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Notícias
Trabalho e Emprego
Foto: Allexandre Silva / MTE
Durante a cerimônia de lançamento do Relatório Anual Socioeconômico da Mulher (RASEAM 2025), realizada nesta terça-feira (25) na Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF), o ministro em exercício do Trabalho e Emprego, Francisco Macena, ressaltou a importância de ampliar as políticas públicas de igualdade de gênero no mercado de trabalho. O evento, conduzido pela ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, contou com a presença das deputadas federais Benedita da Silva, Erika Kokay e Célia Xakriabá, da senadora Augusta Brito, da secretária dos Direitos das Mulheres do Distrito Federal, Gisele Ferreira, e da procuradora aposentada do Ministério Público Federal (MPF), Ela Wiecko.
A ministra Cida Gonçalves enfatizou o papel estratégico do relatório. “A edição de 2025 do Raseam é mais um instrumento de apoio à promoção da igualdade entre mulheres e homens entregue pelo nosso Ministério. O relatório torna as informações que estão nas bases de dados do governo mais acessíveis para a população, ao reuni-las em uma só publicação”, explicou.
Francisco Macena enfatizou a relevância do diálogo social e da participação ativa de trabalhadores e trabalhadoras nas discussões, ressaltando que esse envolvimento é essencial para a implementação efetiva das políticas de igualdade de gênero. “A maioria das políticas de gênero do governo Lula é liderada pelo Ministério das Mulheres, e investiremos todos os esforços para que essas políticas sejam implementadas. O Ministério do Trabalho e Emprego tem total compromisso com a inclusão das mulheres no mercado de trabalho”, afirmou.
Durante seu discurso, o ministro em exercício também homenageou a deputada Luiza Erundina, autora da lei que instituiu o relatório e primeira mulher eleita prefeita da cidade de São Paulo. “Erundina enfrentou uma série de preconceitos durante sua gestão e, hoje, é considerada uma das melhores gestoras da história da cidade”, declarou.
Panorama - Coordenado pelo Ministério das Mulheres, o Raseam 2025 compila 328 indicadores elaborados por diversos órgãos públicos, oferecendo um panorama abrangente da realidade das mulheres brasileiras. O Ministério do Trabalho e Emprego contribuiu para a publicação com dados e análises por meio do Observatório Brasil da Igualdade de Gênero.
Instituído pela Lei nº 12.227/2010, de autoria da deputada Luiza Erundina, o relatório foi lançado pela primeira vez em 2013 e se consolidou como uma ferramenta essencial para a elaboração de políticas públicas voltadas à promoção da igualdade de gênero.
Dados da Pesquisa - Entre os principais dados apresentados pelo relatório, destaca-se que a maioria dos lares brasileiros é chefiada por mulheres. Em 2023, 40,2 milhões de domicílios permanentes no país tinham mulheres como responsáveis, enquanto 37,5 milhões eram chefiados por homens. Essa inversão na liderança familiar foi registrada a partir de 2022, de acordo com a PNAD Contínua.
O relatório também destaca variações regionais na composição familiar. No Norte e Nordeste, predominam os domicílios estendidos, onde mais de uma família reside sob o mesmo teto, representando 25,8% e 19,8% dos lares, respectivamente. Por outro lado, nas regiões Sudeste e Sul, observa-se uma maior presença de domicílios unipessoais, com índices de 17,4% e 17,3%, o que pode estar relacionado ao envelhecimento da população e à maior expectativa de vida das mulheres.
Entre as pessoas que residem em domicílios coletivos, como instituições de longa permanência para idosos, as mulheres representam 22,1% do total. Mais da metade delas (51,9%) vive em instituições voltadas ao atendimento da terceira idade, enquanto a maior parte dos homens (70,5%) está em unidades do sistema prisional, de acordo com os dados do Censo 2022.
O relatório também destaca a situação das jovens brasileiras no mercado de trabalho. Em 2024, 34% das meninas de 14 a 17 anos estavam em busca de emprego, embora a legislação permita o trabalho apenas na condição de aprendizes. Essa procura precoce por uma fonte de renda evidencia a crescente necessidade de apoio financeiro dentro das famílias.
Outro dado preocupante é o elevado número de jovens que nem estudam nem trabalham, os chamados “nem-nem”. Em 2023, dos 7,3 milhões de jovens nessa situação, 69,5% eram mulheres, sendo 48,5% delas pretas ou pardas. O principal fator apontado para essa inatividade foi o trabalho reprodutivo, como os cuidados com a casa, filhos e familiares, uma realidade vivida por 95,7% das mulheres desse grupo.
7 Eixos - O Raseam 2025 está estruturado em sete eixos temáticos: Estrutura Demográfica; Autonomia Econômica e Igualdade no Mundo do Trabalho; Educação; Saúde Integral, Direitos Sexuais e Reprodutivos; Enfrentamento de todas as formas de violência contra as mulheres; Mulheres em espaços de poder e decisão; e Mulheres no Esporte.
Com dados atualizados, o relatório reforça a urgência de ampliar as políticas públicas direcionadas às mulheres, especialmente nas áreas de trabalho, renda e cuidados. Ele representa um avanço significativo do governo federal na busca pela construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Acesse o relatório: RASEAM 2025