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G20 Brasil
Sindicalistas das maiores economias do mundo debatem direitos e transição justa
Foto: Thiago Gaspar
Fortaleza, 23 de julho - A cultura nordestina deu o tom à abertura da reunião de cúpula do Labour 20 (L20), que acontece em paralelo ao G20 sobre Emprego, iniciado na manhã desta terça-feira (23), no Centro de Eventos do Ceará. Ao som de artistas regionais, sindicalistas das maiores economias do mundo se reuniram para discutir a construção de um mundo justo e sustentável por meio de um novo contrato social.
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, esteve presente na abertura das atividades do L20, evento que ele também preside no contexto do G20 sobre Emprego. Marinho abordou a transição energética em seu discurso de abertura, afirmando que essa nova realidade traz oportunidades e que ninguém deve ser deixado para trás nesse processo. “Somente por meio de um compromisso conjunto podemos assegurar que o crescimento econômico seja sustentável e inclusivo, beneficiando todos os segmentos da sociedade”, defendeu o ministro.
Os avanços do governo brasileiro foram destacados por Ricardo Patah, presidente da UGT. Para ele, o Brasil está em um cenário propício para mudanças favoráveis aos trabalhadores, com um governo que valoriza o cidadão. Patah citou os avanços na área do trabalho, como a recomposição do salário-mínimo, o relatório de igualdade salarial entre homens e mulheres, e as políticas de inclusão para os mais vulneráveis, como negros e o público LGBTQI+. “Ano passado, o presidente Lula e o Biden (presidente dos Estados Unidos) assinaram um protocolo para acabar com o trabalho precário. Temos que, junto com outros países, buscar acabar com a pobreza”, destacou Patah.
O belga Luc Triangle, secretário-geral da Confederação Sindical Internacional (CSI), destacou a necessidade de empregos decentes com direitos e salários que permitam aos trabalhadores viverem de forma digna. “O trabalho em plataforma é um desafio, é um trabalho informal. Não somos contra, mas queremos regras claras e pedimos apoio ao governo brasileiro”, solicitou Triangle.
As discussões do grupo continuam à tarde e amanhã o dia todo. Na pauta estão os impactos da inteligência digital no mundo do trabalho, a transição energética justa, salário digno e direitos trabalhistas.
O que é o Labour 20 (L20)
Criado em 2008, o L20 é um grupo formado por líderes sindicais das maiores economias do mundo e tem caráter consultivo dentro do G20. O grupo busca influenciar as políticas econômicas e sociais dos países membros do G20 para garantir que os interesses dos trabalhadores sejam levados em consideração.
G20 Brasil
A quinta e última reunião do G20 Brasil do Grupo de Trabalho sobre Emprego acontece de 23 a 24 de julho, em Fortaleza, sob a coordenação do Ministério do Trabalho e Emprego. Em paralelo às discussões, ocorrem reuniões como o B20 e o L20, entre outros.
O GT sobre Emprego tem quatro eixos prioritários: criação de empregos de qualidade e promoção do trabalho decente para garantir a inclusão social e eliminar a pobreza; promoção de uma transição justa no processo de transformações digitais e energéticas; uso de tecnologias para a melhoria da qualidade de vida de todos; e igualdade de gênero e promoção da diversidade no mundo do trabalho.
Nos dias 25 e 26 de julho acontece a reunião dos ministros do Trabalho, para finalizar a declaração que reúne as diretrizes e orientações do GT. Essa declaração se somará aos documentos similares dos outros GTs na cúpula de chefes de estado, entre os dias 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro, quando termina a presidência do Brasil no G20
Fazem parte do G20 as maiores economias do planeta. Além da União Europeia e da União Africana, integram o grupo África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, EUA, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia. Juntos, esses países representam cerca de 80% do produto mundial bruto, 75% do comércio internacional, dois terços da população global e 60% da área terrestre do mundo.