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Ministério dos Transportes lança estudo para dinamizar escoamento de grãos no país
O estudo faz parte da coleção “Corredores de Transportes”, que a cada quatro meses vai fazer um diagnóstico do escoamento das principais cargas do país, começando pela soja e milho
“O Corredor Norte é uma realidade, não tem volta.” Edeon Vaz (Aprosoja)
O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil lançou, nessa segunda-feira (15/5), o primeiro volume de uma série de estudos técnicos produzidos por sua Secretaria de Política e Integração para diagnosticar e melhorar o fluxo de cargas no Brasil. Os suplementos serão publicados a cada quatro meses. Cada um vai se dedicar ao escoamento das principais commodities produzidas no país (além da indústria automotiva). Este primeiro caderno vai se dedicar ao escoamento do milho e soja, que terão em 2016/2017 a maior safra da história, com expectativa de 220 milhões de toneladas.
A série sai sob o título de “Corredores Logísticos Estratégicos”. Este primeiro estudo, que diagnosticou as condições e capacidades das rodovias, hidrovias e ferrovias que permitem o fluxo da soja e do milho, identificou que faltam pavimentação e sinalização nas estradas; melhor adequação de canais nas hidrovias; e controle eficiente de trens.
“Esses problemas reduzem o potencial do escoamento dos principais produtos da economia brasileira. Por esse motivo, a infraestrutura das rotas de escoamento está na nossa mira”, informou o secretário de Política e Integração do MTPA, Herbert Drummond.
Os próximos cadernos vão diagnosticar a movimentação do petróleo e combustíveis, minério de ferro, açúcar, carnes e automóveis. Ao todo, foram mapeadas – em parceria com os Ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão além de órgãos públicos e entidades representativas dos setores envolvidos na produção daqueles produtos – 41 rotas nos nove corredores de escoamento, tanto para consumo interno quanto para exportação.
VOLUME I
– Com informações consolidadas sobre o setor, a publicação retrata e analisa, em todo o território nacional, a movimentação logística do complexo da soja e do milho, desde a sua origem, nas regiões produtoras, até os destinos finais (portos e centros consumidores).
CONHEÇA A PUBLICAÇÃO:
Apêndice | Rotas de Escoamento - Diagramas Unifilares
SAFRA – Com exceção da safra 2015/2016, que sofreu leve queda por condições climáticas, a produção brasileira de grãos vem, a cada ano, batendo novos recordes, ancorada, principalmente, pela produção de soja e milho. Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostram que, em 2014/2015, as lavouras de soja do país renderam 96,2 milhões de toneladas, 11,8% a mais que na safra passada, enquanto que a do milho registrou 84,7 milhões de toneladas, avanço de 6% sobre o ciclo anterior.
A soja e seus derivados e o milho se destacam como os principais produtos da balança comercial brasileira. Para se ter ideia, em 2015, o volume do complexo de soja exportado foi de 70,8 milhões de toneladas – 14,6% de toda a exportação do país, que geraram US$ 27,96 bilhões de receita.
ROTA ALTERNATIVA
– Do volume total de soja, derivados e milho exportado, 41% saíram pelo corredor Sul, 39% pelo Sudeste, 7% pelo Nordeste e 13% pelo Norte, formado pelas rodovias federais do Mato Grosso, Pará e Rondônia. Embora o volume de exportação pelo Norte ainda não seja tão significativo, as rotas da região são apontadas como uma alternativa para escoar a produção e desafogar os portos do Sul e do Sudeste. Isso porque são os caminhos mais rápidos e mais baratos dos locais de produção até os portos.
O diretor do Departamento de Política e Planejamento Integrado da SPI, Eimair Bottega Ebeling, informa “nas últimas décadas, a agricultura ampliou sua fronteira em direção ao Norte do País e a infraestrutura de transportes não acompanhou essa expansão. Assim, investir na solução desses obstáculos significa aumento da competitividade dos produtos no mercado global e no abastecimento interno”.
O diretor da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Mato Grosso (Aprosoja), Edeon Vaz, concorda: “Para o próximo ano, esperamos um aumento na produção voltada para a exportação e, se tudo der certo, esse crescimento deve ser de 3 milhões de toneladas de soja e milho ao ano”, afirma, arrematando: “O Corredor Norte é uma realidade, não tem volta”.
Assessoria de Comunicação
Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil