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Rio 2016: pontualidade atinge 95,6% nos aeroportos e sela recorde
Primeiros sete dias monitorados pelo Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil registraram menor índice de atrasos já verificado em operações especiais do setor aéreo brasileiro: 4,4%
Na primeira semana de movimentação olímpica, a aviação brasileira opera com o melhor índice de pontualidade já registrado em uma operação especial do setor no País. A marca atingiu 95,6% no período entre 31 de julho e 6 de agosto, considerado um dos picos de demanda aeroportuária durante o megaevento esportivo. Nos nove aeroportos que concentram maior volume de chegadas e saídas para a Rio 2016, foram transportados cerca de 2,87 milhões passageiros, dos quais aproximadamente 595 mil nos dois aeroportos do Rio. Só o aeroporto de Guarulhos movimentou mais de 715 mil passageiros na primeira semana do evento. As estatísticas operacionais são apuradas diariamente pela Sala Master de Comando e Controle da Aviação Civil para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, localizada no Centro de Gerenciamento de Navegação Aérea.
O patamar de atrasos de 4,4% está acima da excelência prevista no planejamento do setor de aviação para o período da Rio 2016. O governo brasileiro, por meio da Comissão Nacional de Autoridades Aeroportuárias (Conaero), trabalha com a meta de manter abaixo de 15% os atrasos de até 30 minutos do horário da partida dos voos. “Em cinco anos de realização de eventos alta demanda, nunca se viu índices tão baixos como este em tão complexo tipo de operação. Chegamos a registrar 0% em alguns aeroportos, o que aproxima operação da perfeição técnica”, analisa o ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella. Para efeito de comparação, durante a Copa o atraso médio medido foi de 8,8%.
O principal indicativo de reconhecimento da qualidade do serviço aeroportuário no Brasil é a opinião do passageiro. Nesse período analisado pela Secretaria de Aviação Civil, a experiência de chegada e saída dos terminais manteve o padrão de excelência oferecido em dias comuns nos aeroportos do País. Em uma escala de 1 a 5, a média de satisfação apurada chega a 4,19, o que representa a consolidação de melhorias de infraestrutura e perfeita adequação da atividade dos terminais a picos de demanda.
Em aeroportos como o Galeão, portão de referência para chegadas nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, a nota da primeira semana do evento é, inclusive, melhor que a média apurada em momentos de normalidade operacional: 4,16, diante de 3,91 no último trimestre e 3,79 na Copa do Mundo, representando uma melhora de quase 10%. O aeroporto de Guarulhos, com média 4,61, está no topo do ranking de satisfação do período considerado; já o aeroporto Santos Dumont, no centro do Rio, ficou com 4,24.
O DESEMPENHO EM NÚMERO S – Considerando os nove aeroportos monitorados pela pesquisa, no período, o tempo médio de fila no check-in doméstico no guichê foi 11 minutos, enquanto no check-in internacional a fila durava cerca de 5 minutos. A inspeção de segurança (doméstica e internacional) estava livre de filas, o que fez com que o passageiro fosse liberado em, em média, 1 minuto. A bagagem doméstica foi restituída em 24 minutos e a internacional em 55 minutos (tempo decorrido entre o calço da aeronave e a chegada da última bagagem na esteira). Já os procedimentos de imigração e emigração demoraram em torno de 10 e 3 minutos, respectivamente.
O número total de partidas programadas nos nove aeroportos, no período, foi de 9.250. Santos Dumont e Galeão, juntos, somaram 2.133, enquanto o aeroporto de Guarulhos (SP), sozinho, teve 2.022. Foram registrados 72 voos VIPs e realizado atendimento a 42 chefes de Estado, além de chefes de governo e autoridades internacionais.
MANUAL DE PLANEJAMENTO – A Secretaria de Aviação Civil – vinculada ao Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil – coordenou a elaboração do Manual de Planejamento do Setor Aéreo para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos. O documento consiste em um grande acordo operacional e de planejamento, que padroniza a operação dos 40 aeroportos sob regime especial de funcionamento durante a Rio 2016.
A cartilha do setor estabeleceu uma ação integrada entre operadores e órgãos públicos do setor aeroportuário, criando uma rede estratégica, coordenada e imediata de resposta para fatos e imprevistos da aviação. O manual foi construído após cerca de 400 horas de debates, análises técnicas, revisão de procedimentos, ações de alinhamento e cooperação para as Olimpíadas e Paralimpíadas e carimbado pelos 27 órgãos que compõem o Comitê Técnico de Operações Especiais da Conaero (Comissão Nacional de Autoridades Aeroportuárias).
Entre os pontos de destaque estão o planejamento de fluxo dos terminais de passageiros e ocupação de pátios e pistas, questões de segurança e defesa aérea, reforço de recursos humanos, administração da capacidade de operação dos aeroportos, gerenciamento de prioridades de tráfego aéreo e acessibilidade. Todos esses itens são verificados desde 2015, em simulados e eventos-teste. A operação foi planejada para oferecer máximo conforto ao passageiro e minimizar impactos da demanda extra aos serviços aeroportuários.
OPERAÇÕES ESPECIAIS DO SETOR
– A operação aeroportuária no Brasil ganhou, em 2012, o Comitê Técnico de Operações Especiais (CTOE). Criado pela Secretaria de Aviação Civil, consiste em um fórum de planejamento e gestão com a missão de colocar o Brasil no calendário dos grandes eventos internacionais sob a marca da eficiência no transporte aéreo. O primeiro trabalho foi a Rio+20, com adequada administração da alta demanda e operação especial de tráfego aéreo para chefes de Estado. Pela primeira vez, um documento de planejamento com essa abrangência foi produzido pelo governo brasileiro.
Depois, vieram a Copa das Confederações, a Jornada Mundial da Juventude e a Copa do Mundo, com altos índices de pontualidade, trabalho que resulta em grande expertise para a execução do planejamento de aeroportos durante a Rio 2016. O desafio do Comitê é manter o setor de Aviação Civil do Brasil como referência no mundo em áreas como pontualidade e segurança, postos já reconhecidos por consultorias e entidades internacionais do setor.
PONTUALIDADE EM ALTA – Segundo o relatório Liga Mundial da Pontualidade 2015 feito pela consultoria britânica OAG, especializada em inteligência de mercado de aviação, seis aeroportos brasileiros estão entre os seis mais pontuais do mundo. A pesquisa foi realizada com 900 companhias aéreas, 50 milhões de voos e quatro mil aeroportos. Para acessar o relatório na íntegra, clique aqui .
Foto: Alberto Ruy
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