Notícias
O meu direito, o direito do outro e a ética
Não existe o exercício do direito, da justiça e da equidade sem a prática de normas éticas a orientar o comportamento. Devemos respeitar o espaço e os direitos alheios, da mesma forma como desejamos que os nossos sejam respeitados.
Mas como saber o limite dos direitos e a extensão dos deveres de cada pessoa? O primeiro capítulo da Constituição Federal, a partir do artigo 5°, trata dos direitos e deveres fundamentais do cidadão. É importante conhecê-los para saber quais são os seus direitos e, sobretudo, respeitar os dos outros. Mas conhecer e até mesmo praticar as leis instituídas não é suficiente para uma convivência social justa e igualitária.
Viver em sociedade significa estar sempre exercitando o equilibro entre deveres e direitos, o que geralmente é uma tarefa complexa. Afinal, circulando por aí, sempre observamos que cada pessoa defende seu interesse, o seu pensamento sobre cada situação e muitas vezes deixa de lado o que é da vontade coletiva, a representação da maioria.
Nessa, às vezes harmoniosa e por outras vezes conflituosa, convivência social é comum ver o direito do individuo ser defendido com tanta força a ponto de ser esquecido o dito popular: “o meu direito termina onde começa o do outro”.
Por isso, quando você sentir vontade de usar indevidamente uma vaga de estacionamento reservada para portadores de necessidades especiais ou para idosos, por exemplo, reflita sobre o quanto você gostaria de ver seu espaço e seu direito sendo respeitados.
O fato é que quem estaciona em vaga preferencial de idoso ou de deficiente físico sem precisar delas não rouba só a vaga, rouba a mobilidade do outro. Rouba a dignidade do outro também, que é o mínimo existencial para que uma pessoa com mobilidade reduzida possa entrar e sair do veículo com o devido respeito à sua condição, com segurança e proteção.
Quando a ética orienta o comportamento da pessoa, incluindo tanto a esfera pública quanto a particular, situações como essas não acontecem. Porque a ética não está limitada somente ao conjunto de regras, mas se sobressai imponente como código de conduta aprendido na convivência social.
Ser ético significa relacionar-se com os outros de maneira respeitosa, pois o ideal ético fundamenta-se em uma vida social igualitária e justa, ou seja, a ética tem como pedra angular o bem coletivo.
Faça-nos um favor? Seja ético! Pois é com a participação de todos que teremos um mundo melhor!
Conheça o Código de Ética do Ministério dos Transportes.
(Marta P. Silva, Secretária-Executiva da Comissão de Ética do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil)
(Foto: Freepik)