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Aeroportos se livram de “sucata aeronáutica”
Brasília (DF) – Aviões sucateados pertencentes à massa falida da Vasp começaram a ser desmanchados nesta sexta-feira, 6 de setembro, no aeroporto de Recife. A ação integra iniciativa da Corregedoria Nacional de Justiça, com apoio da Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República (SAC), para limpar dos pátios dos aeroportos brasileiros essas aeronaves, que, em alguns casos, estão há mais de uma década se deteriorando.
O chamado Programa Espaço Livre visa desmontar ou remover 60 aviões de grande porte em 11 aeroportos. Todas as aeronaves pertencem a empresas quebradas, como Vasp, Transbrasil, Fly e VarigLog, e foram arrestados no processo de falência das aéreas. Muitos são modelos obsoletos, como os Boeings 727-200 e 737-200. Hoje eles ocupam espaços disputados nos pátios dos aeroportos, que deveriam estar sendo usados para a expansão da malha aérea brasileira.
“Alguns aeroportos brasileiros viraram verdadeiros cemitérios a céu aberto”, afirmou o corregedor nacional de Justiça, Francisco Falcão, durante a solenidade de assinatura da ordem de serviço para iniciar o desmanche de dois aviões da Vasp no Aeroporto Internacional do Recife/Guararapes-Gilberto Freyre. Segundo ele, só o aeroporto de Congonhas, o mais movimentado do país, chegou a ter 170 mil metros quadrados ocupados “com as sucatas aeronáuticas”.
“Esses aviões degradados retratam uma realidade que é exatamente a que está sendo mudada nos aeroportos brasileiros”, declarou o ministro da Aviação Civil, Moreira Franco, em referência às obras de melhoria e ampliação que estão sendo conduzidas pela Infraero em 20 aeroportos e ao programa de concessões que já entregou quatro outros à operação por empresas privadas.
Para tirar os aviões velhos do caminho, a corregedoria, órgão do Conselho Nacional de Justiça, criou o Espaço Livre em 2011. O conselho está agindo junto aos juízes responsáveis pelos processos de falência e às autoridades aeronáuticas (SAC, ANAC, Infraero e Ministério da Defesa) para acelerar a remoção. A ANAC agiliza os laudos que atestam que os aviões não têm mais capacidade de voar, e a Infraero banca os desmanches nos aeroportos administrados por ela. Em agosto de 2011, foram desmontadas oito aeronaves da Vasp em Congonhas, o espaço aeroportuário mais disputado do Brasil. Em fevereiro de 2012, a sucata de outros quatro foi vendida.
Nesta segunda fase do programa, 18 aviões da Vasp serão desmontados ou removidos: um em Viracopos, quatro em Guarulhos, um no Galeão, dois em Manaus, três em Brasília, um em São Luís e outro em Confins. O desmanche começou com um 737-200 e um 727-200 em Recife. “Aqui mesmo será feito um pátio de aeronaves da aviação geral visando a Copa do Mundo. É por isso que temos pressa para que essas aeronaves saiam”, afirmou a jornalistas o presidente da Infraero, Gustavo do Vale, enquanto uma máquina cortava a asa esquerda do 737. Segundo ele, na segunda-feira mais três aviões do mesmo modelo começarão a ser desmontados em Salvador.
“Começamos hoje e vamos melhorar as condições dos pátios dos aeroportos, que estavam ocupados com aviões que pertenceram a companhias que não existem mais, que se degradaram ao longo das décadas que permaneceram ao relento e que não significam nada além de um estorvo, que por compreensão da Justiça brasileira está sendo afastado da nossa convivência”, disse o ministro Moreira Franco.
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