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G20 no Brasil: ministros defendem trabalho decente para uma sociedade próspera e justa
Foto: Allexandre Silva/MTE
No dia 25 de julho, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, participou do Fórum de Lideranças em Transição Justa e da reunião de ministros do Trabalho e Emprego do G20, sob a presidência brasileira, em Fortaleza (CE). Durante o evento, praticamente todos os integrantes do grupo expressaram suas preocupações com as transformações no mundo do trabalho e as ações em andamento para estabelecer condições que garantam que o trabalho decente seja a base de uma sociedade próspera e justa. "Este é um momento histórico e decisivo para traçarmos caminhos para um mundo do trabalho cada vez mais justo, sustentável e inclusivo", afirmou Luiz Marinho.
O ministro destacou a responsabilidade dos países do G20, que são as principais economias do mundo. "Nossa responsabilidade deve ser proporcional ao nosso tamanho", disse Luiz Marinho. Ele enfatizou a importância de tributar os bilionários de forma justa, argumentando que a desigualdade na distribuição de riqueza está no cerne do problema. "Se há alguém ficando bilionário com a riqueza produzida pelos trabalhadores, é porque a divisão dessa renda não está sendo justa. Não falta riqueza, falta distribuição dessa riqueza", ressaltou.
O G20 é responsável por 80% das emissões globais de gás carbônico, e as crises climáticas já impactam economias e sociedades em todo o mundo. "A emergência climática nos impõe novos imperativos, mas a transição justa traz oportunidades. Com ela, podemos ter ar mais limpo, rios sem contaminação, cidades mais acolhedoras, comida de qualidade na mesa, empregos dignos e crianças mais saudáveis", explicou Luiz Marinho.
O ministro também lembrou do desafio climático enfrentado pelo Brasil no Rio Grande do Sul, onde uma elevação descomunal do nível das águas desabrigou mais de 600 mil pessoas. "O governo brasileiro, sob a liderança do presidente Lula, realiza uma operação de assistência de proporções colossais: mais de 94 bilhões de reais foram liberados até agora", contou. Para enfrentar a catástrofe, o governo criou linhas de crédito subsidiado para empresas, suspendeu o pagamento de tributos e o recolhimento de obrigações sociais, e disponibilizou o saque do Fundo de Garantia dos trabalhadores, entre outras ações de apoio emergencial.
"Estamos vivendo uma era de profundas transformações. Uma transição justa não é apenas um conceito; é uma necessidade urgente", disse Luiz Marinho. Ele enfatizou que os países do G20 têm a responsabilidade de garantir que a transição para uma economia verde e digital seja inclusiva, sem deixar ninguém para trás. "Nosso compromisso não se limita a criar empregos, mas sim a criar empregos dignos, socialmente justos, economicamente viáveis e ambientalmente corretos", explicou.
O ministro destacou que as economias em desenvolvimento emitem menos gases poluentes e sofrem mais com as consequências da crise climática. "Os países do Sul Global não têm a mesma dívida histórica dos países ricos pelo aquecimento global", disse. Ele afirmou que o Brasil está disposto a liderar pelo exemplo, ajustando suas metas climáticas para serem mais ambiciosas que as de muitos países desenvolvidos, reduzindo drasticamente o desmatamento na Amazônia e comprometendo-se a zerá-lo até 2030.
Luiz Marinho enfatizou a necessidade de definir e quantificar o financiamento climático, destacando que essa reparação histórica deve refletir em ações concretas de combate às desigualdades estruturais. "Nossa reunião aqui hoje simboliza o compromisso das maiores economias do mundo com um futuro do trabalho mais justo e sustentável". Ele concluiu ressaltando que o progresso verdadeiro está no bem-estar das pessoas e que o trabalho decente é a base de uma sociedade próspera e justa. "Contem com o Brasil na luta por uma transição justa", afirmou.
Ao final do evento, o ministro convidou todos os membros, convidados e parceiros a se juntarem à campanha do governo brasileiro sobre os riscos que o aumento da temperatura do planeta oferece aos trabalhadores. "A iniciativa é parte da nossa parceria pelos direitos dos trabalhadores com os Estados Unidos, que já recebeu apoio também da Alemanha", concluiu.