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Inauguração da rodovia BR-448/RS vai desafogar a vida dos gaúchos, afirma ministro César Borges
Atualizado em 20/12/2013 - 15h40
Durante a cerimônia de inauguração da BR-448/RS nesta sexta-feira (20/12), com a presença da presidenta da República, Dilma Rousseff, o ministro dos Transportes, César Borges, falou sobre a importância da rodovia. “Essa não é uma obra qualquer, é uma obra especial, já muito desejada pelo povo do Rio Grande do Sul e dessas cidades que margeiam a BR-116. A nova rodovia vem desafogar a vida dos gaúchos que perdem horas para chegar ao seu trabalho”, declarou. Com 22,34 quilômetros de extensão, a BR-448, também conhecida como Rodovia do Parque, foi construída inteiramente com recursos públicos na ordem de R$ 1,3 bilhão. O evento ocorreu na rodovia, à altura do Km 20,75, no município de Canoas.
A BR-448 vai ligar o município de Sapucaia do Sul à capital Porto Alegre, com acessos nos municípios de Esteio - pela BR-386 - e de Canoas. O ministro César Borges destacou que a obra atende à política do governo federal de não pedagiar as áreas urbanas. “Essa rodovia foi feita sem cobrança de pedágio, porque vai levar o trabalhador da sua residência ao seu local de trabalho”, assegurou. A Rodovia do Parque será uma alternativa para distribuir o volume de veículos que utilizam a BR-116 para transitar entre Porto Alegre e os municípios das regiões metropolitana e norte do Rio Grande do Sul. Hoje, essa rodovia é a única opção para os cerca de 160 mil automóveis que seguem diariamente rumo à capital gaúcha. Com a mudança, a Rodovia do Parque vai absorver cerca de 40% do fluxo de veículos da BR-116.
Na ocasião, o ministro anunciou que a presidenta Dilma Rousseff determinou ao Ministério dos Transportes e ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) que seja iniciado o estudo para dar continuidade à BR-448 até Estância Velha. “Em breve, a obra será lançada como solução definitiva para a chegada a Porto Alegre”, afirmou. Quanto à BR-116, César Borges informou que também foi uma determinação da presidenta iniciar as ações preparatórias. “Vamos licitar, no início de 2014, importantes intervenções para adequação da BR-116”, garantiu.
Dividida em três lotes, a Rodovia do Parque possui dez viadutos, uma passagem inferior e três pontes. O ministro César Borges ressaltou as intervenções na nova rodovia com destaque para a obra de arte sobre o Rio Gravataí. “Se no passado o cartão postal de Porto Alegre era a ponte do Guaíba, agora passa a ser a ponte do Gravataí”, declarou. Com 63 metros de altura e 268 metros de extensão, a ponte liga Canoas a Porto Alegre. A rodovia tem ainda três faixas, em cada sentido, no segmento entre o entroncamento com a BR-290/RS e o entroncamento com a BR-386/RS. Já no segmento entre o entroncamento com a BR-386/RS e o entroncamento com a RS-118, serão duas faixas em cada sentido.
Além de reduzir acidentes, melhorar a mobilidade no transporte de passageiros e o acesso e a circulação entre os municípios, a nova estrada representa também um grande potencial econômico para o estado. A Região Metropolitana de Porto Alegre é o terceiro polo industrial do país e é por onde passa a maior parte do escoamento de produção do Rio Grande do Sul. Por ser uma via expressa com poucos acessos, a BR-448 será um reforço ao escoamento de cargas, especialmente da Serra Gaúcha, do Vale dos Sinos, de Caí e Paranhana.
A obra, iniciada em 2009, foi responsável pela geração de cerca de 2,7 mil empregos diretos e indiretos. A rodovia beneficia ainda, de forma direta, 599 famílias que viviam em situação de precariedade nos arredores dos diques de contenção no município de Canoas(RS) e que estão sendo reassentadas em razão da construção da rodovia.
Obra ecológica – Ao longo da construção da Rodovia do Parque, foram adotadas medidas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), para mitigar os impactos ambientais sobre a fauna e a flora predominantes na região. A Autarquia contratou a realização do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do empreendimento. Pelo estudo, foram recomendadas a criação e execução de 22 programas ambientais, como o Projeto de Resgate da Fauna e Flora. A medida visou à redução do impacto gerado pela perda e fragmentação dos variados habitat decorrentes do desmatamento das áreas de influência direta do empreendimento.
Para isso, foram adotados procedimentos para o resgate da flora como, por exemplo, a identificação de áreas prioritárias para a realocação de espécies ameaçadas de extinção. Foram implantados ainda mecanismos para proteger a fauna local por meio do auxílio na travessia dos animais ou mesmo para impedi-los de cruzar as áreas com maiores riscos. As estruturas mais utilizadas foram túneis, pontes, cercas, refletores e placas de sinalização. Destaca-se a construção de cinco passagens de fauna, para mitigar possíveis impactos ambientais e reduzir ao máximo os atropelamentos de animais que possam ocorrer como consequência da implementação da rodovia BR-448.
Três lotes da nova rodovia:
• Lote 1: km 0 até km 9,14 — Trecho de 9,14 quilômetros, partindo do entroncamento da BR 116 com a RS 118 (Sapucaia do Sul) e seguindo até próximo ao entroncamento com a BR 386 (Canoas). Valor: 266,66 milhões
• Lote 2: km 9,14 até km 14,44: Trecho de 5,3 quilômetros da interseção da BR 386 até a empresa Bianchini, bairro Mato Grande (Canoas). Valor: R$ 235,08 milhões
• Lote 3: km 14,44 até km 22,34: Trecho de 7,9 quilômetros da Bianchini até a BR 290 (Porto Alegre), com a ponte do rio Gravataí. Valor: R$ 618,89 milhões
Obs: Além do valor de R$ 1,1 bilhão referente aos três lotes, o investimento total da obra inclui contratos de gestão ambiental, supervisão, gerenciamento de obras, desapropriação e outros, que totalizam R$ 215,2 milhões.
Foto: Pedro Revillion - Palácio Piratini