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Santos atinge recorde histórico na movimentação de contêineres
O Porto de Santos registrou em agosto último, o recorde mensal histórico na movimentação de contêineres com 338.978 teu (unidades equivalentes a um contêiner de 20 pés), superando a maior marca até então, verificada em novembro do ano passado com 327.359 teu.
O desempenho na operação de carga conteinerizadas já apresenta desde o ano passado um destacado incremento de produtividade, superando, inclusive, alguns dos principais complexos portuários do mundo como Roterdã, na Holanda, e Hamburgo, na Alemanha, na movimentação de contêineres. Baseado em levantamento realizado pela armadora Hamburg Sud e veiculado em reportagem recente do jornal Valor Econômico, a performance foi atingida em função da instalação dos megaterminais da Embraport e Brasil Terminal Portuário (BTP) e da operação em navios da classe “Cap San”, com capacidade para até 9,6 mil teu, os maiores porta-contêineres a operar em Santos.
A entrada em operação desses novos terminais ampliou a capacidade do complexo santista, agilizando o atendimento e promovendo a ampliação da média por hora para 104 movimentos, uma marca que não só se situa acima da média global como ultrapassa a média de Roterdã que registrou 87 movimentos por hora. Além do ganho representado pela maior oferta e terminais descongestionados, os novos players conseguem operar navios maiores, trabalhando, simultaneamente, com mais portêineres.
O Tecon Santos bateu, no início de setembro, o recorde histórico da América do Sul, com uma performance de 1.694 contêineres em 8,74 horas de operação, alcançando a média de 193,92 movimentos por hora.
O diretor presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), Angelino Caputo, explica que a crescente produtividade no complexo santista se verifica desde 2011, devido aos investimentos em equipamentos, softwares e ao aprofundamento do canal de navegação do porto, que vem permitindo a operação em Santos de navios de até 335 metros.
Em 2013, a carga conteinerizada atingiu um crescimento de 8,8%. O índice é o maior do Brasil no ano e superior a média mundial (4,8%), conforme a consultoria marítima Drewry Maritime Research. Como comparação, o maior porto do mundo em operação de contêineres, Xangai (China), obteve crescimento de 3,3% em relação a 2012 (Lloyds). No Brasil, registraram crescimento os portos organizados de Salvador (8,7%) Itaguaí (6,9%), Itajaí (4,4%), Rio Grande (2,4%) e Suape (0,6%). Paranaguá, Rio de Janeiro e Vitória apresentaram uma redução em suas movimentações, em teu, de 1,8%, 18,3% e 30,6%, respectivamente. Santos respondeu por 47% da movimentação total do país, em teu, seguido pelos portos de Paranaguá (11,0%), Rio Grande (9,0%), Itajaí e Suape, com 6,0% cada um.
Movimento geral
No total geral, as cargas movimentadas em Santos apresentaram ligeiro declínio, da ordem de 2,5% em relação ao acumulado do ano anterior, pressionadas, principalmente, pela queda dos produtos exportados. As exportações representam cerca de 70 por cento do total e caíram 4,1%, o suficiente para reduzir o movimento acumulado, mesmo com as importações alcançando crescimento de 1,4 por cento no período.
A redução nas exportações ocorre, principalmente, devido à diminuição nos embarques de açúcar, que, após liderar por longo período o ranking das cargas de maior movimentação, ocupa hoje o segundo lugar, com 10,86 milhões t. A redução foi de 15,5 por cento em relação ao acumulado até agosto do ano passado. Somente no mês, o produto caiu 21,1 por cento na comparação com 2013. Milho e óleo combustível, também produtos de grande movimentação, sofreram queda de cerca de 30 por cento. A celulose, com cerca de 2,4 milhões t movimentadas no período foi destaque com crescimento de 10,8 por cento.
Outro destaque positivo dentre os itens de exportação foi o aumento de 6,3 por cento no complexo soja (grãos e farelo), com o farelo de soja ampliando em 49,8 por cento os embarques realizados até agosto.
Nas importações, apesar da diminuição das duas cargas de maior tráfego neste fluxo – adubo e enxofre -, o descarregamento de mais de um milhão de toneladas de trigo no período teve relevante impacto nos números finais, com crescimento de 13,7 por cento no acumulado, contribuindo para o crescimento de 1,4 por cento no fluxo geral de importações.
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