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Ética e legalidade
Em janeiro de 2013, o atleta queniano, Abel Mutai, medalhista em corridas de obstáculos, estava prestes a alcançar mais um ouro. Ao entrar na reta final, pensou que já tinha concluído a prova e, desacelerando, acenava para o público como vencedor. O próximo atleta se aproxima e vendo que seu adversário estava errado, parou a poucos metros da chegada, não quis aproveitar a oportunidade e vencer. Gesticulando na tentativa de estabelecer alguma comunicação com Mutai, praticamente empurra o queniano em direção à linha de chegada.
Fica a pergunta no ar: seria lícita a vitória sobre o favorito? Sim. Seria ético? Não. Esta é uma situação que pode exemplificar um conflito entre legalidade e ética. Pode ser legal, mas é ético? E esse conflito só pode ser resolvido quando o agente ético reconhece os valores morais como se tivessem sido instituídos por ele, como se pudesse ser o autor desses valores ou das normas morais. Por isso, ele é livre, autônomo, como se tivesse dado a si mesmo sua própria lei de ação.
O agente ético é um ser racional e consciente do que faz. Como um ser livre, ele decide e escolhe o que faz e como um ser responsável, ele assume o que faz. Segundo a lição de Aristóteles, uma ação só será ética se for balizada pela ideia de bem e mal, justo e injusto, virtude e vício.
Ainda que não sejamos atletas olímpicos, estamos sendo constantemente observados, quer na vida pessoal ou profissional. Essa é uma realidade que passa despercebida muitas vezes em nossa rotina diária, mas pode ser facilmente confirmada nas relações de trabalho.
Para ingressar no serviço público, por exemplo, as instituições avaliam candidatos com base em conhecimentos e habilidades profissionais, mas ao realizar uma demissão, baseiam-se nas atitudes e condutas profissionais.
Por isso é dito que o agente ético preocupa-se de forma obstinada com suas atitudes, pois, tem plena consciência de que, mesmo tendo muito conhecimento, competência e habilidades especiais, caso comprometa sua conduta profissional, sua permanência no trabalho poderá ser ameaçada, correndo enorme risco de ser demitido.
Seja ético! Contribua para que o bem e a justiça sejam sempre vitoriosos no seu ambiente de trabalho!
Marta P. Silva,
Secretária-Executiva da Comissão de Ética do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil