Notícias
Economia Popular e Solidária
MTE promove formação para coordenadores dos cursos para trabalhadores de economia popular e solidária
Foto: Nethali Medeiros
Durante dois dias, 55 pessoas que coordenarão os cursos de qualificação profissional e social da economia popular e solidária, no país, passaram por uma formação pedagógica e metodológica. A atividade coordenada pelo Ministério do Trabalho e Emprego aconteceu nos dias 6 e 7 de maio, na Escola Nacional de Administração Pública Enap, em Brasília.
Com previsão de iniciarem ainda neste semestre, os cursos fazem parte do Programa Manuel Querino de Qualificação Social e Profissional (PMQ) do MTE, e tem como meta atender 2.880 trabalhadores e trabalhadoras de empreendimentos de economia solidária. Os cursos ofertados são em duas áreas: “Agentes de Desenvolvimento Cooperativista Solidário” e “Gestão de Empreendimentos Econômicos e Solidários”.
Os cursos serão coordenados pelo Instituto Federal de São Paulo (IFSP), na região Sul, Sudeste e Centro-Oeste, e pelo Instituto Federal da Bahia (IFBA), na região Norte e Nordeste. Essas instituições tiveram seus programas de formação escolhidos, por meio de edital público, e selecionaram outros 16 institutos federais, pelo mesmo processo seletivo, para a execução dos cursos.
Todo o processo de construção e de execução da formação tem o apoio da Rede IF EcoSol, que atua no ensino, pesquisa e extensão da economia popular e solidária no país. “Para a Rede IF EcoSol essa é uma oportunidade para a ampliação dos nossos quadros de economia solidária nos estudos. Somos mais de 600 CAMPs espalhados no Brasil e estamos em conexão direta com as nossas comunidades. A gente tem uma descentralização que muitas vezes as universidades não têm”, destacou a representante da Rede IF EcoSol Etiane Araldi.
A reitora do Instituto Federal da Bahia, Luzia Matos Mota, fez uma reflexão a respeito dos princípios da economia popular e solidária. “Nós acreditamos em empreendimentos que sejam cooperativos, auto-gestionados, que distribuam riqueza produzida e não concentre essa riqueza”, ressaltou Luzia.
Para o secretário Nacional de Economia Popular e Solidária (Senaes), Gilberto Carvalho, a união de diversos segmentos para a construção dos cursos é uma experiência rica e importante. Ele também destacou a parceria da Secretaria de Qualificação, Emprego e Renda, responsável pelo PMQ, no MTE. “Fico feliz, minha reitora e reitor presentes, em ver como vocês articularam a rede dos institutos federais. Como deram a esses institutos uma cara popular, de presença nos territórios junto com o povo, rompendo uma velha história de separação entre as instituições de ensino e a vida real do nosso povo de maneira admirável, de se colocar a serviço dos projetos populares”, ressaltou Carvalho.
Também fizeram parte da mesa de abertura das atividades o reitor do Instituto Federal de São Paulo, Silmario Batista dos Santos; o secretário-executivo adjunto da Secretaria-geral da Presidência da República, Flávio Camargo Schuch, e o secretário de Qualificação, Emprego e Renda (SGER) do MTE, Magno Lavigne e a diretora de Projetos da Senaes, Renata Studart.
Programa Manuel Querino
O Programa Manuel Querino de Qualificação Social e Profissional (PMQ) foi lançado no ano passado, com a expectativa de atender 100 mil trabalhadores e trabalhadoras do país. Esses cursos são executados em parcerias com os institutos federais, organizações civis e pelo Sistema Nacional de Emprego (Sine), que recebem recursos do Fundo de Amparo do Trabalhador (FAT).
O secretário de Qualificação, Emprego e Renda do MTE, Magno Lavigne, trouxe um pouco da história do Manuel Querino para os coordenadores e o porquê da escolha dele para o programa. Ele explicou que Querino era negro e foi para Salvador no período de transição entre a escravidão e a primeira república. Foi fundador do Liceu de Artes e Ofícios e do Instituto Geográfico e Histórico, ambos da Bahia, e da Escola de Belas Artes, além de ter criado o partido Operário em Salvador, onde também foi vereador e teve um jornal de debate político permanente.
“Querino foi uma figura que juntou múltiplas tarefas e ainda tinha uma compreensão de que o desenho técnico era o melhor caminho para fazer a formação dos meninos e das meninas negros de Salvador, porque isso daria a eles melhores condições para o mercado de trabalho”, explicou Magno Lavigne.