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Qualificação profissional e diálogo social são essenciais para enfrentar os desafios da transição energética e da inteligência artificial
Foto: Thiago Gaspar
A transição energética e a inteligência artificial estão moldando o mundo do trabalho. Para que isso aconteça de forma justa, garantindo o emprego e direitos sociais conquistados, é necessário um movimento sindical forte e atuante para enfrentar esses impactos. As estratégias para lidar com esse novo contexto foi a pauta do segundo dia de reunião do Labour 20 (L20), que reúne sindicalistas das maiores economias do mundo e acontece em paralelo às discussões G20 sobre Emprego, nos dias 23 e 24 de julho, no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza.
De acordo com dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), a transição energética poderia criar até 24 milhões de empregos até 2030, enquanto setores tradicionais de energia irão fechar postos. “Como criar empregos para cada emprego perdido? À medida que se perde de um lado, deve ser gerado do outro lado também. Como na economia verde”, diz o sindicalista da Arábia Saudita Nasser Júri.
Para articular e preparar territórios e trabalhadores para esses novos arranjos, é necessária qualificação profissional, financiamento e cooperação entre os países, uma vez que essa transição não se dará de forma igual no mundo. “Precisamos de programas sociais fortes e ajustes criativos na capacitação dos trabalhadores, além de uma cooperação forte e bem-feita entre os países”, destacou Kemal Ozkan, secretário geral adjunto da IndustriALL.
Inteligência Artificial
A inteligência artificial, especialmente no contexto do trabalho em plataformas, também foi tema central dos debates. Verônica Nilsson, secretária Geral do The TUAC (Trade Union Advisory Committee), alertou para a dificuldade de acompanhar a velocidade das mudanças tecnológicas nas plataformas com regulamentações adequadas. “Essa área avança rapidamente e parece que a regulamentação dos governos está sempre atrás”, ressalta Verônica Nilson, acrescentando que os sindicatos devem insistir nas negociações da implementação da inteligência artificial.
De acordo com o dirigente sindical Xiaoui Zhang, 21% dos trabalhadores da China trabalham em plataformas. “Para melhorar os direitos desses trabalhadores, atuamos junto ao legislativo para garantir seus direitos”, destacou Zhang.
Na próxima Convenção da OIT, que acontecerá em 2025, haverá uma sessão para definir normas internacionais sobre o trabalho decente em plataformas.