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BRICS debate transição justa e impactos das mudanças climáticas no trabalho

Foto: Elio Rizzo
No segundo dia do segundo encontro do Grupo de Trabalho sobre Emprego do BRICS Brasil, os debates se concentraram nos impactos das mudanças climáticas no mundo do trabalho e na necessidade de uma transição justa para uma economia mais sustentável. O encontro virtual foi conduzido a partir da sede do Serpro, em Brasília (DF).
A chefe da Assessoria Especial de Assuntos Internacionais do Ministério do Trabalho e Emprego, Maíra Lacerda, que coordenou os trabalhos do GT, ressaltou a relevância do diálogo social e da cooperação internacional para garantir que essa transição aconteça de forma equitativa e eficaz.
“Discutimos como a transição para energias renováveis e combustíveis menos poluentes pode gerar novas oportunidades de trabalho decente e garantir a proteção dos trabalhadores que já estão inseridos em setores impactados pelas mudanças climáticas”, afirmou Maíra. Segundo ela, houve consenso entre os países participantes sobre a necessidade de estratégias inclusivas para essa transição, considerando a diversidade dos mercados de trabalho e economias do BRICS.
Inovação - Daniel Bitencourt, da Fundacentro, apresentou um aplicativo para monitoramento de estresse térmico, destacando os riscos das temperaturas extremas para trabalhadores expostos ao calor. “O impacto das mudanças climáticas sobre a saúde e produtividade dos trabalhadores foi uma preocupação central para a maioria dos países presentes, que relataram políticas de adaptação, como redução da jornada em condições climáticas extremas e ampliação das proteções sociais”, explicou Maíra.
Sul Global - O representante da África do Sul, Thomas Ndlovu, destacou que seu país já adotou diversas políticas para mitigar os impactos do calor extremo no trabalho.“Temos um sistema de monitoramento da temperatura e diretrizes para a redução da jornada de trabalho em condições extremas, além de investir em educação para que os trabalhadores conheçam seus direitos e saibam como se proteger”, afirmou Ndlovu.
Diálogo Social - Wei Zhang, representante da China, enfatizou o papel essencial do diálogo social na formulação de políticas eficazes. “O diálogo social é uma ferramenta fundamental para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas. Sem o envolvimento dos trabalhadores, muitas iniciativas correm o risco de falhar”, destacou Zhang.
Transição Energética - Alexei Petrov, representante da Rússia, destacou os impactos econômicos da transição energética. “A mudança para energias renováveis deve ser conduzida de maneira planejada para minimizar os impactos econômicos e garantir que nenhum trabalhador seja deixado para trás”, afirmou Petrov.
Cooperação - O representante da Índia, Rajesh Malhotra, destacou a importância da cooperação internacional para o desenvolvimento de soluções eficazes.“A cooperação técnica entre os países do BRICS é essencial para garantir que todos possamos aprender uns com os outros e implementar estratégias que promovam uma transição justa”, disse Malhotra.
Os países participantes também destacaram a relevância da cooperação internacional para o intercâmbio de boas práticas e a criação de mecanismos concretos de apoio às economias em transição. “A cooperação técnica internacional foi uma prioridade apontada por todos, e certamente isso será refletido na declaração ministerial do BRICS”, afirmou Maíra.
Agenda – Com o encerramento do segundo dia de discussões, o próximo passo será a elaboração do rascunho da declaração ministerial, que será debatido na reunião marcada para o início de abril. A versão final do documento deverá ser aprovada durante a reunião ministerial do BRICS, prevista para o dia 25 de abril.
“O ministro Luiz Marinho tem nos orientado a buscar resultados concretos, e estamos trabalhando para que a declaração ministerial traga compromissos reais e aplicáveis, garantindo a proteção dos trabalhadores e a promoção do trabalho decente”, concluiu Maíra Lacerda.
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