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Trabalho Infantil
XI Marcha de Enfrentamento em Pernambuco alerta contra exploração do trabalho de crianças
No último dia 10 de outubro, cerca de 500 pessoas se reuniram para a XI Marcha Pernambuco contra o Trabalho Infantil, em um forte ato simbólico de repúdio à exploração do trabalho de crianças e adolescentes. A marcha, que começou em 2013, é realizada anualmente pelos órgãos e instituições que fazem parte do Fórum Estadual de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil em Pernambuco (FEPETIPE), dentre eles o Ministério do Trabalho e Emprego, por meio da Superintendência Regional do Trabalho em Pernambuco. A passeata começou no Parque 13 de Maio e percorreu várias ruas do Recife até o ponto final no Marco Zero.
O objetivo central do evento foi destacar a importância de garantir uma infância e adolescência plenas, livres de trabalhos que prejudicam o desenvolvimento físico, psíquico, moral e social.
Para o coordenador nacional de fiscalização do trabalho infantil, Roberto Padilha, “em todo País, o cenário continua preocupante. Dados divulgados em 2023 pelo IBGE, referentes ao ano de 2022, revelaram um aumento do trabalho infantil, que atinge 1,9 milhão de crianças e adolescentes, o que representa 4,9% da população entre 5 e 17 anos. A maior parte, 65,1%, são meninos, e 66,3% são negros, evidenciando o impacto do racismo estrutural e da desigualdade social.”, destaca.
Em Pernambuco, a realidade não é diferente. Paula Neves, Auditora-Fiscal do Trabalho, coordenou recentemente uma megaoperação do Grupo Móvel de Fiscalização do Trabalho Infantil, do Ministério do Trabalho e Emprego, que, com o apoio da Polícia Rodoviária Federal, afastou 301 crianças e adolescentes do trabalho infantil no Agreste de Pernambuco. Segundo a auditora, “a maioria das crianças e adolescentes trabalhavam em atividades consideradas como piores formas de trabalho infantil com graves riscos à saúde, como mutilações, queimaduras, ferimentos e intoxicações.”
Dados da PNAD Contínua do IBGE de 2022 apontam 68.349 crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil em Pernambuco. Segundo Lívia Lima, coordenadora regional de fiscalização do trabalho infantil no estado, “a marcha não foi apenas um protesto, mas um chamado à ação. A intensificação das ações de combate ao trabalho infantil é crucial para proteger os direitos das crianças e adolescentes, garantindo a todos um futuro mais justo”, afirma.
A Superintendência Regional do Trabalho em Pernambuco atuou ativamente no planejamento e realização da marcha, articulando com as instituições formadoras a participação efetiva de centenas de adolescentes que marcharam juntos contra o trabalho infantil.