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Artigo: Celebrar e refletir
Segundo estimativas da Organização Mundial do Trabalho (OIT), o mundo chegará em 2017 a 201,1 milhões de desempregados. O mercado de trabalho vive um momento de transformação e hostilidade.
Profissões são extintas, o avanço tecnológico suprime postos de trabalho, fábricas investem em pesquisa e desenvolvimento e ficam mais sofisticadas, a competitividade aumenta em ritmo acelerado e a produtividade precisa acompanhá-lo.
Esse processo, que, por um lado, faz aumentar a produção e os faturamentos, por outro contribui decisivamente para o maior flagelo do planeta: a exclusão.
É preciso pensar a empregabilidade. Estimular o crescimento econômico inclusivo. Combater a desigualdade de renda. Ter a geração de empregos como prioridade em todos os passos da atividade econômica. Empregos de qualidade. Empregos decentes. Empregos para as mulheres – que, no Brasil, sofrem mais com o desemprego do que os homens, apesar de terem, em média, um nível de escolarização mais elevado, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O preconceito é um mal que encontra solo fértil na catástrofe do desemprego. Se as mulheres forem negras ou pardas, maior ainda será seu desafio.
O Brasil tem hoje, oficialmente, 14,2 milhões de pessoas desempregadas. O Governo Federal vem empreendendo os máximos esforços para que se abram oportunidades de trabalho no país. O projeto de lei de modernização da legislação trabalhista, aprovada nesta quarta-feira, 26 de março, na Câmara Federal, e que agora seguirá para o Senado, foi concebido com o propósito de dar condições para que o país enfrente este que é o seu maior inimigo da atualidade. Um inimigo que também é mundial. O projeto atualiza a Consolidação das Leis do Trabalho, a CLT, apresentada ao país em 1º de maio de 1943. Os tempos são outros, os desafios são outros, as soluções também têm que ser outras. Sempre preservando os direitos do trabalhador.
O Dia 1º de maio deve ser celebrado sempre – por tudo o que representa em termos de lutas e conquistas dos trabalhadores. Mas o 1º de maio também tem que ser um dia de reflexão, sobre a situação de cada um e do país.
O Brasil está retomando o caminho do crescimento. Há pouco, em fevereiro, tivemos mais admissões do que demissões. Fazia muito tempo que isso não acontecia. E não aconteceu por acaso. Isso mostra que as medidas que o governo tomou começam a surtir efeito. A modernização trabalhista faz parte desse contexto.
Que este 1º de maio seja, portanto, um dia de celebração, de reflexão e também de otimismo. Otimismo de quem sabe que pode fazer o Brasil voltar a dar certo. E nenhuma data é mais apropriada para reafirmarmos essa confiança do que o 1º de maio, o Dia do Trabalho.
Ronaldo Nogueira
Ministro do Trabalho