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Economia Solidária
MTE apoia livro sobre políticas sociais de Economia Solidária Digital
Foto: Bell Vilanova
Os desafios colocados pelas novas configurações de trabalho baseadas em uma economia digital ou de plataforma estão em praticamente todos os campos da sociedade. De olho no avanço da tecnologia o MTE, por meio da Secretaria Nacional de Economia Popular e Solidária (SENAES), lançou nesta sexta-feira (14) na biblioteca da Escola Nacional de Administração Pública (ENAP), em Brasília, livro sobre economia solidária digital. A publicação apresenta, em linguagem fácil e com exemplos práticos, possibilidades de articulação entre economia solidária e economia digital.
O livro é um projeto conjunto com o Laboratório de Pesquisa DigiLabour e a Fundação Rosa Luxemburgo e, conforme destaque na apresentação da obra, “a publicação lista exemplos concretos de iniciativas e políticas, aponta desafios e possibilidades e deixa espaço para a construção e defesa de um futuro diferente daquele dominado por corporações multinacionais de tecnologia”.
Para o secretário nacional da economia solidária do MTE, Gilberto Carvalho, é possível um outro modo de comercialização, que não signifique a expropriação e exploração do consumidor, “e é isso que a economia solidária precisa fazer com ousadia e criatividade e ao mesmo tempo, que a economia digital seja solidária no sentido de que todo esse avanço tecnológico tenha uma convergência política clara nessa perspectiva”, enfatizou Carvalho.
Rafael Grohmann, diretor do DigiLabour e um dos coordenadores do livro, ressalta que “a economia solidária digital não se trata somente de uma construção de alternativas, mas tem de abranger toda a sociedade e o Brasil tem tudo para ser um líder global em políticas para uma economia digital mais sustentável”. Daniel Santini, da Fundação Rosa Luxemburgo, pontuou que é fundamental reunir e organizar o acúmulo coletivo que se tem sobre o tema e avançar concretamente com políticas públicas, com respeito à história que o Brasil já tem em economia solidária”.
Segundo Rodrigo Assunção, presidente da Dataprev, atualmente a disputa é para “domar e dominar a tecnologia e no Brasil temos a capacidade de tecnologia limitada, mas em compensação, somos os principais consumidores de tecnologias do mundo”, salientou.
Já na apresentação, a obra destaca que o livro “trata de políticas de economia solidária” e lembra do trabalho realizado pela Secretaria Nacional de Economia Popular e Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego (SENAES/MTE) sobre economia solidária digital, sugerindo reapropriações digitais de ideias e perspectivas defendidas pelo ex-secretário e economista Paul Singer. Ao finalizar sua fala, Gilberto Carvalho disse que, de um lado a Senaes tem o máximo interesse em digitalizar e fazer avançar cada vez mais a tecnologia dos empreendimentos da economia solidária, “que não pode ser um pequeno nicho que faz uma feirinha para sobreviver e não pode ser uma experiência bonitinha, ela tem que ser farol, tem que ajudar a mudar a sociedade, a demonstrar que outro sistema econômico e produtivo é possível”, avaliou.
Em contexto de aplicativos e plataformas, a obra apresenta alternativas que considerem governança democrática, dados para o bem comum e tecnologias governadas pelas comunidades. Essas iniciativas podem ser fomentadas em diversos setores, como transporte de pessoas e mercadorias, cultura, tecnologia, trabalho de cuidados e agricultura familiar. O livro servirá de formação para trabalhadoras e trabalhadores, servidores públicos e agentes da economia popular e solidária que queiram se atualizar no assunto.