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Obras nas BRs 448, 116/392 e 116/RS têm 3 mil colaboradores em diferentes funções
O Dia do Trabalho, comemorado em 1º de maio, é um feriado nacional dedicado a festas, manifestações e reflexões sobre as lutas e conquistas da classe operária. Em 2013, considerando os crescentes investimentos do Governo Federal em infraestrutura, destaca-se o mercado de obras rodoviárias, que abre as portas para as mais diferentes funções. Um bom exemplo vem do Rio Grande do Sul, onde em apenas três empreendimentos do DNIT estão empregadas quase três mil pessoas nas áreas de construção civil e Gestão Ambiental.
Em obras desde 2010, a BR-448 (conhecida como Rodovia do Parque) já permitiu que centenas de profissionais participassem da construção da estrada que ligará Sapucaia do Sul a Porto Alegre. O número atual de colaboradores chega a 1.550, sendo 1.250 somente no lote 3 do empreendimento. Eles vêm de diversas cidades gaúchas e de outros estados como Santa Catarina, Maranhão, Ceará, São Paulo e Piauí. Leonardo da Silva da Costa deixou Tabuleiro do Norte, cidade cearense distante 220 km de Fortaleza, e atravessou o país para ter sua carteira assinada pela primeira vez. O jovem de 18 anos terminou o Ensino Médio e trabalha há dois meses como ajudante de terraplenagem. A saudade da família e o clima são as principais dificuldades. “Gostei daqui. Se Deus quiser, assim como surgiu esta oportunidade, terão outras”, diz otimista.
O conterrâneo Francisco Francimar da Silva Lima, 34, exerce a mesma atividade na Rodovia do Parque. Natural de Limoeiro (200 km da capital), ele carrega na bagagem a experiência adquirida na BR-060, em Goiás. Francisco destaca a segurança do trabalhador como um aspecto positivo no sul. “Comecei trabalhando em empresas “gato”, sem qualidade, não tinha sequer uma bota. Gostei daqui também porque a empresa oferece segurança, tenho protetor solar, auricular, óculos, capacete e botas. Isso é importante, pois queremos voltar para casa do mesmo jeito que chegamos. Ouvimos muito falar em acidentes em obras e a cada dia aprendo mais sobre isso”. Seguidamente, explica, se reúne com os colegas nordestinos para matar a saudade de pratos típicos, como baião de dois e rapaduras enviadas pela família.
Metade sul oferece oportunidades a estrangeiros e locais
Nas cidades de Pelotas e Rio Grande, a duplicação da BR-116/392 conta com 618 colaboradores (diretos e indiretos) nos lotes 1A e 1B, somados à equipe de Gestão Ambiental. A equipe multidisciplinar da gestora ambiental reúne especialistas de várias partes do Estado, além de um técnico ambiental estrangeiro. Natural de Guadalajara, México, Guilllermo Dávila afirma que foi totalmente acolhido no país, inclusive com esta oportunidade de atuação. “Sinto uma grande satisfação e responsabilidade em colaborar com um empreendimento como este. Sabemos da importância da obra e da necessidade de desenvolvê-la conforme as normas ambientais para todos os brasileiros, em especial os da região Sul”, justifica.
Já na duplicação da BR-116/RS, entre Guaíba e Pelotas, chama a atenção o índice de contratação de mão de obra local. São aproximadamente 750 trabalhadores distribuídos em nove lotes e setor ambiental, com presença significativa de gaúchos, principalmente da metade sul. Filho de produtores de tabaco de Camaquã, João Paulo de Oliveira Moron, 24 anos, vislumbrou na obra uma oportunidade de emprego fora do campo. O técnico em agropecuária, formado em 2011, atua na marcação de espécies imunes ao corte, reúne dados para relatórios, e auxilia em transplantes buscando informações de origem e destino. “É muito gratificante trabalhar na região onde nasci e cresci, especialmente em uma obra tão importante como esta duplicação, que trará benefícios para a região, o Estado e para o país”, afirma.
Para João, é recompensador saber que seu trabalho ajuda a minimizar impactos na natureza. “Além disso, mostra o quanto ainda temos a conhecer da nossa região, pois a cada dia são novas descobertas. Perceber o valor sentimental que a população local possui em relação à fauna e flora é algo que emociona e incentiva para que a equipe se dedique ao máximo neste trabalho”, ressalta.
Fonte: DNIT