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Inaugurada obra que permitirá ao Porto de Santos receber navios ainda maiores
Com a conclusão dos serviços, os berços de atracação poderão ser dragados, proporcionando ganho de escala e produtividade para os terminais que atuam no maior Porto da América Latina
Como parte das comemorações dos 126 anos do Porto de Santos, o ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella, participou, nesta sexta-feira (2/2), da entrega da obra de recuperação e reforço estrutural do cais localizado entre os armazéns 12-A e 23 que conta com uma extensão de 1,7 mil metros, no Porto Santista.
A obra faz parte do portfólio do Programa Agora, é Avançar e teve investimento, por parte do governo federal, de R$ 229 milhões. Os serviços foram realizados pelo Consórcio Andrade Gutierrez – OAS – Brasfond - Novatecna.
A obra vai permitir o aprofundamento dos berços de atracação naquele trecho, adequando para a profundidade do canal de navegação, que foi dragado para 15 metros em 2012. O trabalho realizado contou com o reforço nas estruturas, com injeção de concreto na base do cais e perfis metálicos, além da recuperação de estacas e lajes eventualmente avariadas.
Para Quintella, com a conclusão dos serviços, os berços de atracação poderão ser dragados, permitindo a chegada de navios maiores, dando ganho de escala e produtividade para os terminais que atuam no maior Porto da América Latina. “A obra vai beneficiar movimentadores de carga geral, produtos químicos, grãos e também exportadores de açúcar, onde o Porto é líder mundial de exportação desta commodity”, explicou o ministro.
O empreendimento foi realizado em duas etapas: recuperação estrutural da laje existente e a execução de cerca de 60 mil metros de colunas de jet-grouting (instalação de colunas de cimento, executadas por perfuração, jateamento e desagregação do solo com calda de cimento a altas velocidades e sob alta pressão.
JET-GROUNDING
– Nas obras de recuperação e reforço do cais santista foi aplicada a tecnologia jet-grounting, técnica mais utilizada para tratamento e reforço de solos no mundo. Trata-se de uma tecnologia que permite a melhoria e o reforço do solo por meio da instalação de colunas de cimento, executadas por perfuração, jateamento e desagregação do solo com calda de cimento a altas velocidades e sob alta pressão.
O jet-grounting é a técnica mais indicada por especialistas para intervenções em solos fracos e de baixa resistência, sendo utilizada na melhoria das propriedades, contenções, reforços e reduções de permeabilidade dos solos. O procedimento está presente em barragens e túneis, além de obras portuárias.
HIDROVIA – Durante a visita, o ministro também participou do lançamento do Projeto Hidrovia do Porto de Santos, que tem um potencial de 200 quilômetros de vias navegáveis, situadas no entorno do complexo portuário. As projeções de demanda do modal apontam para uma movimentação de 151 milhões de toneladas de carga para o ano de 2020.
A implantação da hidrovia estimulará a criação de terminais multimodais na região impulsionando o surgimento de uma plataforma logística ao longo da hidrovia, promovendo o tráfego de cargas com custo menor maior eficiência, segurança menor impacto ambiental, reduzindo significativamente o custo logístico e descongestionamento dos demais acessos.
Durante o evento, o Quintella anunciou que assinou a autorização para a abertura da consulta pública da nova poligonal do Porto de Santos. “Será um grande debate, onde todos terão a oportunidade de se manifestar, e ao final do processo, isso trará mais incentivos de investimentos para o Porto” afirmou.
PRIMEIRO LUGAR
– O Porto de Santos está em primeiro lugar no ranking de movimentação dos Portos Organizados e transporta um terço dos produtos movimentados no país. Além disso, é o primeiro na movimentação de contêineres, e na exportação de açúcar e de grãos de soja.
Em 2017, bateu novo recorde anual de movimentação de cargas, atingindo o total de 129,8 milhões de toneladas, 14,1% o maior que o verificado no ano anterior e 8,3% acima da então melhor marca anual, ocorrida em 2015 (119,9 milhões de toneladas). O movimento superou em 6,4% a estimativa inicial de janeiro passado, que apontava para um total de 122 milhões de toneladas.
A infraestrutura portuária é dotada de mais de 15 quilômetros de extensão de cais e área útil total de 7,8 milhões de m². Além de 55 terminais marítimos e retroportuários e 65 berços de atracação, dos quais 14 são de terminais privados (Cutrale, Dow Química, Usiminas, Valefértil e Embraport).
Destacam-se os terminais especializados, localizados nas duas margens do estuário, com a seguinte disponibilização de berços: um para veículos; 17 para contêineres; cinco para fertilizantes/adubos; seis para produtos químicos; dois para cítricos; oito para sólidos de origem vegetal; um para sal; dois para passageiros; um para produtos de origem florestal; um para derivados de petróleo; quatro para trigo; cinco para produtos siderúrgicos; dez para carga geral e dois de multiuso (suco cítrico agranel, roll-on/roll-off e contêiner).
Assessoria de Comunicação Social
Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil