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Espera de 54 anos termina nesta sexta
O último trecho da BR-316 sem pavimentação em Alagoas terá obras autorizadas. A expectativa da população sertaneja é de integração entre os municípios e crescimento da região
O ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella, vai nesta sexta-feira (15/7) a Canapi, no sertão alagoano, assinar ordens de serviço no valor de R$ 170,4 para revitalizar as rodovias federais do estado. A BR-316 terá pavimentado 49,8 quilômetros de seu último trecho sem asfalto e revitalizados os 225 quilômetros que representam o restante da estrada que liga o interior a Maceió. Na divisa com a Bahia e Pernambuco serão recuperados 117 quilômetros da BR-423/110.
São 54 anos de espera. “Preciso ver para crer. Esta é uma reivindicação antiga da população. Será que agora a obra será realizada mesmo?”, reage “seu” José Ribeiro, comerciante de Canapi, ao saber que o último trecho da BR-316, entre os municípios Canipi (AL) e Inajá, em Pernambuco, vai ser pavimentado. Na porta da sua loja, entre amigos, o Zé Homem, como é conhecido na comunidade, conta que a espera do asfalto no último trecho da rodovia não construído no estado data da emancipação do município, em 1962.
Pequenos vilarejos e cidades conectadas à BR-316 por vicinais, ramais das estradas entre os municípios, serão beneficiadas com a pavimentação, que facilitará o transbordo de produções locais entre as comunidades, estimulando o crescimento em direção a outros estados.
Nas proximidades do trecho ainda não asfaltado, há dezesseis cidades. Com as obras, serão mais de 340 mil pessoas favorecidas diretamente.
Com os novos contornos rodoviários, as cidades ficarão mais acessíveis para os produtores de municípios vizinhos e de outros estados, favorecendo o crescimento socioeconômico de toda a região, cooperando, inclusive, com o desenvolvimento de todo o estado.
PARCERIA –
Após licenciamento emitido no mês de junho pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), o Ministério, parlamentares e o governo alagoano firmaram parceria para a obtenção de recursos que garantirão esses investimentos. Dos R$ 170,4 milhões, R$ 60 milhões serão investidos na construção e pavimentação daqueles 49,8 quilômetros, R$ 62 milhões na restauração e manutenção de 225 quilômetros da 316 e R$ 48,4 na restauração e manutenção de 117 quilômetros da BR-423/110, na divisa dos estados de Alagoas, Pernambuco e Bahia. Esta parte das rodovias aproxima as divisas dos três estados, passando entre Ouro Branco (AL) a Paulo Afonso (BA).
Os contratos, parte do Programa CREMA do DNIT (Conservação, Recuperação e Manutenção de Rodovias Federais), preveem que as empresas responsáveis pelas obras atuem para reparações nas rodovias durante os próximos cinco anos. O consórcio Ápia/Convap/Consol venceu a licitação.
“É com muita alegria que recebo esta notícia”
– Para a população do distrito de Carié, que margeia a 316, a obra representa um importante passo, desde o surgimento do povoado, que nasceu como um pequeno conglomerado urbano, incentivado justamente pela implantação da estrada, como passagem entre os estados. Mas a interrupção do trajeto pelo único trecho em leito natural levou ao isolamento da área, gerando a diminuição de empreendimentos e investimentos na produção.
Prova disso é a história de Adão e Eva. Além de homônimos das personagens bíblicas, “seu” Adão Queiroz, 70 anos, e a esposa, Eva dos Santos, 68 anos, também desejam companhia. Há 35 anos gerenciam sua churrascaria na beira da 423, bem na junção com a 316. Segundo ele, as más condições das estradas atrapalham os negócios da família.
“O povo prefere arrodear por outras estradas e municípios a passar por aqui. É com muita alegria que recebo esta notícia. De Belém, onde começa a BR, até aqui, ficará muito mais ligeiro”
, entusiasma-se.
De passagem, o caminhoneiro José Francisco Monteiro, de Betim, Minas Gerais, concorda. “Passo por aqui pelo menos duas vezes por semana com meu caminhão cegonha. Com asfalto melhor, vamos usar mais estas rodovias. A segurança é importante. O movimento aumentará muito. Inclusive na churrascaria”, brincou.
A BR-316 também passa pela frente da fazenda onde o “seu” Elizaudo Barros, 57 anos, cria gado holandês há 30 anos e produz mais de mil litros de leite por dia.
“Cansei de perder produção por conta dos caminhoneiros que se negavam a chegar na região para buscar o leite. Cheguei a ter caminhão próprio para a distribuição. Fico feliz que esta realidade mude. Precisamos destas melhorias com urgência”
, contou.
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