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Seminário Internacional discute inovação em políticas para a transição escola-trabalho na América Latina e Caribe
O Seminário Internacional: Desafios e Oportunidades para Inovar em Políticas para a Transição da Escola-Trabalho na América Latina e Caribe foi concluído nesta quinta-feira (19) em Brasília, reunindo representantes do governo, do setor privado brasileiro e autoridades de Argentina, Chile, Colômbia, Jamaica, México e Uruguai. Durante dois dias de debates intensos, os participantes compartilharam experiências e discutiram políticas capazes de ajudar jovens dessas regiões a fazer uma transição bem-sucedida para a vida adulta, desenvolvendo habilidades e competências essenciais para seu futuro.
O evento foi organizado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o Fundo das Nações Unidas pela Infância (Unicef) e o Pacto Nacional pela Inclusão Produtiva das Juventudes, com apoio da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e da Organização Internacional da Juventude (OIJ). As propostas discutidas serão levadas para o fórum regional de alto nível previsto para acontecer no próximo ano sobre o tema.
O ministro do Trabalho e Emprego em exercício, Francisco Macena, destacou o impacto das mudanças que estão ocorrendo no mundo do trabalho devido à transição energética e tecnológica, que levará a extinção de atividades e surgimento de outras. Para debater esse processo, Macena ressaltou que é necessário escutar a juventude, suas preocupações e projetos. Segundo ele, ainda se discute inserção dos jovens no mercado de trabalho com base em leis trabalhistas, mas essas possibilidades devem ser ampliadas.
“Uma parcela da juventude diz que talvez não queira esse modelo de trabalho, pois pode não garantir a qualidade de vida desejada. Talvez essa inclusão no mundo do trabalho possa ocorrer de outras formas, como na economia solidária ou no desenvolvimento de algum negócio. É necessário ouvir esses jovens e garantir que essas formas de trabalho garantam o trabalho decente, inclusão justa e boa remuneração”, afirmou o ministro em exercício.
Dados da ONU mostram que 165 milhões de jovens na América Latina e Caribe, muitos em situação de vulnerabilidade social, carecem de acesso a direitos básicos. Youssouf Abdel-Jelil, representante da Unicef no Brasil, alertou que um em cada quatro jovens na região vive na pobreza, sem acesso à educação, trabalho ou treinamento profissional, sendo os mais afetados as mulheres, indígenas, pessoas com deficiências, LGBTQI+ e moradores de áreas rurais e periféricas. “Por isso é fundamental que se estabeleça uma ampla cooperação entre governos, setor privado, sociedade civil e movimentos de juventude para garantir uma transição positiva da escola para o mundo do trabalho.”, destacou Abdel-Jelil.
A necessidade de alinhar o sistema educacional às políticas de emprego foi um ponto-chave levantado por Aguinaldo Maciente, da OIT. Ele ressaltou que uma primeira experiência positiva no mercado de trabalho tem efeitos duradouros na vida de um jovem. “Quando a primeira inserção é precária, na informalidade, com violação de direitos, isso também afeta permanentemente a vida”, afirmou.
Danielle Mulling, representante da juventude da Jamaica, reforçou a necessidade de maior envolvimento dos jovens nas decisões que os afetam. “Falem conosco, não basta tomar decisões à distância, sem a contribuição daqueles afetados por elas. Precisamos da parceria, suporte e disposição de vocês para criar espaço para os jovens”, frisou a jamaicana.
Também participaram do seminário Saumineo da Silva Nascimento, do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS); Miguel Intra, da Secretaria Nacional de Juventude (SJN); Alexsandro do Nascimento Santos, do Ministério da Educação (MEC); e Luiz André Reis, do Iate Clube de Brasília.