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Ética e o Direito de Manifestar
Diante da crise política e econômica que o Brasil vive é bastante comum ocorrerem manifestações de diversos setores da sociedade, mas os eventos ocorridos, em especial no último dia 24 de maio, na Esplanada dos Ministérios, me fizeram refletir quanto à seguinte questão: Qual é o limite ético existente no direito de manifestar do cidadão?
A Constituição Brasileira concede ao cidadão os direitos de livre expressão e liberdade de opinião, sem dúvida é legal manifestar a sua insatisfação, gritar palavras de ordem, exigir melhorias, pedir a saída de políticos, questionar a conduta dos nossos representantes do Congresso.
Porém, antes de responder à questão inicial, suscito outras questões: É ético manifestantes queimarem pneus impedindo a locomoção de pessoas? É ético impedir o acesso de pessoas ao seu local de trabalho? É ético queimar documentos públicos? É ético depredar prédios públicos?
A resposta é não. Sem dúvida, algumas dessas atitudes configuram crime, são atos de vandalismo e obviamente passam bem longe de um comportamento ético, no entanto muitas dessas atitudes são recorrentemente vistas em diversas manifestações.
Aquela antiga máxima deveria ser considerada nessas situações: ”O seu direito termina quando começa o do outro”. Mesmo que você tenha uma reivindicação justa que favoreça a você, a seus pares ou ao Brasil, isso não lhe dá o direito de restringir direitos de outras pessoas.
O cidadão ético pensa no bem da sociedade, ele não acha correto cercear o direito de outro cidadão para manifestar e exercer o seu próprio direito.
Questione, critique, demonstre sua indignação, expresse sua opinião, mas seja ético e respeite o espaço e os direitos do outro.
“A consciência é o melhor livro de moral e o que menos se consulta.” (Blaise Pascal)
Conheça o Código de Ética do Ministério dos Transportes. ( aqui )
(Rafael Monteiro Vieira, Presidente da Comissão de Ética do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil)
Imagem: Freepik