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Trabalho LGBTI+
Empresas apresentam boas práticas para inclusão de pessoas LGBTI+ no mercado de trabalho
Matheus Itacaramby/MTE
A implementação de políticas afirmativas é essencial para atrair e manter pessoas LGBTI+ no mercado de trabalho. Boas práticas nesse sentido foram apresentadas hoje (13) por empresas durante o segundo dia do I Seminário de Empregabilidade LGBTI+, realizado no auditório do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em Brasília.
O evento, organizado pela Aliança Nacional LGBTI+ e pelo Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC), com apoio do MTE, Ministério Público do Trabalho (MPT), Organização Internacional do Trabalho (OIT) e entidades representativas do público LGBTI+, promove debates com diversos setores da sociedade para ampliar as oportunidades de emprego e renda para a população LGBTI+.
Segundo o secretário-executivo do Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+, Reinaldo Bulgarelli, pessoas LGBTI+ necessitam de um ambiente acolhedor e seguro para se desenvolverem. Ele ressalta ainda que a sua entidade, juntamente com a Trans Emprego, tem contribuído para a empregabilidade desse público. “Construímos uma história e quebramos paradigmas de que pessoas trans não podem trabalhar”, ressaltou.
Uma das empresas, que apresentou seu programa para empregabilidade de público LGBTI+, foi a multinacional GE Vernova, que implementou no país, em 2014, o Pride Alliance Brasil, que já tinha essa política global em desenvolvimento. Segundo Julia Bauli Lima, líder de Recursos Humanos e da Pride na empresa, atrair talentos LGBTI+ é uma estratégia de negócio pensando no futuro. Para isso, são organizadas atividades focadas em saúde, educação e debates sobre o tema. Entre as ações apresentadas, estão a adoção do nome social dentro da empresa em e-mails e crachás. “Pessoas dentro da empresa nos procuraram para fazer a transição de gênero e isso foi um marco, porque tínhamos uma política global de transição de gênero”, destacou Júlia.
Outra experiência positiva foi apresentada pela Arcos Dorados, franqueadora do McDonald's em 20 países da América Latina e Caribe. No Brasil, a empresa emprega mais de 40 mil pessoas diretamente, sendo 900 trans declarados e 8 mil LGBTI+. Leandro Corrêa, gerente de Gente, Diversidade & Inclusão da Arcos Dorados, informou que 60% dos trabalhadores LGBTI+ contratados estão na primeira experiência profissional, enquanto 95% das pessoas trans estão no primeiro emprego formal. Para acolher esses trabalhadores, a Arcos conta com a Hamburguer University, que ensina habilidades técnicas e comportamentais. “O objetivo é que essas pessoas se desenvolvam e sejam protagonistas das suas carreiras”, ressaltou Corrêa. A Arcos também oferece apoio jurídico e administrativo para retificação de documentação civil, apoio psicológico, benefícios estendidos ao parceiro e abono para afastamentos relacionados à reposição hormonal e redesignação sexual.
O seminário continua amanhã com o II Encontro Anual de Empregabilidade LGBTQIAPN+, a partir das 8h, na Procuradoria Geral do Trabalho em Brasília.