sudeste, segundo colocado, o percentual é de 27%.
Hoje, o Rio Grande do Norte tem em suas praias o principal produto de atração de brasileiros, argentinos, italianos, portugueses e norte-americanos - só para falar dos principais emissores. No entanto, a exploração do turismo como atividade econômica de peso, que pode fazer a diferença no PIB do estado, pressupõe diversificação da oferta e a busca constante de renovação.
É uma tarefa para a qual o Ministério do Turismo pode contribuir. A união de esforços entre governos, cadeia produtiva e a sociedade é uma ferramenta importante para nos ajudar a enfrentar as instabilidades da economia e atender demandas de todos os segmentos sociais.
Como vimos, os números do turismo são superlativos, do tamanho do desafio que teremos pela frente.
Henrique Alves
Ministro do Turismo