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Ministério dos Transportes lança estudo para melhorar o escoamento de minério de ferro
O mapeamento da commodittie, a segunda mais importante na balança comercial do país, deve aprimorar as políticas de transportes de um dos setores mais estratégicos para a economia
"É extremamente necessário o apropriado funcionamento dos sistemas de transportes para atender o setor e aumentar a participação do país no mercado externo". Herbert Drummond, secretário da SPI
O minério de ferro é o segundo produto mais importante nas exportações brasileiras. Vem atrás apenas dos produtos da cadeia de soja em valores de receita de exportação. Sua relevância estratégica para a economia do país faz parte de um conjunto de commodities que exigem atenção especial do governo federal. O Brasil possui a terceira maior reserva do metal, atrás apenas da Austrália e da Rússia. Por isso, o Ministério dos Transportes, Portos e Aviação lançou, nesta quinta-feira (8/2), o segundo volume de sua série de estudos técnicos feitos para diagnosticar e melhorar o fluxo de cargas no país. O primeiro caderno tratou sobre o escoamento do milho e soja, que tiveram em 2016/2017 a maior safra da história, com 238,7 milhões de toneladas.
Sob o guarda-chuva “Corredores Logísticos Estratégicos”, esta segunda publicação mapeou toda a cadeia produtiva e escoamento do complexo de minério de ferro (pelotas e ferro gusa), tanto para exportação como para consumo interno; além de avaliar a infraestrutura desses corredores e as necessidades de intervenção para os trechos viários identificados. A publicação inédita sobre o complexo de minério de ferro e suas rotas de escoamento é produzida pela Secretaria de Política e Integração.
“Trata-se de um setor estratégico para impulsionar a economia brasileira. E, por isso, é extremamente necessário o apropriado funcionamento dos sistemas de transportes para atender o setor e aumentar a participação do país no mercado externo. A melhoria da infraestrutura impactará positivamente tanto nas operações de transporte do minério quanto de outras cadeias produtivas que utilizam as mesmas rotas de escoamento.”, informou o secretário de Política e Integração do MT, Herbert Drummond.
Regularmente será lançado um novo suplemento sobre o escoamento dos principais produtos exportados, que juntos representam 80% do valor total da receita de exportação. Os próximos cadernos irão relatar a movimentação do petróleo e combustíveis, açúcar, carne e automóvel.
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Clique para saber mais sobre o primeiro volume sobre soja e milho.
RELATÓRIO –
Com informações consolidadas sobre o setor, a publicação retrata e analisa, em todo o território nacional, a movimentação logística da cadeia produtiva do minério de ferro, desde a sua origem, nas regiões produtoras, até os destinos finais (portos e centros consumidores). Sobre as principais rotas dos corredores de escoamento, o levantamento identificou, para os fluxos de exportação, três corredores logísticos: Norte-Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste, que compõem um grupo de 16 rotas. Já para abastecimento interno foram identificados quatro corredores logísticos: Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste-Sul e Corredor Litorâneo que, juntos, apresentam um grupo de 20 principais rotas.
Os resultados também mostraram que os corredores de exportação do complexo de minério de ferro utilizam os modos rodoviário, ferroviário, hidroviário e dutoviário, com maior participação das ferrovias, que, em termos de extensão, representam 42% da malha total dos corredores identificados e transportam aproximadamente 85% do volume de minério de ferro e ferro gusa. Já nos corredores de consumo interno, o abastecimento é realizado principalmente por meio de rodovias, ferrovias e cabotagem.
A extração do minério de ferro representa a mais importante atividade mineral do país, com sua produção concentrada, principalmente, nos estados de Minas Gerais, Pará e Mato Grosso do Sul. E o setor tem crescido regularmente a cada ano. De 2000 para 2015, a produção brasileira de minério de ferro mais que dobrou, passando de 213 milhões de toneladas para 431 milhões de toneladas.
O Brasil se mantém em segundo lugar no mundo, tendo a Austrália como principal competidor. Apenas em 2015, o Brasil produziu 418,4 milhões de toneladas de minério de ferro, dos quais, 52,2 milhões (12,4%) foram destinados ao mercado interno e 366,2 milhões (87,5%) ao mercado externo – 60% para a China, 15,8% para países da Europa e 8% para o Japão. E, em 2016, a venda de minério de ferro ao exterior foi de US$ 13.29 bilhões, correspondentes a 7,2% das exportações brasileiras.
PROPOSTAS DE MELHORIAS –
Além do raio-x do produto em si e das rotas para o seu escoamento, o relatório traz ainda as adequações necessárias nos diversos modais para ampliar a qualidade do escoamento, como necessidade de adequações nas rodovias federais, de tratamento de pontos críticos de acidentes em ferrovias e de infraestrutura em alguns complexos portuários.
Em contrapartida, o relatório mostra as soluções governamentais que já estão sendo tomadas para a adequação dessas necessidades, como obras de duplicação nas estradas em andamento; os projetos de concessões previstos no Programa de Parcerias de Investimento (PPI), construções e sinalização de hidrovias, e as obras de dragagem realizadas em todo o país. Muitas dessas obras estão previstas no programa Agora, é Avançar, do governo federal, que prevê a retomada e a conclusão de empreendimentos de infraestrutura ainda neste ano. As obras – 124 projetos só para o setor de transporte – possuem alto impacto social, refletindo, diretamente, na retomada do crescimento do país.
Fonte: Assessoria de Comunicação Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil