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Governo Federal inaugura trecho da Ferrovia Norte-Sul de Palmas a Anápolis
Atualizada em 22/05/2014 - 14h51
Na manhã desta quinta-feira (22/05), em Anápolis (GO), a presidenta da República, Dilma Rousseff, ao lado do ministro dos Transportes, César Borges, presidiu a cerimônia de inauguração do trecho de 855 quilômetros da Ferrovia Norte-Sul (FNS) que liga as cidades de Palmas (TO) e Anápolis (GO). Com um fluxo de transporte inicial de 4 mil toneladas de minério de ferro, o uso da ferrovia possibilitará a redução dos custos de logística e melhorias nos serviços de transportes, já que grande parte da carga escoada atualmente pelas rodovias poderá ser transportada pela Ferrovia Norte-Sul. A obra recebeu investimentos de R$ 4,2 bilhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Na ocasião, o ministro comemorou a entrega do trecho: “Há uma determinação política de desenvolver o país e fazer com que o modal ferroviário seja uma realidade na nossa economia. Hoje a Ferrovia Norte-Sul chega à Anápolis, porque está sendo o centro logístico do Brasil e, com certeza, terá um papel decisivo na interiorização do desenvolvimento brasileiro. Um passo importante para que a ferrovia chegue aqui a este distrito industrial, que tem essa vocação de centro de logística distribuidor do nosso país”, afirmou César Borges.
O trecho de Palmas a Anápolis interliga-se com o segmento de Palmas a Açailândia (MA) da Norte-Sul, com 719 quilômetros, que está em operação desde 2007. No total, são 1.574 quilômetros de linha férrea desde o Maranhão até Goiás. A inauguração do trecho marca a nova conjuntura em que está inserido o transporte ferroviário de carga no Brasil. A Norte-Sul passará a ser ferrovia estruturadora do Sistema Ferroviário Nacional, proporcionando acesso a vários portos e corredores de exportação. Também irá estimular a competitividade intramodal, não só entre os portos, mas também entre os operadores logísticos que realizarão o transporte da carga.
Novo modelo – A Valec, nesse contexto, antecipará a aplicação das premissas do novo modelo de exploração de infraestrutura ferroviária, conhecido como open access , que permite a utilização da ferrovia por diversos transportadores ferroviários, devidamente autorizados por critérios transparentes, não discriminatórios e isonômicos, se forem cumpridas condições técnicas e operacionais. A estatal também irá realizar atividades como o planejamento operacional, a manutenção do trecho e o controle de tráfego da via férrea.
Rodovias em Goiás - Durante o evento em Anápolis, o ministro César Borges destacou ainda os investimentos em obras rodoviárias no estado: “O governo federal está tomando as medidas necessárias para duplicar quase toda a extensão da malha rodoviária no estado de Goiás. Está praticamente concluída a BR-060 de Goiânia até Jataí. Já está pronta de Rio Verde à Jataí e, nos próximos meses, estará concluída. São mais de 2,5 bilhões que estão sendo investidos nas estradas federais de Goiás”, afirmou Borges.
Ainda segundo César Borges, Goiás tem sido muito bem contemplado pelo processo das concessões rodoviárias. “Nós vamos ter a duplicação da BR 040, que sai de Brasília e vai até Juiz de Fora, passando por Belo Horizonte. Teremos também a duplicação da BR 050 em 300 quilômetros aqui no estado de Goiás. Nós vamos ter a duplicação da BR 364, que vem de Rondonópolis e vai até o estado de São Paulo. É a rota da soja, passando por Goiás. Nós temos nesta sexta-feira (23/05) o leilão da BR 153 para duplicá-la até Gurupi, no estado de Tocantins”, concluiu.
Pátio de Anápolis torna-se novo centro logístico do país
O Pátio Intermodal de Anápolis ocupa uma área de 24 hectares, onde seis linhas férreas paralelas percorrem 3.760 metros de extensão. É por onde serão carregados e descarregados grãos, farelos, fertilizantes, contêineres etc., que deixarão de ser transportados por via rodoviária para acessarem os portos do país pela Ferrovia Norte-Sul.
O novo pátio vai servir às empresas já instaladas em Anápolis que poderão construir os acessos à ferrovia, como o Porto Seco (atualmente o quarto maior do país) e a Granol e àquelas que se interessarem em arrendar as duas áreas públicas de localização privilegiada que serão licitadas pela Valec.
Dentre as cargas que poderão ser movimentadas no novo pátio estão aquelas que seguirão sentido importação (Palmas-Anápolis), acelerando a entrega de produtos e matérias-primas nos estados de Goiás e Tocantins, e aquelas que seguirão sentido exportação (Anápolis-Palmas), descongestionando os portos de Santos e Vitória.
Pátio de Porto Nacional já movimenta cargas de grandes empresas
O Pátio de Porto Nacional, situado a 23 quilômetros de Palmas, no extremo norte do novo trecho da Ferrovia Norte-Sul, inaugurado em 2010, e que teve seus terminais colocados em funcionamento em 2014, atende, atualmente, à demanda de duas empresas distribuidoras de combustíveis líquidos (Raízen e BR Distribuidora). Outras duas devem começar a operar nos próximos meses, pois já realizam obras no local. Elas vão movimentar grãos (Ceagro) e combustível (Norship).
O Pátio deverá, também, atender ao transporte de contêineres, minério e commodities agrícolas. Além disso, a Valec deve realizar uma nova licitação para exploração de novas áreas do pátio, ocupando a área total de 70 hectares.
Movimentação da carga
Sentido Importação:
- Contêineres de produtos industrializados vindos da Zona Franca de Manaus para comercialização no Centro-Oeste e Sudeste do país
- Grãos de soja, produzidos no Norte de Goiás e sul de Tocantins, para serem esmagados em fábricas do Centro-Oeste
- Fertilizantes
- Bauxita
- Granéis líquidos
Sentido Exportação:
- Granéis agrícolas
- Farelo de soja
- Carga geral Minério de ferro e manganês
- Granéis líquidos
Pátios Multimodais de cargas no novo trecho da ferrovia:
Pátios |
Empresas |
Sentido importação |
Sentido exportação |
Porto Nacional/TO |
Petrobrás |
Diesel e gasolina |
Etanol e biodiesel |
Raízen |
Diesel e gasolina |
Etanol e biodiesel |
|
NovaAgri (projeto) |
− |
Grãos |
|
Ceagro (em obras) |
Grãos |
Grãos |
|
Norship (em obras) |
Diesel e gasolina |
Etanol e biodiesel |
|
Gurupi/TO |
Brazil Marítima |
− |
Minério de manganês |
Anápolis/GO |
Granol |
Grãos |
Farelo de Soja |
Porto Seco |
Carga geral |
Carga geral |
Demais trechos da Ferrovia Norte-Sul
Outro trecho da Ferrovia Norte-Sul em construção pela Valec – conhecido como Extensão Sul – vai de Ouro Verde (GO), próximo a Anápolis, até Estrela d’Oeste (SP). O percurso de 682 quilômetros já tem 60% de execução física e previsão de conclusão para 2015.
Ao norte, o segmento de Açailândia (MA) a Barcarena (PA), de 480 quilômetros, está previsto no Programa de Investimentos em Logística (PIL), do Governo Federal, para futura concessão. Ao sul, outro trecho da Norte-Sul também no PIL é Estrela D´Oeste (SP) – Panorama (SP), com 264 quilômetros de extensão.
Paralelamente, a VALEC está na fase final do Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) de trecho de 1.200 quilômetros compreendido entre Panorama (SP) e Rio Grande (RS), que interligará com a Ferrovia do Frango, em Santa Catarina, e, também, alcançará os portos de Paranaguá, no Paraná, e o de São Francisco, em Santa Catarina. Quando concluída a ferrovia terá a extensão de 4.155,6 km e cortará os estados do Pará, Maranhão, Tocantins, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul
Municípios abrangidos pelo novo trecho da Ferrovia Norte-Sul:
TOCANTINS: Porto Nacional, Fátima, Brejinho de Nazaré, Santa Rita do Tocantins, Crixás, Aliança do Tocantins, Gurupi, Cariri do Tocantins, Figueirópolis, Alvorada, Talismã.
GOIÁS: Porangatu, Formoso, Santa Tereza, Estrela do Norte, Mara Rosa, Alto Horizonte, Campinorte, Uruaçu, São Luiz do Norte, Santa Isabel, Castrinópolis, Rialma, Ceres, Rianápolis, Jaraguá, Jesúpolis, São Francisco do Goiás, Petrolina de Goiás, Ouro Verde, Rodrigues Nascimento, Nerópolis, Campo Limpo, Anápolis.
Veja fotos da cerimônia de inauguração do trecho Anápolis-Palmas da Ferrovia Norte-Sul
(Fotos: Luís Fortes/Ministério dos Transportes)
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