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Trabalho e Emprego
Ministro do Trabalho e Emprego avalia reação ao pacote fiscal e defende equilíbrio tributário
Foto: Matheus Itacarambi / MTE
O Ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, considerou injustas tanto a reação do mercado quanto a forma como as informações sobre o pacote fiscal apresentado pelo Governo Federal na semana passada foram divulgadas. Durante a abertura do Seminário sobre o Pacto Nacional do Café: Avanços e Desafios, realizado nesta segunda-feira (2), o ministro destacou que essas análises muitas vezes deixam de considerar o impacto mais acentuado das medidas sobre os trabalhadores de baixa renda, evidenciando a necessidade de um debate mais amplo sobre justiça social e econômica.
“O preço a ser pago pelos assalariados é maior. As medidas trazem sacrifício para quem não deveria ser sacrificado, porque limitam a velocidade do ganho real do salário mínimo, desacelerando a distribuição de renda”, avaliou Luiz Marinho.
Ele destacou a falta de cobrança direcionada às elites econômicas: “Eu esperava que houvesse mais cobrança de sacrifícios dos banqueiros e bilionários, em vez de penalizar os trabalhadores.” Ele questionou por que não há maior cobrança por contribuições das elites econômicas: “Por que não exigir uma tributação mais justa sobre os super-ricos, o luxo, os dividendos e os grandes patrimônios, para aliviar o peso que hoje recai sobre o consumo e o trabalho?”
O ministro reforçou a importância de reformar o sistema tributário para torná-lo mais equilibrado, destacando que ele está “de ponta-cabeça”. “Quando o governo propõe justiça tributária, como a isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil ou a taxação dos super-ricos, a reação é negativa. Isso mantém um sistema que beneficia os poderosos e prejudica os que mais precisam”, concluiu.
O ministro destacou a importância de dialogar com a sociedade para construir uma consciência coletiva voltada à justiça social e econômica. Ele enfatizou que a luta por dignidade no trabalho é fundamental, abrangendo o enfrentamento à exploração, ao trabalho análogo à escravidão e ao trabalho infantil. “Nosso desafio é enorme. Precisamos mobilizar a sociedade para exercer seu direito à indignação. É hora de repensar prioridades e construir um país mais justo e solidário”, concluiu.