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Acordo aumenta capacidade de escoamento por ferrovias no Porto de Santos
O Porto de Santos está operando com a capacidade acrescida em cerca de 5.600 toneladas de grãos transportados por dia, graças à liberação de seis quilômetros do trecho ferroviário entre Perequê e Cubatão, recentemente duplicado. O desbloqueio é fruto de uma negociação entre as empresas concessionárias da via férrea e operadoras dos terminais portuários, com apoio técnico da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e do Ministério dos Transportes (MT). Na primeira semana de operação, iniciada dia 8 último, o trecho permitiu a passagem de um trem (80 vagões) a mais no acesso à margem direita do porto, o que equivale a cerca de 186 carretas que deixam de utilizar as rodovias.
A expectativa é de que, até junho, a capacidade atual de oito trens passando no trecho diariamente seja elevada a dez, movimentando 19,2 mil toneladas a mais e retirando 540 carretas das estradas todos os dias. O acordo reflete, segundo o ministro dos Transportes, César Borges, a disposição do Ministério em encontrar soluções para o escoamento das safras. “O Ministério está empenhado a empregar todos os meios para resolver os gargalos, principalmente do Porto de Santos. Além das ações operacionais com impacto imediato, não podemos esquecer das obras em desenvolvimento que estarão disponíveis a médio e longo prazo”.
O MT atuou na construção do acordo como mediador entre as empresas em reuniões ocorridas desde o início do mês de março, antecipando a liberação do trecho, anteriormente prevista para junho. A articulação promovida entre as concessionárias, os usuários do transporte ferroviário e autoridades portuárias visa amenizar os problemas detectados na chegada ao Porto de Santos, como assegurar a redução dos tempos de trânsito, em toda a cadeia logística, nos carregamentos e descarregamentos dos trens, facilitando o escoamento de 180 milhões de toneladas da supersafra de grãos.
O secretário executivo do Ministério, Miguel Masella, avalia que a duplicação de toda a linha férrea até o bairro de Valongo, em Santos (SP), também permitirá uma significativa melhora no acesso ao porto. “Com a conclusão dessa obra, a capacidade da via poderá saltar para até 20 trens por dia, o que significa mais que duplicar a capacidade atual e a retirada de 2.300 caminhões das estradas brasileiras”, garante ele.
Nos próximos dias, o Ministério dos Transportes, a Secretaria Especial de Portos, a Polícia Rodoviária e a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) irão se reunir para discutir a criação de um sistema de organização das filas de trens e caminhões na margem direita do Porto de Santos, como já ocorre na margem esquerda. O objetivo é inibir a parada dos caminhões sobre a linha férrea, bloqueando a passagem dos trens. Além disso, será tratada nos encontros a possibilidade de aumento da capacidade de descarga nos terminas de grãos, permitindo agilidade ao processo.
Somada a essa negociação, o Ministério dos Transportes vem promovendo outras iniciativas para estruturar um sistema de transportes de alta capacidade para o escoamento da produção agrícola brasileira. Alguns exemplos de obras em rodovias, ferrovias e hidrovias:
Rodovia – Na BR 163, as obras de pavimentação entre Santarém (PA) e Guarantã do Norte (MT), incluindo o acesso ao Porto de Miritituba (BR 230/PA), irão facilitar o escoamento da produção agrícola do Centro-Oeste, desafogando o trânsito dentro dos municípios e garantindo a manutenção do nível de serviço. As intervenções possuem investimento total de R$ 2 bilhões e foram divididas em três trechos, dos quais o primeiro deverá ficar pronto até o final deste ano. Com R$ 80 milhões investidos, a extensão que liga Santarém a Rurópolis (PA) corresponde a 125 quilômetros da meta de mil quilômetros da obra. Os demais trechos tem conclusão prevista para depois de 2014. Também a longo prazo (pós-2014), estão previstas obras que darão acesso aos portos de Itaqui, Paranaguá, Santarém e Rio Grande.
Ferrovia – Até o final de 2014, estará em operação a Ferrovia Norte-Sul, que ligará Anápolis (GO), Palmas (TO) e Açailândia (MA), com acesso ao Porto de Itaqui (MA) pela Estrada de Ferro Carajás. Com investimento de R$ 3,3 bilhões, a obra vai impulsionar a produção na área do cerrado e promover cerca de 270 mil empregos diretos e indiretos nas comunidades da região. Quando entrar em operação, esse trecho da ferrovia impulsionará o desenvolvimento do Centro-Oeste, onde serão implantadas 42 indústrias de etanol e 20 usinas de biodiesel. Depois de 2014, está prevista a ampliação da malha ferroviária.
Hidrovia – Outra obra importante é a dragagem e sinalização da hidrovia do Madeira entre Porto Velho (RO) – Itacoatiara (AM). O Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (DNIT) providenciou, recentemente, a licença ambiental para dragagem de alguns pontos da hidrovia e finalizou a licitação da operação da draga que é de sua propriedade, de forma que, quando o rio começar a baixar (julho/agosto), haja condições de dragar os pontos licenciados. A previsão de conclusão é dezembro de 2014. Também com impacto após 2014 a capacidade da hidrovia do Tietê.
Assessoria de Comunicação/Ministério dos Transportes