Representes da Abiquim são recebidos em audiência no MTE

Os efeitos da pandemia, das mudanças climáticas, da insegurança política, e de “um surto de importação de produtos com baixos impostos” afetaram profundamente a indústria química brasileira nos últimos quatro anos. Este foi o quadro apresentado ao ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, pelo presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), André Passos Cordeiro, recebido em audiência na manhã desta quinta-feira (22), em Brasília (DF). Passos estava acompanhado do vice-presidente do conselho diretor da entidade, Maximilian Yoshioka. 

“O déficit na balança comercial de químicos foi de US$ 46,6 bilhões, em 2023, o segundo maior da história, com aumento de 7,8% no volume das importações”, explicou. Por outro lado, ele mostra que conta que as exportações registraram queda de 10,9%. “É preciso conter este processo de importações, que estão tomando o lugar da produção nacional”, avaliou Passos.

A principal batalha da Abiquim é conseguir a implementação de 77 produtos na Lista de Elevações Transitórias à TEC (Tarifa Externa Comum) e atuar na implementação urgente da lista para proteger a indústria nacional. “É um caminho importante para a recuperação do papel da nossa indústria química no desenvolvimento socioeconômico do Brasil”, declarou Passos.

“Os produtos importados, principalmente da Ásia e dos EUA, entram no nosso país com muita facilidade e trazem estabelecem uma concorrência desleal os fabricantes do nosso mercado”, concluiu Passos.

Ao final da audiência, o ministro Marinho declarou apoio ao pleito feito pela Abiquim e afirmou que acredita em uma mobilização de todas as áreas do governo federal envolvidas com a questão para equacionar a questão. “Temos que unir forças para a busca de uma saída deste problema que prejudica o nosso desenvolvimento”, afirmou.

Ampliando a discussão, é preciso entender que esses produtos que vêm de fora, principalmente da Ásia e dos Estados Unidos, entram no Brasil com muita facilidade e trazem uma concorrência desleal para o nosso mercado....

Raio X - A indústria química no Brasil registrou faturamento líquido de US$ 187 milhões, em 2022, representando 12% do PIB industrial brasileiro. São 320 mil trabalhadores diretos, o dobro da indústria automotiva, por exemplo. “São R$ 33 bilhões ano, a segunda maior massa salarial no Brasil, chegando a R$ 33 bilhões ano”, explica.

No geral, o setor é responsável pela geração de mais de 2 milhões de empregos, diretos e indiretos. “A capacidade instalada ociosa do setor chegou a 36% em 2023, atingindo o pior A patamar do segmento nos últimos 30 anos, segundo dados da Abiquim.